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24/05/2005 - 09h18

Jefferson diz que entregará cargos do PTB a Lula e volta a defender CPI

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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

O presidente do PTB, deputado federal Roberto Jefferson (RJ), avisou ontem que a sigla entregará hoje cartas de demissão de pelo menos quatro cargos importantes no governo federal --as presidências da Eletronorte e do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), e diretorias da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) e da Eletronuclear-- e outros seis de menos relevância.

O deputado federal anunciou a entrega dos cargos às 20h30, ao final de um depoimento de três horas de duração prestado ao procurador da República Bruno Caiado de Acioli, no decorrer de um inquérito civil público que apura suposta improbidade administrativa nos Correios.

"Pedi a todos os colegas que entregassem suas cartas de demissão", disse Jefferson. A estratégia é demonstrar suposta lisura nas investigações sobre o vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratações e Administração de Material, Maurício Marinho, aparece recebendo propina de dois supostos empresários.

O único ministro do PTB no governo Lula, Walfrido Mares Guia (Turismo), não teve o cargo pedido por Jefferson e poderá continuar no governo, se quiser. Segundo Jefferson, a decisão caberá a Mares Guia porque ele teria sido uma escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não "uma indicação partidária".

O presidente da Eletronorte, Roberto Garcia Salmeron, que agora deverá deixar o cargo, é citado por Maurício Marinho no vídeo sob investigação como um dos dois principais "apoios" do grupo de Jefferson em Brasília, ao lado do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Menezes Batista.

Jefferson fez elogios ao presidente Lula, que na semana passada chamou-o de "parceiro" e manifestou apoio ao parlamentar. "É um dos maiores seres humanos que conheci na vida. Ele [Lula] não vai se arrepender de ter conhecido o Roberto Jefferson", disse o deputado.

Jefferson afirmou que continua pedindo "a todos os companheiros" do PTB que assinem a criação da CPI dos Correios.

No depoimento prestado ao Ministério Público, Jefferson reafirmou as linhas gerais do discurso de defesa que fez na tribuna da Câmara na terça-feira da semana passada. Ele acusou dois supostos emissários de uma empresa que teria "interesses contrariados" pela administração dos Correios.

Jefferson voltou a dizer que foi procurado em Belém (PA) por um certo "comandante Molina", que seria o consultor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Antônio Gerardo Molina Gonçalves. Ele teria primeiro pedido para fazer "negócios" nos Correios. Jefferson teria então orientado Molina a procurar o então diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Batista.

Dias mais tarde, em Brasília, sempre segundo a versão do deputado, Molina voltou a procurar Jefferson, agora com a suposta intenção de "fazer negócio com uma fita". Jefferson teria então expulsado Molina de seu gabinete. Indagado sobre a razão de não ter acionado a polícia para apurar a conversa de Molina, Jefferson respondeu: "Não acreditei. Achei que era um blefe".

O deputado afirmou que não acredita em interesses políticos por trás da gravação e da divulgação do vídeo com Maurício Marinho. "Foi uma coisa negocial", disse Jefferson. Ele atribuiu tudo a uma "disputa comercial", de empresas que queriam fazer contratos com os Correios mas não obtiveram sucesso.

O deputado negou que o PTB tenha pedido ao presidente do IRB-Brasil Resseguros, Luiz Appolonio, que deve deixar o cargo a partir de hoje, uma "mesada de R$ 400 mil", conforme denunciou a última edição da revista "Veja". "É uma maledicência, uma acusação solta, maledicente, pequena", disse Roberto Jefferson.

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