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27/10/2009 - 15h00

Oposição traça estratégia para neutralizar maioria governista na CPI do MST

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A oposição traça nos bastidores uma estratégia para tentar neutralizar a ampla maioria governista entre os integrantes da CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), criada na semana passada. A ideia dos oposicionistas é polarizar os debates entre simpatizantes dos sem-terra e os defensores do agronegócio, deixando de lado o tradicional embate entre os partidos alinhados com o Palácio do Planalto e a oposição.

Lideres do DEM avaliam que desta forma têm mais chances de emplacar a investigação contra o MST e conseguir avançar em questões delicadas. "O que nós observamos é essa tendência entre quem defende o MST e quem defende uma avaliação isenta", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Com a movimentação oposicionista, os líderes governistas já começaram a ensaiar um acordo. PT e PMDB pretendem dividir o comando da CPI. A relatoria --que é o cargo mais cobiçado porque conduz o ritmo das investigações e pode evitar desgastes-- ficaria com os petistas, enquanto a presidência seria entregue ao PMDB.

Apesar de a oposição trabalhar para ganhar um dos cargos de comando da CPI, os governistas não estão dispostos a ceder espaço. "No que depender de mim, eles terão no máximo uma vice-presidência, mas isso ainda está sendo conversado", disse o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).

Os governistas ainda estão divididos entre instalar logo a CPI para que ela termine antes do início da campanha ou postergar a escolha dos integrantes para que, em meio ao período eleitoral, a comissão fique esvaziada.

Os partidos da base aliada vão indicar 23 dos 36 integrantes da CPI. O regimento do Congresso prevê a divisão das cadeiras na comissão de acordo com os tamanhos das bancadas no Legislativo.

Como a base aliada tem ampla maioria na Câmara e no Senado, os partidos governistas vão indicar 11 senadores e 12 deputados para a CPI --das 36 cadeiras de titulares da comissão.

A oposição (DEM, PSDB e PPS) ficou com seis vagas de senadores e cinco de deputados, enquanto o PSOL e o PSC também poderão indicar membros para a comissão, seguindo o rodízio estabelecido entre as menores bancadas.

A instalação da CPI ainda depende da indicação dos integrantes pelos partidos. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encaminhou na sexta-feira um ofício aos líderes pedindo que os representantes sejam escolhidos.

Caso os líderes não entrem em consenso, Sarney poderá dar um prazo de cinco sessões para as indicações ou decidir ele mesmo a composição da CPI.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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