Compromisso com a liberdade de comunicação é sagrado, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que seu compromisso com a liberdade de comunicação é sagrado e que a imprensa brasileira publica e deixa de publicar o que bem deseja.

"O Estado Democrático só existe, se consolida, com a imprensa livre", disse o presidente na abertura da 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), em Brasília.

Segundo Lula, com liberdade de imprensa, mais cedo ou mais tarde a verdade prevalece. "Os leitores, ouvintes, telespectadores são perfeitamente capazes de separar o joio do trigo, a notícia da campanha. São críticos implacáveis e juízes severos."

Lula cobrou que os candidatos à Presidência em 2010 incluam o tema em seus programas. "Devemos voltar a incluir a questão da comunicação social na agenda do país e tornar irreversível seu debate aberto, público", afirmou.

O presidente disse que a internet não é mais um luxo, é serviço de primeira necessidade. Por isso deve ser encarada como prioridade.

Em seu discurso, aplaudido pela plateia, afirmou que a multiplicação de publicações eletrônicas, mais "leves e baratas", é algo muito positivo para o país, inclusive pelo poder de interferência do internauta.

O presidente aproveitou a ocasião para defender o seu Plano Nacional de Banda Larga, que propõe levar internet de alta velocidade a "todos os usuários do país". O presidente comemorou também o salto de 75% nos últimos três anos de usuários à internet, registrado em pesquisa do IBGE.

O presidente cobrou uma reformulação da legislação da área de comunicação, que é muito antigo. O Código Brasileiro de Telecomunicação é de 1962. A Confecom começou hoje e termina nesta quinta-feira.

Vaias

O ministro Hélio Costa (Comunicações), ao contrário do presidente Lula, foi vaiado quando subiu ao palco e ao fazer seu discurso. A plateia gritou: "Hélio Costa, que papelão, o empresário é que é o seu patrão".

O ministro falou em seu discurso sobre o modelo de TV digital nipo-brasileiro, exemplo seguido por países da América Latina, como Argentina, Chile, Venezuela, Peru.

Estiveram presentes também os ministros Franklin Martins (Comunicação Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).