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24/05/2005
-
09h47
SILVIO NAVARRO
da Agência Folha
Os 12 deputados estaduais acusados de corrupção nas gravações do governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), conduziram o deputado Carlão de Oliveira (PFL) à Presidência da Assembléia Legislativa. Ele é suspeito de ter pagado R$ 200 mil por voto.
Dos 14 deputados que elegeram Carlão, como é chamado na Casa, 12 nomes são citados nos vídeos divulgados por Cassol. Sete deles aparecem nas imagens supostamente cobrando propina do governador em troca de apoio político para votar projetos.
Numa das gravações, exibida anteontem pelo "Fantástico", da Rede Globo, o deputado Emílio Paulista (sem partido) afirma ao governador que cada um dos 14 parlamentares recebeu R$ 200 mil para votar no pefelista, resultando num montante de R$ 2,8 milhões.
Carlão de Oliveira foi eleito presidente da Assembléia em 2003, com o aval de 14 deputados de um total de 24, segundo a presidência da Assembléia. Derrotou Everton Leoni (PSDB), que tinha o apoio do governador, numa eleição que marcou o início de uma crise entre o governador e o Legislativo. Dos 24 deputados, Cassol tem o apoio de somente três.
Quebra-quebra
A série de denúncias de corrupção contra os deputados começou no último dia 15, quando foram divulgadas imagens de um grupo de sete deputados aparentemente negociando propina com Cassol.
As denúncias geraram uma sucessão de protestos nas ruas de Porto Velho. O mais duro deles, na terça-feira passada, terminou com depredação da Assembléia e do Palácio do Governo.
No dia seguinte, Ellen Ruth (PP), Amarildo de Almeida (PDT), Daniel Neri (PMDB), Ronilton Capixaba (PL), Emílio Paulista (sem partido), Kaká Mendonça (PTB) e João da Muleta (PMDB) foram afastados da Assembléia Legislativa por 30 dias e uma comissão foi instalada para investigar o caso.
No entanto, de acordo com as gravações de Cassol, o grupo seria maior. Em gravações divulgadas anteontem, outros cinco nomes foram citados como beneficiários do esquema: Edison Gazoni (PDT), Leudo Buriti (PTB), Chico Doido (PSB), Chico Paraíba (PMDB) e Marcos Donadon (PMDB). Nenhum deles, entretanto, aparece nas fitas.
Ontem, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Rondônia nomeou dois conselheiros para acompanhar a apuração das denúncias contra os parlamentares.
O governador Ivo Cassol anunciou que viajará hoje para Brasília e entregará as fitas ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles, e ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele também enviou cópias ontem ao Ministério Público Estadual.
Outro lado
Os deputados Leudo Buriti, Marcos Donadon, Chico Paraíba e Chico Doido negaram o envolvimento no esquemas de corrupção citados nas gravações e o recebimento de dinheiro para votar em Carlão de Oliveira.
Os quatro repetiram que não autorizaram nenhum deputado a negociar propina em seu nome. O deputado Edison Gazoni não respondeu às ligações.
Paraíba afirmou que renuncia ao mandato se for divulgada uma imagem dele negociando propina com o governador.
Dos sete deputados que aparecem nas fitas, apenas três --Ellen Ruth, Amarildo de Almeida e Daniel Neri-- se pronunciaram até agora. Os outros quatro se recusam a dar entrevistas. Todos eles negam as acusações.
O presidente da Assembléia Legislativa informou, por meio de sua assessoria, que só comentará a denúncia de compra de votos quando a Casa obtiver cópias das fitas não editadas, conforme solicitou à Justiça Estadual.
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da Agência Folha
Os 12 deputados estaduais acusados de corrupção nas gravações do governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), conduziram o deputado Carlão de Oliveira (PFL) à Presidência da Assembléia Legislativa. Ele é suspeito de ter pagado R$ 200 mil por voto.
Dos 14 deputados que elegeram Carlão, como é chamado na Casa, 12 nomes são citados nos vídeos divulgados por Cassol. Sete deles aparecem nas imagens supostamente cobrando propina do governador em troca de apoio político para votar projetos.
Numa das gravações, exibida anteontem pelo "Fantástico", da Rede Globo, o deputado Emílio Paulista (sem partido) afirma ao governador que cada um dos 14 parlamentares recebeu R$ 200 mil para votar no pefelista, resultando num montante de R$ 2,8 milhões.
Carlão de Oliveira foi eleito presidente da Assembléia em 2003, com o aval de 14 deputados de um total de 24, segundo a presidência da Assembléia. Derrotou Everton Leoni (PSDB), que tinha o apoio do governador, numa eleição que marcou o início de uma crise entre o governador e o Legislativo. Dos 24 deputados, Cassol tem o apoio de somente três.
Quebra-quebra
A série de denúncias de corrupção contra os deputados começou no último dia 15, quando foram divulgadas imagens de um grupo de sete deputados aparentemente negociando propina com Cassol.
As denúncias geraram uma sucessão de protestos nas ruas de Porto Velho. O mais duro deles, na terça-feira passada, terminou com depredação da Assembléia e do Palácio do Governo.
No dia seguinte, Ellen Ruth (PP), Amarildo de Almeida (PDT), Daniel Neri (PMDB), Ronilton Capixaba (PL), Emílio Paulista (sem partido), Kaká Mendonça (PTB) e João da Muleta (PMDB) foram afastados da Assembléia Legislativa por 30 dias e uma comissão foi instalada para investigar o caso.
No entanto, de acordo com as gravações de Cassol, o grupo seria maior. Em gravações divulgadas anteontem, outros cinco nomes foram citados como beneficiários do esquema: Edison Gazoni (PDT), Leudo Buriti (PTB), Chico Doido (PSB), Chico Paraíba (PMDB) e Marcos Donadon (PMDB). Nenhum deles, entretanto, aparece nas fitas.
Ontem, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Rondônia nomeou dois conselheiros para acompanhar a apuração das denúncias contra os parlamentares.
O governador Ivo Cassol anunciou que viajará hoje para Brasília e entregará as fitas ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles, e ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele também enviou cópias ontem ao Ministério Público Estadual.
Outro lado
Os deputados Leudo Buriti, Marcos Donadon, Chico Paraíba e Chico Doido negaram o envolvimento no esquemas de corrupção citados nas gravações e o recebimento de dinheiro para votar em Carlão de Oliveira.
Os quatro repetiram que não autorizaram nenhum deputado a negociar propina em seu nome. O deputado Edison Gazoni não respondeu às ligações.
Paraíba afirmou que renuncia ao mandato se for divulgada uma imagem dele negociando propina com o governador.
Dos sete deputados que aparecem nas fitas, apenas três --Ellen Ruth, Amarildo de Almeida e Daniel Neri-- se pronunciaram até agora. Os outros quatro se recusam a dar entrevistas. Todos eles negam as acusações.
O presidente da Assembléia Legislativa informou, por meio de sua assessoria, que só comentará a denúncia de compra de votos quando a Casa obtiver cópias das fitas não editadas, conforme solicitou à Justiça Estadual.
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