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21/02/2005
-
09h30
RANIER BRAGON
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Rio Verde (GO)
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PE), e a cúpula do seu partido, o PP, deram ontem sinais de que podem abandonar o apoio à possível reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Severino disse inclusive que vê "com bons olhos" uma candidatura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), um dos principais nomes do oposicionista PSDB.
Reunidos em um encontro partidário em Rio Verde, interior de Goiás, Severino e as demais lideranças pepistas adotaram posições dúbias, por vezes contraditórias, sobre como o partido, hoje governista, se portará em 2006 -se apoiará o PT, a oposição, ou lançará candidatura própria.
"Tenho a característica de assumir a responsabilidade pelo que falo. Eu disse na reunião do PSDB que via com bons olhos a candidatura de FHC, mas a política é dinâmica", afirmou Severino. "Hoje estamos prontos a tomar uma posição, mas não sabemos o desenrolar da coisa".
O deputado tinha até uma semana atrás quase nenhuma voz no seu partido, mas ascendeu de forma surpreendente ao vencer o candidato do Planalto (e, oficialmente, do próprio PP), Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), na disputa na Câmara.
A reunião com o PSDB a que ele se refere foi na madrugada de terça-feira, quando ele conseguiu o apoio dos tucanos.
Ainda sobre o PP continuar com Lula em 2006: "Depende do presidente da República. O tratamento que ele der ao PP é o tratamento que ele vai receber. (...) Não vou dizer que o meu candidato é FHC ou Lula. O meu candidato é aquele que melhor atender aos interesses da nação."
Ministério rápido
O tratamento que ele diz desejar do Planalto significa um ou dois ministérios, e rápido. "Se eles querem esperar, eu prefiro que ele [Lula] faça rápido". Sobre qual pasta, brincou: "Prefiro a da Fazenda, que é para gente tomar logo conta de tudo".
Comentando a vitória de Severino, FHC disse, em entrevista publicada no "Correio Braziliense" de ontem, não se lembrar "de ter visto nenhum momento de tanta confusão partidária".
"Um governo que se elegeu com a história de um partido devia ter entendido que os partidos são importantes e que não vale o preço destruir partidos para governar." Para FHC, "o maior adversário do governo Lula é o PT. É por causa do anacronismo. Progressismo não é isso que eles pensam que é. Em nome do que se imagina que sejam os melhores ideais, querem voltar ao passado."
Em outro momento do evento em Rio Verde, Severino lembrou que o partido tem tudo para apoiar a reeleição do petista caso ele continue "dando ao país a dimensão que ele vem dando".
Outros sinais divergentes foram dados pelas lideranças, que faziam discursos grandiloqüentes ontem. Pedro Corrêa (PE), presidente da legenda, lançou em um mesmo discurso Severino e o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) à Presidência da República.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PE), e a cúpula do seu partido, o PP, deram ontem sinais de que podem abandonar o apoio à possível reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Severino disse inclusive que vê "com bons olhos" uma candidatura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), um dos principais nomes do oposicionista PSDB.
Reunidos em um encontro partidário em Rio Verde, interior de Goiás, Severino e as demais lideranças pepistas adotaram posições dúbias, por vezes contraditórias, sobre como o partido, hoje governista, se portará em 2006 -se apoiará o PT, a oposição, ou lançará candidatura própria.
"Tenho a característica de assumir a responsabilidade pelo que falo. Eu disse na reunião do PSDB que via com bons olhos a candidatura de FHC, mas a política é dinâmica", afirmou Severino. "Hoje estamos prontos a tomar uma posição, mas não sabemos o desenrolar da coisa".
O deputado tinha até uma semana atrás quase nenhuma voz no seu partido, mas ascendeu de forma surpreendente ao vencer o candidato do Planalto (e, oficialmente, do próprio PP), Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), na disputa na Câmara.
A reunião com o PSDB a que ele se refere foi na madrugada de terça-feira, quando ele conseguiu o apoio dos tucanos.
Ainda sobre o PP continuar com Lula em 2006: "Depende do presidente da República. O tratamento que ele der ao PP é o tratamento que ele vai receber. (...) Não vou dizer que o meu candidato é FHC ou Lula. O meu candidato é aquele que melhor atender aos interesses da nação."
Ministério rápido
O tratamento que ele diz desejar do Planalto significa um ou dois ministérios, e rápido. "Se eles querem esperar, eu prefiro que ele [Lula] faça rápido". Sobre qual pasta, brincou: "Prefiro a da Fazenda, que é para gente tomar logo conta de tudo".
Comentando a vitória de Severino, FHC disse, em entrevista publicada no "Correio Braziliense" de ontem, não se lembrar "de ter visto nenhum momento de tanta confusão partidária".
"Um governo que se elegeu com a história de um partido devia ter entendido que os partidos são importantes e que não vale o preço destruir partidos para governar." Para FHC, "o maior adversário do governo Lula é o PT. É por causa do anacronismo. Progressismo não é isso que eles pensam que é. Em nome do que se imagina que sejam os melhores ideais, querem voltar ao passado."
Em outro momento do evento em Rio Verde, Severino lembrou que o partido tem tudo para apoiar a reeleição do petista caso ele continue "dando ao país a dimensão que ele vem dando".
Outros sinais divergentes foram dados pelas lideranças, que faziam discursos grandiloqüentes ontem. Pedro Corrêa (PE), presidente da legenda, lançou em um mesmo discurso Severino e o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) à Presidência da República.
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