Publicidade
Publicidade
05/05/2005
-
13h34
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O governo sofreu na manhã de hoje mais uma derrota na Câmara dos Deputados com a eleição do secretário de Justiça de São Paulo e presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), Alexandre de Moraes, indicado pelo PFL e PSDB, para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão responsável pelo controle externo do Poder Judiciário.
Os líderes haviam fechado um acordo para que o nome do candidato indicado pelo governo, Sérgio Renault --da Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça--, fosse aprovado para o CNJ.
Em contrapartida, os deputados da base apoiariam a indicação de Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque --apadrinhado do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE)-- para o Conselho Nacional do Ministério Público.
Ao final da contagem, no entanto, a primeira parte do acordo foi descumprida e Moraes recebeu 183 votos contra 154 de Renault. Albuquerque, pai de um assessor de Severino, recebeu 294 votos e foi eleito para o Conselho do Ministério Público com folga.
"Foi uma vitória da oposição porque minha candidatura foi apresentada pelo PFL e pelo PSDB, mas tivemos votos de outros partidos", afirmou Moraes. De acordo com ele, deputados do PMDB e do PL o apoiaram. Outros congressistas acreditam que o PP também apoiou a oposição. "Ao que tudo indica, o acordo foi descumprido", afirmou José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Renault, que acompanhou desde o início as negociações da Reforma do Judiciário, deixou o plenário com um discurso diplomático, mas não escondeu a decepção. "Não era uma indicação do governo. Não era uma indicação política", ponderou.
Febem
Moraes disse ainda que não sabe se continuará à frente da Febem, embora a instituição passe por mais uma de suas crises, com denúncias de maus-tratos, constantes rebeliões e fugas em massa.
Como o CNJ precisa ainda definir seu regimento, Moraes não sabe se conseguirá acumular as funções. Mesmo assim, o secretário deixou evidente que quer manter todas as suas funções. "Eu gosto de trabalhar, já venho acumulando alguns cargos", afirmou. Moraes disse que conversará com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e esperará a definição do regimento do Conselho para saber se poderá continuar acumulando todas as funções.
A eleição de Moraes ocorreu um dia depois da 23ª rebelião da Febem neste ano. Na quarta-feira, os internos do complexo do Tatuapé (zona leste de São Paulo) se rebelaram durante aproximadamente oito horas. Dez internos e 40 funcionários ficaram feridos.
Alexandre de Moraes e Francisco Albuquerque serão sabatinados nas próximas semanas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Aprovados, os nomes seguem para o plenário da Casa para conseqüente aprovação.
Leia mais
STF julga ação contra MP que dá status de ministro ao presidente do BC
Acordo revela brasileiro desaparecido na ditadura argentina
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Alexandre de Moraes
Leia o que já foi publicado sobre rebeliões na Febem
Governo sofre derrota e secretário de Alckmin assume cargo no CNJ
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O governo sofreu na manhã de hoje mais uma derrota na Câmara dos Deputados com a eleição do secretário de Justiça de São Paulo e presidente da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), Alexandre de Moraes, indicado pelo PFL e PSDB, para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão responsável pelo controle externo do Poder Judiciário.
Os líderes haviam fechado um acordo para que o nome do candidato indicado pelo governo, Sérgio Renault --da Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça--, fosse aprovado para o CNJ.
Em contrapartida, os deputados da base apoiariam a indicação de Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque --apadrinhado do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE)-- para o Conselho Nacional do Ministério Público.
Ao final da contagem, no entanto, a primeira parte do acordo foi descumprida e Moraes recebeu 183 votos contra 154 de Renault. Albuquerque, pai de um assessor de Severino, recebeu 294 votos e foi eleito para o Conselho do Ministério Público com folga.
"Foi uma vitória da oposição porque minha candidatura foi apresentada pelo PFL e pelo PSDB, mas tivemos votos de outros partidos", afirmou Moraes. De acordo com ele, deputados do PMDB e do PL o apoiaram. Outros congressistas acreditam que o PP também apoiou a oposição. "Ao que tudo indica, o acordo foi descumprido", afirmou José Eduardo Cardozo (PT-SP).
Renault, que acompanhou desde o início as negociações da Reforma do Judiciário, deixou o plenário com um discurso diplomático, mas não escondeu a decepção. "Não era uma indicação do governo. Não era uma indicação política", ponderou.
Febem
Moraes disse ainda que não sabe se continuará à frente da Febem, embora a instituição passe por mais uma de suas crises, com denúncias de maus-tratos, constantes rebeliões e fugas em massa.
Como o CNJ precisa ainda definir seu regimento, Moraes não sabe se conseguirá acumular as funções. Mesmo assim, o secretário deixou evidente que quer manter todas as suas funções. "Eu gosto de trabalhar, já venho acumulando alguns cargos", afirmou. Moraes disse que conversará com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e esperará a definição do regimento do Conselho para saber se poderá continuar acumulando todas as funções.
A eleição de Moraes ocorreu um dia depois da 23ª rebelião da Febem neste ano. Na quarta-feira, os internos do complexo do Tatuapé (zona leste de São Paulo) se rebelaram durante aproximadamente oito horas. Dez internos e 40 funcionários ficaram feridos.
Alexandre de Moraes e Francisco Albuquerque serão sabatinados nas próximas semanas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Aprovados, os nomes seguem para o plenário da Casa para conseqüente aprovação.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice