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05/10/2004 - 09h44

Em Fortaleza, Luizianne diz que apoio do PT é agora "obrigação"

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Em busca da unidade dos partidos de esquerda para tentar vencer no segundo turno em Fortaleza, a candidata petista Luizianne Lins, 36, afirmou que é "obrigação" do PT e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiá-la agora, depois de ter sido abandonada pela cúpula do partido durante todo o primeiro turno.

"Eu acho que é uma obrigação do PT, uma obrigação do José Genoino, uma obrigação do Lula, uma obrigação do José Dirceu. Já que eles não ajudaram até agora, só atrapalharam, pode ser que eles venham para ajudar. Entre PT e PFL, espero que eles decidam pelo PT", disse.

Luizianne foi boicotada pela cúpula do PT nacional desde que saiu como candidata pelo partido por decisão do diretório municipal de Fortaleza --desobedecendo a uma determinação do diretório nacional do partido, que havia decidido pela coligação com Inácio Arruda (PC do B).

Sem o apoio do próprio partido, ela chega ao segundo turno para enfrentar Moroni Torgan (PFL), desbancando tanto Inácio, que era apoiado ainda pelo ministro Ciro Gomes (PPS), como Antônio Cambraia (PSDB), candidato do senador Tasso Jereissati (PSDB).

"Agora quero esquecer tudo o que aconteceu. Não tenho mágoa, mas acho que ficou uma lição política para todo o Brasil, de que a democracia é o método mais concreto de construir e que o sentido da política é a liberdade."

A busca por apoio já começou ontem mesmo, depois de uma reunião da coordenação da campanha. Luizianne, porém, disse que, de qualquer forma, as adesões vão ter que ser "incondicionais". "Não vamos abrir mão do nosso plano de governo e de nossas idéias."

Até a tarde de ontem, ninguém da cúpula do PT nacional havia ligado para Luizianne nem para a coordenação de sua campanha. Pela manhã, porém, o presidente nacional do partido, José Genoino, declarou, em entrevista divulgada no site do PT, que, no segundo turno, Luizianne é a candidata das esquerdas.

Perfil

Ex-líder estudantil, ex-vereadora em dois mandatos e agora deputada estadual, Luizianne conseguiu destaque em Fortaleza quando liderou a oposição contra o prefeito Juraci Magalhães (PMDB) e quando esteve à frente, na Câmara Municipal, de uma CPI sobre a prostituição infantil na cidade, há dois anos.

Mestranda em filosofia, ela é professora da UFC (Universidade Federal do Ceará) --licenciada desde que assumiu na Assembléia Legislativa-- e dá aulas no curso de Comunicação Social.

Antes disso, foi funcionária da empresa de limpeza pública do município. Solteira, tem um filho de seis anos com o vereador eleito Sérgio Novaes (PSB).

"O Genoino, logo que eu saí como candidata, disse que eu fazia uma política aventureira. Eu digo que, na vida, posso até ser aventureira, mas nunca fiz política para fazer gracinha nem para agradar ninguém", disse.

Durante toda a campanha, Genoino a acusou de não ser a candidata do presidente Lula por não apoiá-lo em assuntos polêmicos, como na votação da reforma da Previdência.

Para Luizianne, os petistas não têm de abrir mão de ideais históricos só por causa do governo e, caso seja eleita, não será "enquadrada" pelo partido.

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