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28/01/2005
-
14h23
da Folha Online
O escritor português José Saramago defendeu ontem que o Fórum Social Mundial se torne mais propositivo. "O fórum precisa enfrentar o desafio de evitar o que chamou de 'laminagem' do ser humano. Estamos sendo cada vez reduzidos mais, até o momento que se possa fazer assim [simula um pedaço de lâmina sendo quebrado], romper e quebrar a folha", disse.
Segundo Saramago, combater esse processo, é o grande desafio atual. Desde a primeira edição do fórum, os militantes aguardavam a presença do escritor. O Fórum Social Mundial está na sua 5ª edição.
Ao participar de um debate sobre a reforma das Nações Unidas, o escritor falou sobre vários temas, entre os quais direitos humanos. Esse também havia sido assunto da carta lida na primeira edição do evento, que se tornou um dos documentos referenciais entre os "outromundistas" --como são conhecidos os participantes do fórum.
O que chamou a atenção do público, no entanto, foram as exposições sobre o processo do fórum. "Um acontecimento como esse, o Fórum Social Mundial, em minha opinião, me permitam que eu deite um pouco d'água na fervura, pode vir a converter-se em um ritual sem demasiadas conseqüências", comentou.
"Como se Porto Alegre fosse --e se continuarmos a vir aqui a Porto Alegre-- uma espécie de Meca, onde os crentes, que somos todos nós, peregrinam uma vez por ano, ou de dois em dois anos, atirando pedras, como no caso de Meca supostamente ao diabo."
Para Saramago, o fórum precisa procurar respostas para os grandes problemas da humanidade. "Alguma coisa que torne visível nos meios de comunicação social a presença do Fórum Social Mundial. Daqui deve sair uma voz única --não no sentido absoluto, mas no sentido de voz consensual--, que de fato defina o fórum como uma presença política, social --se crês filosófica, se crês moral, se crês ética-- que se oponha às barbaridades do mundo."
Com Agência Brasil
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Saramago defende Fórum Social Mundial mais propositivo
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O escritor português José Saramago defendeu ontem que o Fórum Social Mundial se torne mais propositivo. "O fórum precisa enfrentar o desafio de evitar o que chamou de 'laminagem' do ser humano. Estamos sendo cada vez reduzidos mais, até o momento que se possa fazer assim [simula um pedaço de lâmina sendo quebrado], romper e quebrar a folha", disse.
Segundo Saramago, combater esse processo, é o grande desafio atual. Desde a primeira edição do fórum, os militantes aguardavam a presença do escritor. O Fórum Social Mundial está na sua 5ª edição.
Ao participar de um debate sobre a reforma das Nações Unidas, o escritor falou sobre vários temas, entre os quais direitos humanos. Esse também havia sido assunto da carta lida na primeira edição do evento, que se tornou um dos documentos referenciais entre os "outromundistas" --como são conhecidos os participantes do fórum.
O que chamou a atenção do público, no entanto, foram as exposições sobre o processo do fórum. "Um acontecimento como esse, o Fórum Social Mundial, em minha opinião, me permitam que eu deite um pouco d'água na fervura, pode vir a converter-se em um ritual sem demasiadas conseqüências", comentou.
"Como se Porto Alegre fosse --e se continuarmos a vir aqui a Porto Alegre-- uma espécie de Meca, onde os crentes, que somos todos nós, peregrinam uma vez por ano, ou de dois em dois anos, atirando pedras, como no caso de Meca supostamente ao diabo."
Para Saramago, o fórum precisa procurar respostas para os grandes problemas da humanidade. "Alguma coisa que torne visível nos meios de comunicação social a presença do Fórum Social Mundial. Daqui deve sair uma voz única --não no sentido absoluto, mas no sentido de voz consensual--, que de fato defina o fórum como uma presença política, social --se crês filosófica, se crês moral, se crês ética-- que se oponha às barbaridades do mundo."
Com Agência Brasil
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