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04/12/2009 - 09h42

Propina no setor imobiliário pode atingir vice no DF

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FILIPE COUTINHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O escândalo do mensalão do DEM respingou no mercado imobiliário de Brasília, o que, na prática, amplia as suspeitas do envolvimento do vice-governador do DF, Paulo Octávio (DEM), no esquema de coleta e distribuição de propina.

Em depoimento ao Ministério Público, Durval Barbosa, ex-secretário do DF e principal denunciante do escândalo, disse que o dinheiro arrecadado pelo mensalão do DEM serviu para a aprovar o plano diretor de Brasília, o PDOT.

Por conta dessa suspeita levantada por Barbosa, ontem o Ministério Público do DF entrou com uma ação na Justiça pedindo a anulação do plano diretor, projeto que levou dois anos para ser aprovado na Câmara Legislativa e, na prática, tem no empresário Octávio um dos beneficiados --a sua construtora é a maior de Brasília.

Ao Ministério Público, Barbosa disse que o plano foi aprovado mediante propinas das empreiteiras favorecidas. Segundo ele, Marcelo Carvalho, diretor da construtora do vice-governador, era quem fazia os repasses de dinheiro.

Paulo Octávio já havia sido mencionado no inquérito da Operação Caixa de Pandora. O nome dele está em planilha que Barbosa entregara à Polícia Federal. O vice-governador, segundo o documento, receberia 30% do valor arrecadado.

Por não ter sido até agora personagem das filmagens e grampos telefônicos que vieram a público, Octávio foi poupado nas reuniões do DEM que avaliam a expulsão do governador José Roberto Arruda.

Na ação direta de inconstitucionalidade apresentada ao Tribunal de Justiça do DF, o promotor Roberto Carlos Silva diz que o "mensalão" põe em xeque a votação do PDOT: "Tais suspeitas colocam sob suspeita a lisura do processo legislativo, constituindo mais um forte fundamento a ensejar a declaração de nulidade".

O promotor acredita que o plano feriu os princípios da impessoalidade e moralidade.

O principal eixo do plano é a criação do bairro Noroeste, localizado próximo a uma área de preservação ambiental. O grupo PauloOctávio, do vice-governador, já investiu ao menos R$ 30 milhões na região.

Outra empresa que tem projetos no bairro é a construtora JC Gontijo, do empresário José Celso Gontijo. Em um dos vídeos entregues por Barbosa à Justiça, Gontijo foi filmado levando dinheiro para supostamente abastecer o esquema.

Na ação do MP, o promotor Roberto Carlos Silva afirma também que a tramitação do projeto na Câmara Legislativa do DF foi ilegal. O promotor sustenta que o substitutivo da proposta de Arruda não poderia ter sido criado pelos deputados. Um dos autores da redação final é a deputada distrital Eurides Britto (PMDB), filmada recebendo dinheiro vivo.

O projeto foi aprovado em dezembro de 2008, com o maciço apoio da base governista. Votaram contra apenas os cinco deputados do PT e PDT.

O deputado distrital Rogério Ulysses (PSB) contrariou a determinação do presidente local do partido, Rodrigo Rollemberg, e votou a favor. Ulysses é investigado como um dos beneficiados do mensalão.

Outro lado

O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, nega que tenha se beneficiado do mensalão do DEM. "O vice-governador jamais autorizou a absolutamente ninguém que recebesse, solicitasse ou exigisse dinheiro ou qualquer outra vantagem em seu benefício", disse, em nota, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.

O diretor do grupo PauloOctávio, Marcelo Carvalho, nega que tenha pago a aprovação do plano diretor. "Como empresário, esteve reunido mais de uma vez com [o ex-secretário] Durval Barbosa, para tratar de assuntos profissionais, em negócios lícitos", afirma a nota.

A deputada distrital Eurides Britto (PMDB), flagrada recebendo dinheiro, disse que está "perplexa" com as denúncias.

O empreiteiro José Celso Gontijo, filmado dando dinheiro para Barbosa, não foi localizado.

O deputado distrital Rogério Ulysses (PSB) nega que tenha recebido dinheiro do mensalão do DEM. Em nota, diz que é inocente e que não conhece o ex-secretário. "Lamentavelmente, tive meu nome citado uma vez em uma conversa de terceiro."

Comentários dos leitores
Igor Bevilaqua (857) 02/02/2010 12h10
Igor Bevilaqua (857) 02/02/2010 12h10
Corruptos de plantão nem bem entraram e já são caríssimos, dispendiosos..., esse dinheiro gasto, jamais vai voltar para o povo em um "custo benefício" adequado..., toda essa dinheirama R$ 613.000,00 ou R$ 7.000.000,00 não voltará jamais à população em forma de benefício algum..., vai sim rechear contas no exterior ou então meias e cuecas além de bolsas..., eles não tem um pingo de vergonha, são caras de pau e tem "CERTEZA DA IMPUNIDADE"..., impunidade essa apoiada totalmente pelo malfadado "stf". sem opinião
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helio marinho (55) 30/01/2010 21h07
helio marinho (55) 30/01/2010 21h07
É a Republica das "Alices",o Estado dos "Vigários",com essas ridiculas reuniões,de organizações criminosas,que tem o sinonimo partidos politicos,são guangues cuidando dos seus proprios e esclusos interesses,fazendo estripulias para fazer crê,que tudo que foi feito,mostrado e visto,não passou de um engano uma ilusão que nada realmente aconteceu e que o fim não era da corrupçao que assola e devasta o País em todos os seus segmentos;se fosse de fato houvesse uma justiça de "clareza solar",injetaria cianureto em cada um dos envolvidos diretamente nesse criminosos hediondo,que cometeram e comentem crimes contra os cidadões,o povo,a sociedade e contra o Estado;e sendo assim suas leis seriam levado a serio,e seus cidadões protegidos e a sociedade respeitada;um Estado que não é temido jamais sera amado e respeitado,pois, o amor a Deus vem do temor do inferno,mas como essas criaturas abominaveis não respeitam e nem crêem em nada,de a eles a ponta da agulha. 2 opiniões
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flavio petry (21) 30/01/2010 16h20
flavio petry (21) 30/01/2010 16h20
Num país de politicos incoerentes com os programas partidários, Aécio Neves foi coerente: Presidente da Republica ou Senador. 1 opinião
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