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19/01/2005
-
09h20
da Folha de S.Paulo
O PT programa para março uma campanha para cobrança, em parcela única, da contribuição anual de seus 821.437 filiados, na tentativa de cobrir as dívidas da eleição municipal. E não é para menos. Só a disputa em cinco capitais --Rio, Goiânia, Porto Alegre, São Paulo e Cuiabá-- deixou um buraco de R$ 6,8 milhões, quase nove vezes mais do que a dívida de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República (R$ 700 mil).
"A tradição do PT é pagar o que deve. Estamos ajudando município por município", promete o tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
A orientação da direção nacional foi para que os diretórios municipais assumissem legalmente a dívida de seus candidatos e negociassem com fornecedores um calendário de pagamento. Em Porto Alegre, a dívida do diretório municipal é de R$ 2,6 milhões.
"O partido está negociando com os fornecedores, estamos negociando com a direção nacional. É chato recorrer ao fundo partidário. Mas temos que cobrir esse déficit", afirma o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont.
Presidente municipal do PT, Waldir Bohngass diz que a direção nacional se compromete a ajudar porque a "próxima eleição é a nacional".
A disposição é manter o crédito do PT para a eleição de 2006. "Quando um diretório municipal deve, é a imagem do partido que está em jogo. O PT tem credibilidade e quer manter essa credibilidade", afirma Delúbio.
Segundo o advogado da campanha de Jorge Bittar à Prefeitura do Rio, Luiz Paulo Viveiro de Castro, o diretório municipal registrou como sua a dívida do candidato, de cerca de R$ 1 milhão, graças a um "acordo com a nacional do partido". "Não temos condições de pagar essa conta", diz.
Em Cuiabá, a dívida de campanha é calculada em R$ 900 mil. O secretário de Finanças do PT de Mato Grosso, Vicente Monge Dias, diz que, seguindo a orientação da nacional, o diretório municipal herdou esse débito, mas o diretório estadual assinou um termo de responsabilidade com os fornecedores. "Estamos seguindo a determinação da nacional", afirma Monge.
Diferentemente dos outros partidos, o PT assume as dívidas de seus candidatos. "A decisão de concorrer não é pessoal do candidato", diz Alexandre Cesar, candidato derrotado para a a Prefeitura de Cuiabá.
"Assumi uma missão partidária. O partido tem que cobrir as contas", endossou a senadora Ana Júlia (PT-PA), candidata derrotada na cidade de Belém, sem precisar o tamanho da dívida do PT municipal.
Em São Paulo, o diretório municipal incorporou uma dívida de R$ 500 mil da campanha da ex-prefeita Marta Suplicy. Segundo Leonide Tatto, tesoureiro de campanha de Marta, quase R$ 400 mil se referem a uma conta com a empresa de telefonia. "No fim da campanha, foi ficando mais difícil arrecadar", alegou ele, acrescentando que o PT dividiu, em cinco parcelas, o pagamento da dívida.
Em Goiânia, segundo o próprio Delúbio, o cálculo da dívida é de R$ 1,8 milhão. A dificuldade de arrecadação é maior quando o candidato acabou derrotado. Em Recife, o reeleito João Paulo não teve problemas. "Acabamos a campanha no zero a zero", disse.
Além das dívidas municipais, existem compromissos assumidos pela própria direção nacional do PT, como a contratação de estrelas do quilate de Zezé Di Camargo e Luciano e Rio Negro e Solimões para showmício em todo o país. Segundo a secretaria de mobilização do partido, a dupla Zezé Di Camargo e Luciano, por exemplo, fez 23 shows em campanha, a cerca de R$ 100 mil cada um. Hoje, o pagamento está sendo parcelado.
"Parte dos shows não foi coberta, mas o pagamento está sendo parcelado", diz o empresário da dupla, Rommel Marques.
Com a antecipação do calendário, Delúbio planeja arrecadar R$ 50 milhões em março. Com isso, a intenção é pagar 80% da dívida até abril. O restante teria de ser quitado para o ano que vem. "Vamos ser solidários. Não haverá quebra de contrato. O fornecedor não será prejudicado", diz.
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O PT programa para março uma campanha para cobrança, em parcela única, da contribuição anual de seus 821.437 filiados, na tentativa de cobrir as dívidas da eleição municipal. E não é para menos. Só a disputa em cinco capitais --Rio, Goiânia, Porto Alegre, São Paulo e Cuiabá-- deixou um buraco de R$ 6,8 milhões, quase nove vezes mais do que a dívida de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República (R$ 700 mil).
"A tradição do PT é pagar o que deve. Estamos ajudando município por município", promete o tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
A orientação da direção nacional foi para que os diretórios municipais assumissem legalmente a dívida de seus candidatos e negociassem com fornecedores um calendário de pagamento. Em Porto Alegre, a dívida do diretório municipal é de R$ 2,6 milhões.
"O partido está negociando com os fornecedores, estamos negociando com a direção nacional. É chato recorrer ao fundo partidário. Mas temos que cobrir esse déficit", afirma o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont.
Presidente municipal do PT, Waldir Bohngass diz que a direção nacional se compromete a ajudar porque a "próxima eleição é a nacional".
A disposição é manter o crédito do PT para a eleição de 2006. "Quando um diretório municipal deve, é a imagem do partido que está em jogo. O PT tem credibilidade e quer manter essa credibilidade", afirma Delúbio.
Segundo o advogado da campanha de Jorge Bittar à Prefeitura do Rio, Luiz Paulo Viveiro de Castro, o diretório municipal registrou como sua a dívida do candidato, de cerca de R$ 1 milhão, graças a um "acordo com a nacional do partido". "Não temos condições de pagar essa conta", diz.
Em Cuiabá, a dívida de campanha é calculada em R$ 900 mil. O secretário de Finanças do PT de Mato Grosso, Vicente Monge Dias, diz que, seguindo a orientação da nacional, o diretório municipal herdou esse débito, mas o diretório estadual assinou um termo de responsabilidade com os fornecedores. "Estamos seguindo a determinação da nacional", afirma Monge.
Diferentemente dos outros partidos, o PT assume as dívidas de seus candidatos. "A decisão de concorrer não é pessoal do candidato", diz Alexandre Cesar, candidato derrotado para a a Prefeitura de Cuiabá.
"Assumi uma missão partidária. O partido tem que cobrir as contas", endossou a senadora Ana Júlia (PT-PA), candidata derrotada na cidade de Belém, sem precisar o tamanho da dívida do PT municipal.
Em São Paulo, o diretório municipal incorporou uma dívida de R$ 500 mil da campanha da ex-prefeita Marta Suplicy. Segundo Leonide Tatto, tesoureiro de campanha de Marta, quase R$ 400 mil se referem a uma conta com a empresa de telefonia. "No fim da campanha, foi ficando mais difícil arrecadar", alegou ele, acrescentando que o PT dividiu, em cinco parcelas, o pagamento da dívida.
Em Goiânia, segundo o próprio Delúbio, o cálculo da dívida é de R$ 1,8 milhão. A dificuldade de arrecadação é maior quando o candidato acabou derrotado. Em Recife, o reeleito João Paulo não teve problemas. "Acabamos a campanha no zero a zero", disse.
Além das dívidas municipais, existem compromissos assumidos pela própria direção nacional do PT, como a contratação de estrelas do quilate de Zezé Di Camargo e Luciano e Rio Negro e Solimões para showmício em todo o país. Segundo a secretaria de mobilização do partido, a dupla Zezé Di Camargo e Luciano, por exemplo, fez 23 shows em campanha, a cerca de R$ 100 mil cada um. Hoje, o pagamento está sendo parcelado.
"Parte dos shows não foi coberta, mas o pagamento está sendo parcelado", diz o empresário da dupla, Rommel Marques.
Com a antecipação do calendário, Delúbio planeja arrecadar R$ 50 milhões em março. Com isso, a intenção é pagar 80% da dívida até abril. O restante teria de ser quitado para o ano que vem. "Vamos ser solidários. Não haverá quebra de contrato. O fornecedor não será prejudicado", diz.
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