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14/02/2005 - 18h37

Discursos inflamados marcam o fim da campanha na Câmara

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Os cinco deputados que disputam a presidência da Câmara apostaram suas últimas fichas no discurso em plenário para conseguir mais votos. A autonomia da Câmara foi o ponto de consenso entre os candidatos.

O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) prometeu, entre outras coisas, o aumento dos salários dos congressistas e o aumento de mandato. O tempo maior de legislatura, de acordo com ele, seria conquistado ao se fazer coincidir as datas das eleições estaduais, federais e municipais.

"Queremos equivalência salarial com os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não me faltará coragem para enfrentar as polêmicas sobre as verbas indenizatórias e os salários dos parlamentares", discursou.

Mais uma vez, o deputado pernambucano assegurou estar certo de sua eleição e disse contar com o apoio "dos insatisfeitos, mas isto não representa um confronto com o Planalto, mas sim um encontro da Câmara com a nação".

Câmara independente

Virgílio Guimarães (PT-MG) defendeu a legitimidade de sua candidatura e afirmou representar 'os Estados, as regiões'. "Vamos buscar o fortalecimento da Federação. Não podemos parar os projetos do Legislativo. Vamos à vitória com a Câmara independente e harmônica entre os demais partidos", declarou.

Em um dos discursos mais agressivos do dia, o deputado Jair Bolsonaro (PFL-RJ) cumpriu o que prometeu e, mais do que pedir votos para si mesmo, pediu aos seus pares para não votarem no candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O pefelista não poupou ataques e, ao final de sua fala, foi ao mesmo tempo aplaudido e vaiado pelos colegas,

Em seus dez minutos de discurso, o deputado atacou Greenhalgh e o PT. Embora sua fala se dirigisse a todos os deputados, havia um recado especial para a bancada ruralista. O deputado carioca insistiu em lembrar o trabalho de Greenhalgh na defesa dos integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

"Só vou ter o meu voto, não pedi voto a ninguém. Vamos mostrar ao PT que aqui não tem 300 picaretas. Se continuar como está, vamos ter líderes sem bancada, igual general sem tropa. Ele prega independência, mas vai fazer a sua própria independência", disparou Bolsonaro.

Mais adiante, o deputado carioca questionou seus colegas se Greenhalgh é o que o Brasil merece. "Será que o Brasil merece ter sentado nessa mesa um defensor de seqüestrador? Ele passou a defender os seqüestradores do empresário Abílio Diniz e não cobrou nada deles. No assassinato do prefeito Celso Daniel, proibiu o Ministério Público de fazer as investigações. Não podemos ter nessa mesa um homem que obstrui o Ministério Público", atacou Bolsonaro.

O candidato do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA) adotou um discurso mais ameno. Aleluia defendeu a independência do Congresso . "Na verdadeira democracia, os ministros subordinam-se ao Congresso e não o Congresso aos ministros. O presidente legisla, inclusive sobre impostos, como pode se verificar no caso da MP 232 [projeto no qual o governo, entre outras coisas, altera o imposto de renda dos prestadores de serviço]. Temos que dizer não à submissão a esse governo autoritário", afirmou Aleluia.

O ex-líder do PFL aproveitou o momento para relembrar o caso Waldomiro Diniz e afirmou que a Câmara foi incapaz de criar Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as denúncias contra o ex-assessor da Ministério da Casa Civil.

Aleluia também criticou o engajamento de ministros na candidatura oficial do PT, em especial o café da manhã realizado na última sexta-feira com a presença de dez ministros.

Advogado de causas

O último a discursar foi Greenhalgh. O deputado paulista se defendeu veladamente das acusações feitas por Bolsonaro, afirmando que não é um advogado de casos, mas "causas". "Minha causa agora é presidir a Câmara", disse.

Conhecido pelo seu temperamento forte, Greenhalgh fez um discurso conciliador, sem atacar seus oponentes e elogiando o atual presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha.

O candidato oficial do PT disse que quer seguir o exemplo do João Paulo. "Não serei seu substituto. Serei seu sucessor", afirmou.

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