Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
11/12/2009 - 12h22

Sarney diz que problemas foram superados e reforma administrativa ficará para 2010

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Depois de anunciar a implantação de uma ampla reforma administrativa no Senado este ano, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), admitiu nesta sexta-feira que as mudanças devem ficar para 2010. Ao fazer um rápido balanço dos trabalhos do Senado este ano --que ficou paralisado por seis meses em meio a denúncias contra o presidente da Casa-- Sarney disse os assuntos "mais graves" foram superados.

"Tivemos um ano excelente, de muitos problemas, mas atravessamos os problemas e conseguimos chegar ao fim do ano com a vida do Senado normalizada. Os assuntos mais graves foram superados", afirmou.

Sarney disse acreditar que a reforma proposta pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) para a Casa saia do papel somente no ano que vem porque não haverá tempo hábil para votá-la em plenário antes do recesso parlamentar --que tem início dia 23 de dezembro.

"Infelizmente, tive que sair durante mais de dez dias daqui [licença médica], não sei se nesse prazo dessa semana nós teremos condições de votar. Mas o meu desejo era que nós colocássemos até o fim do ano essa matéria. Se não colocar no fim do ano, no princípio do próximo ano, logo nas primeiras sessões, nós teremos que examinar o assunto", afirmou.

Sobre a crise que atingiu a Casa ao longo deste ano, Sarney disse que o Senado "teceu as punições às pessoas que eram necessárias", depois da apuração dos fatos. "Votamos quase todas as matérias que estavam pendentes de decisão da Casa", minimizou.

Desde fevereiro, quando assumiu a presidência do Senado, Sarney respondeu a uma série de acusações de irregularidades no Legislativo. O presidente do Senado chegou a ser alvo de 11 denúncias por quebra de decoro parlamentar, mas todas foram arquivadas pelo Conselho de Ética da Casa.

Sarney foi acusado de envolvimento com a edição de atos secretos no Senado, de ter interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores da Casa e de ter supostamente usado o cargo em favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.

As ações no Conselho de Ética tratavam ainda da denúncia de que Sarney teria vendido terras não registradas em seu nome para escapar do pagamento de impostos sobre as propriedades, de que teria sido beneficiado pela Polícia Federal com informações privilegiadas sobre o inquérito que investiga o seu filho, Fernando Sarney, e de negociar a contratação do ex-namorado de sua neta na Casa.

Nos últimos dez dias, Sarney se afastou do Senado em licença médica para se tratar de uma gastroenterite. Ao retornar hoje à Casa, Sarney disse estar 80% melhor. "Eu digo que estou 80% melhor, o que é uma grande coisa, graças a Deus."

Reforma

A reforma da FGV para ser aplicada no Senado foi oficialmente apresentada por Sarney no final de outubro, mas até hoje não saiu do papel. O texto foi encaminhado aos parlamentares, cada um teria o prazo de 15 dias para analisar o seu conteúdo, mas a expectativa é que o tema seja analisado pelo plenário da Casa somente em 2010.

O texto encaminhado aos senadores preserva os parlamentares de cortes no número de servidores comissionados vinculados aos gabinetes até o final de 2010. Pelo texto, os senadores terão que reduzir o número de funcionários comissionados só a partir de 2011 --quando será eleita a nova Mesa Diretora do Senado. Na maior parte dos casos, os comissionados são indicações políticas.

A reforma também mantém os poderes da diretoria-geral da Casa mesmo depois das denúncias de irregularidades que teriam sido originadas na gestão do ex-diretor-geral Agaciel Maia. A proposta da FGV mantém o número de funcionários comissionados vinculados à diretoria-geral.

A proposta da FGV sugere a redução das atuais 41 diretorias da Casa para cinco. Também está previsto o corte no número de departamentos do Senado, que seriam reduzidos de 602 para 361 setores. O Senado também vai limitar as chamadas "funções comissionadas" (pagas em cima do salário inicial do servidor) a 463 em toda a instituição.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
avalie fechar
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
avalie fechar
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (18383)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página