Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/04/2005 - 22h42

PM acusado de formar milícia diz que secretário do PR comprava cocaína

Publicidade

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

O tenente-coronel da Polícia Militar do Paraná Waldir Copetti Neves disse hoje que o secretário da Segurança do Estado, Luiz Fernando Delazari, era cliente de um traficante de cocaína quando era promotor e assessorava a Procuradoria-Geral da Justiça no Estado. Neves fez a acusação no início de seu depoimento à CPI mista da Terra no Congresso, que realizou uma sessão --tumultuada do começo ao fim-- em Curitiba.

Neves foi preso no início do mês durante a Operação Março Branco, da Polícia Federal. Ele é acusado de comandar uma organização criminosa que trafica armas e de controlar uma milícia paga por fazendeiros do Paraná para intimidar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Nem ele nem o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, deram informações novas sobre a milícia contra o MST em razão de a investigação estar sob segredo de Justiça.

Durante a sessão, o produtor rural Emílio Manfredo Ribas, da região de Ponta Grossa, recebeu voz de prisão por desacato à autoridade. "Vai embora, senadorzinho de 3.000 votos, cabeça-chata", gritou o produtor ao senador Siba Machado (PT-AC). Foi levado preso depois que o advogado da ONG Terra de Direitos (que defende o MST), Darci Frigo, reagiu sob o argumento de que se tratou de ofensa racista. O senador foi convencido por um delegado da PF a optar pela denúncia de desacato.

Sob protestos dos integrantes do PT na comissão, o senador Alvado Dias (PSDB-PR) tinha dado ao oficial preso 20 minutos para falar antes de começar a responder às perguntas. Foi quando Neves promoveu ataques ao secretário e também ao ex-deputado do PT e hoje secretário do Trabalho do governo de Roberto Requião (PMDB), Padre Roque Zimmermann.

"Um traficante conhecido por Pacheco, que era diretor de um colégio de Curitiba, disse [ao delegado que comandava o combate ao narcotráfico no Estado em 2000] que costumava vender cocaína para o Delazari", afirmou Neves, apontando para o que dizia ser um dossiê sobre o assunto. Em nota, a Procuradoria da Justiça negou o fato.

O oficial também disse que a família Delazari grampeou conversas telefônicas de adversários políticos de Colorado (interior do PR), durante a campanha eleitoral do ano passado.

Por último, acusou Zimmermann "e seus cupinchas" de pressionar pessoas por doações em dinheiro que o ex-deputado "entregava ao MST". O oficial também atacou o MST, chamando os líderes de "criminosos". "Essas lideranças obrigam os acampados a uma escravidão branca e os usam como massa de manobra para chegar ao poder, não para fazer a reforma agrária."

Leia mais
  • Governador de Roraima recorre à Justiça e decreta luto oficial
  • Aécio critica reportagem sobre morte de Tancredo e se diz "indignado"
  • Defesa tenta isentar Jucá de responsabilidade de empréstimo

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a CPI da Terra
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página