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19/01/2005
-
09h10
SÍLVIO FERREIRA
free-lance para a Agência Folha
da Folha de S.Paulo
O 5º Fórum Social Mundial tem como meta, na edição deste ano, não ficar apenas no campo das discussões, mas também apresentar "atividades e campanhas" que possam ser colocadas em prática. Segundo os organizadores, a medida vem em resposta às críticas de que não houve propostas concretas na última edição do evento, que neste ano ocorrerá de 26 a 31 deste mês, em Porto Alegre (RS).
O discurso de que o fórum não aplicava suas próprias resoluções foi usado pela oposição local ao PT (que administrou Porto Alegre até o ano passado) desde a sua primeira edição, em 2001. O Fórum Social surgiu como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente empresários, banqueiros e lideranças políticas em Davos (Suíça).
O tema se tornou mais delicado para os organizadores no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, às vésperas do segundo turno das eleições municipais, que o evento deveria passar a discutir somente um ou dois temas prioritários, para não se tornar uma "feira de produtos ideológicos".
A fim de buscar a realização de uma edição "mais propositiva", em cada um de seus espaços temáticos haverá um mural de propostas, onde serão divulgados os encaminhamentos desenvolvidos em cada encontro.
"Os 15 milhões de pessoas que em fevereiro protestaram contra a Guerra do Iraque são um exemplo de ações que nasceram a partir do Fórum Social Mundial", disse o coordenador-executivo do fórum, Jéferson Miola.
Jorge Eduardo Durão, diretor-geral da Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) e integrante do comitê organizador, disse que o próprio comitê colocou em prática algumas das discussões e experiências vivenciadas em outras edições, como transferir a sede do evento do centro de convenções da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) para estruturas erguidas às margens do rio Guaíba.
"O fato de erguermos estruturas ecológicas por meio da bioconstrução e de a mão-de-obra estar sendo executada por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao lado de soldados do Exército brasileiro é um exemplo disso tudo", afirmou Durão.
Atividades
Nesta edição, a organização tentou enxugar a profusão e a duplicidade de eventos, incentivando a aglutinação das atividades. Estão programados, no entanto, cerca de 2.500 eventos.
O orçamento do Fórum Social Mundial, segundo seus organizadores, é de aproximadamente R$ 14,5 milhões, sendo que R$ 10 milhões têm origem pública: governo federal (R$ 6 milhões), governo do Estado do Rio Grande do Sul (R$ 2 milhões) e Prefeitura de Porto Alegre (R$ 2 milhões).
Os organismos internacionais destinaram cerca de R$ 4,5 milhões ao fórum.
Os 11 espaços temáticos em que irão se dividir os debates são: Bens Comuns da Terra e dos Povos; Arte e Criação; Comunicação; Defendendo as Diversidades, Pluralidades e Identidades; Direitos Humanos; Economias Soberanas pelo e para os Povos; Ética, Cosmovisões e Espiritualidades; Lutas Sociais e Alternativas Democráticas; Paz e Desmilitarização; Pensamento Autônomo; Rumo à Construção de uma Ordem Democrática Internacional e Integração dos Povos.
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free-lance para a Agência Folha
da Folha de S.Paulo
O 5º Fórum Social Mundial tem como meta, na edição deste ano, não ficar apenas no campo das discussões, mas também apresentar "atividades e campanhas" que possam ser colocadas em prática. Segundo os organizadores, a medida vem em resposta às críticas de que não houve propostas concretas na última edição do evento, que neste ano ocorrerá de 26 a 31 deste mês, em Porto Alegre (RS).
O discurso de que o fórum não aplicava suas próprias resoluções foi usado pela oposição local ao PT (que administrou Porto Alegre até o ano passado) desde a sua primeira edição, em 2001. O Fórum Social surgiu como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente empresários, banqueiros e lideranças políticas em Davos (Suíça).
O tema se tornou mais delicado para os organizadores no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, às vésperas do segundo turno das eleições municipais, que o evento deveria passar a discutir somente um ou dois temas prioritários, para não se tornar uma "feira de produtos ideológicos".
A fim de buscar a realização de uma edição "mais propositiva", em cada um de seus espaços temáticos haverá um mural de propostas, onde serão divulgados os encaminhamentos desenvolvidos em cada encontro.
"Os 15 milhões de pessoas que em fevereiro protestaram contra a Guerra do Iraque são um exemplo de ações que nasceram a partir do Fórum Social Mundial", disse o coordenador-executivo do fórum, Jéferson Miola.
Jorge Eduardo Durão, diretor-geral da Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais) e integrante do comitê organizador, disse que o próprio comitê colocou em prática algumas das discussões e experiências vivenciadas em outras edições, como transferir a sede do evento do centro de convenções da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) para estruturas erguidas às margens do rio Guaíba.
"O fato de erguermos estruturas ecológicas por meio da bioconstrução e de a mão-de-obra estar sendo executada por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao lado de soldados do Exército brasileiro é um exemplo disso tudo", afirmou Durão.
Atividades
Nesta edição, a organização tentou enxugar a profusão e a duplicidade de eventos, incentivando a aglutinação das atividades. Estão programados, no entanto, cerca de 2.500 eventos.
O orçamento do Fórum Social Mundial, segundo seus organizadores, é de aproximadamente R$ 14,5 milhões, sendo que R$ 10 milhões têm origem pública: governo federal (R$ 6 milhões), governo do Estado do Rio Grande do Sul (R$ 2 milhões) e Prefeitura de Porto Alegre (R$ 2 milhões).
Os organismos internacionais destinaram cerca de R$ 4,5 milhões ao fórum.
Os 11 espaços temáticos em que irão se dividir os debates são: Bens Comuns da Terra e dos Povos; Arte e Criação; Comunicação; Defendendo as Diversidades, Pluralidades e Identidades; Direitos Humanos; Economias Soberanas pelo e para os Povos; Ética, Cosmovisões e Espiritualidades; Lutas Sociais e Alternativas Democráticas; Paz e Desmilitarização; Pensamento Autônomo; Rumo à Construção de uma Ordem Democrática Internacional e Integração dos Povos.
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