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26/10/2004 - 15h59

Assembléia do Rio pede prisão de Waldomiro e Cachoeira

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

A Assembléia Legislativa do Estado do Rio aprovou hoje em plenário o relatório da CPI que investigou irregularidades na Loterj (Loteria do Rio) e recomenda ao Ministério Público Estadual que peça à Justiça a prisão de Waldomiro Diniz e do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

A votação do relatório estava marcada para a próxima semana, mas foi antecipada para hoje após a divulgação de denúncias de supostas tentativas de extorsão reveladas pela revista "Veja". Gravações mostrariam o deputado federal André Luiz (PMDB-RJ) cobrando R$ 4 milhões para livrar o empresário do pedido de prisão. André Luiz nega todas as acusações.

O parecer, de autoria dos deputados Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) e Paulo Mello (PMDB), passou hoje em plenário. Dos 70 deputados da Casa, 58 votaram a favor do relatório, 11 estavam ausentes e um licenciado. O parecer havia sido publicado no "Diário Oficial" no dia 1º de setembro.

O relatório afirma que Waldomiro montou uma quadrilha para desviar dinheiro da Loterj e que Cachoeira seria o elo da quadrilha com a iniciativa privada.

Ex-assessor da Casa Civil no governo Lula e presidente da Loterj de fevereiro de 2001 a dezembro de 2002, Waldomiro é acusado de sete crimes: formação de quadrilha, improbidade administrativa, fraude na Lei de Licitações, sonegação fiscal, prevaricação, condescendência criminosa e corrupção passiva. Pede também que ele seja investigado por crime eleitoral.

O parecer sugere oferecimento de denúncia contra Cachoeira pelos crimes de: extorsão, corrupção ativa, fraudes contra a concorrência pública e a Lei de Licitações e formação de quadrilha. Mais oito pessoas são acusadas pela CPI de terem cometido supostos crimes na Loterj.

No plenário, também foi aprovada uma emenda, por 44 votos a 10 e 2 abstenções --56 deputados estavam presentes-- que inclui o deputado federal Carlos Rodrigues (ex-Bispo Rodrigues, do PL do Rio) na investigação de formação de quadrilha.

O deputado que apresentou a emenda, Paulo Ramos (PDT), afirmou que Bispo Rodrigues foi o principal mediador dos encontros entre Carlinhos Cachoeira e André Luiz.

Ainda segundo Ramos, o deputado tinha como chefe de seu gabinete a mulher de Waldomiro Diniz. Ele teria indicado vários diretores para cargos na Loterj durante a gestão de Diniz.

"Ao revelar a sua vinculação com Cachoeira, Rodrigues traiu aqueles que confiavam nele", disse. Segundo Ramos, Rodrigues teria indicado nomes para cargos na Loterj.

Protesto

A votação desta tarde foi marcada por protestos dos deputados fluminenses, que defenderam a lisura dos trabalhos da comissão. Em discurso na tribuna da Casa, Paulo Mello criticou o PT e o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

"Estamos pagando o trabalho que deveria ter sido feito na Câmara. O PT nacional fez com que o Congresso não exercesse o seu papel constitucional de investigar. Por que os críticos não entraram com representação? Porque o Waldomiro prestava serviços como assessor do todo-poderoso", disse Mello. "Ele [Waldomiro] não morava na minha casa, morava na casa do ministro [Dirceu]."

Um dos líderes da bancada do PT na Assembléia, Alessandro Molon, disse que foi um erro votar hoje o relatório, por isso estava ausente em plenário.

Ele afirmou que o PT apóia os trabalhos desde o início, mas a votação não deveria ocorrer num momento em que a Alerj está sob suspeita.

No total, a CPI propõe a investigação de 23 pessoas, sendo dez da Loterj, 12 do Rio Previdência e agora também o deputado federal Bispo Rodrigues.

O relatório será encaminhado para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.

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