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26/12/2004 - 09h00

Aprovação do governo Lula chega a 45% após dois anos

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu dez pontos percentuais nos últimos quatro meses e chegou a 45% no momento em que o petista completa dois anos de seu mandato, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 14 a 17 deste mês.

Com a economia crescendo e vários indicadores positivos sendo anunciados neste final de ano, Lula repete pela primeira vez a marca de 45% de aprovação, antes só atingida em agosto do ano passado. Em agosto último, tinha 35% --seu pior resultado.

O percentual de aprovação atual (45%) supera os 40% que consideram o governo Lula apenas regular. Outros 13% acham a administração do petista ruim ou péssima. Só 1% dos entrevistados não souberam avaliar.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Foram entrevistadas 4.291 pessoas com mais de 16 anos em 154 municípios de todas as 27 unidades da Federação.

Quando se estratifica os resultados do Datafolha, nota-se que os mais ricos são os mais satisfeitos com Lula. Entre os entrevistados com renda superior a dez salários mínimos, 50% acham a administração federal do PT ótima ou boa. Nunca nesses dois anos de governo do petista essa marca havia sido atingida entre os mais abastados.

Os mais pobres --com renda mensal menor de cinco salários mínimos-- ficam na média da pesquisa: 45% aprovam o petista. O pior desempenho numa classe de renda está entre aqueles que recebem mais de cinco e vão até dez salários mínimos mensais. Nessa classe econômica, 40% acham que o governo do PT é ótimo ou bom.

Também são os que têm escolaridade mais alta os que mais aprovam Lula: 47%. O percentual entre os que têm apenas o ensino fundamental é de 46%. Na faixa dos entrevistados com o ensino médio, o petista tem 42% de popularidade, taxa menor do que a média nacional.

Do ponto de vista geográfico, Lula está muito bem no Nordeste. Lá, 51% dos entrevistados o aprovam. A taxa cai para 42% no Sul e no Sudeste. O Norte e o Centro-Oeste dão 45% de bom e ótimo para o petista.

Partidos

Como esperado, o presidente tem uma ampla aprovação entre os entrevistados petistas: 64%. O que chama a atenção é a percepção dos simpatizantes dos que se auto-apresentam como os dois maiores partidos de oposição, PSDB e PFL.

Entre tucanos, o resultado foi mais ou menos o esperado. A aprovação a Lula fica abaixo da média no país. Só 29% dos simpatizantes do PSDB acham o governo federal petista ótimo ou bom.

Já entre os pefelistas, a situação é bem diferente: 51% aprovam a administração do PT, apesar de a direção da sigla em Brasília fazer forte oposição ao Planalto.

Como sempre, o Datafolha perguntou aos entrevistados qual nota dão para o governo Lula, de zero a dez. A média foi 6,5. Só 5% deram zero para o petista, enquanto 12% acham que sua administração vale dez.

Cobrança

Para 49% dos brasileiros acima de 16 anos Lula está fazendo menos pelo país do que eles esperavam --29% acham que ele faz exatamente o previsto e 19% acham que o petista foi além do esperado. Essa pergunta serve para mostrar o grau de cobrança da população, ainda estimulada pelas promessas da campanha presidencial de 2002.

Os mais rigorosos com Lula são os tucanos: 65% acham que Lula faz menos do que eles esperavam. Os percentuais são 53% e 50% para simpatizantes do PFL e do PDT, respectivamente.

Apesar de estar no seu nível mais alto de aprovação, Lula continua sem preencher uma demanda dos eleitores: para 36% dos brasileiros o principal problema do país é o desemprego. Apesar de terem sido criadas 1.575.451 vagas formais de trabalho nos 12 meses encerrados em novembro, o que parece continuar na memória das pessoas são os 10 milhões de empregos mencionados por Lula em sua campanha presidencial de 2002.

A percepção da população já foi pior. Em março deste ano, quando ainda não estava claro qual seria o crescimento do país, 49% apontavam o desemprego como o principal problema do Brasil.

Quando indagados sobre a área em que Lula se dá pior, o desemprego aparece novamente no topo da lista, com 21%. Vem seguido dos itens "violência/segurança/polícia" e "saúde", cada um com 10% de lembrança.

"Fome/miséria" é apontado como o segundo maior problema do país (15%), mas é considerado apenas por 5% como uma das piores áreas de atuação de Lula.

O mesmo item "fome/miséria" é apontado como a área do governo Lula em que o petista se sai melhor, com 15% de menções. Bem abaixo, com 8%, vem economia, seguida de educação, com 7%, e social e saúde, ambas com apenas 5%.

Apesar de os bancos repetirem sucessivamente os seus resultados positivos, com altos lucros, para os brasileiros entrevistados pelo Datafolha são os políticos os que mais se beneficiam com a administração Lula. Os políticos foram citados por 21%. São seguidos pelo setor de agricultura, com 17%, e só em terceiro lugar aparecem os bancos, com 15%.

Entre os setores que se deram mal com Lula no Planalto, 32% apontam os trabalhadores de um modo geral como os mais prejudicados. Bem abaixo, com 11%, vem o comércio, e, com 10%, empatados, os setores de serviços e agricultura.

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