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07/06/2005 - 09h24

CPI é agora fato consumado, dizem aliados

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FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo

A entrevista do presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), transformou a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em um fato consumado, segundo avaliação de líderes governistas na Câmara.

A peça que dá origem à CPI dos Correios é considerada tecnicamente fraca, tanto por governistas como por alguns oposicionistas. Em compensação, com as novas denúncias, ficou mais difícil derrubar a CPI no passo seguinte, que seria o plenário.

"Na CCJ a decisão tende a ser mais técnica, examinando a constitucionalidade e os aspectos técnicos, mas no plenário o voto tem caráter mais político. No atual clima, é difícil convencer deputados a se expor para matar a CPI", disse o líder do PP, José Janene (PR).

Há quem avalie que ainda é possível aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a inconstitucionalidade do requerimento de CPI, uma vez que o governo tem maioria folgada --ampliada com a substituição de deputados considerados "independentes" por outros mais fiéis ao Palácio do Planalto.

A CCJ analisa um recurso do vice-líder do governo João Leão (PL-BA), que pede a derrubada da CPI dos Correios por não ter um "fato determinado". Isso significa que seria ampla demais, propondo-se a investigar várias estatais.

Está marcado para hoje o início da discussão do relatório sobre o recurso, preparado pelo deputado Inaldo Leitão (PL-PB), que, alinhado com as pretensões governistas, deve aceitar o argumento de Leão. O governo tem 40 dos 60 integrantes da CCJ.

A votação deve ocorrer só na semana que vem. A expectativa do governo antes do final de semana era de otimismo com a possibilidade de aprovar a inconstitucionalidade também no plenário, uma vez que o quórum necessário é apenas de maioria simples.

"A situação é muito complicada politicamente. Em tese, a CPI dos Correios trata de uma coisa, e a acusação de mesada é outra. Na prática, o ambiente político mudou. Isso se reflete na tentativa de derrubar a CPI", afirmou o líder do PSB, Renato Casagrande (ES).

O governo teme que uma CPI dos Correios, ao ser instalada, rapidamente se preste a investigar todo o governo federal.

Para Sandro Mabel, líder do PL (GO), a entrevista de Jefferson à Folha adicionou um novo elemento de confusão a um ambiente que já parecia controlado pelo governo. "Vamos ter de reavaliar, porque cada vez que acontece uma coisa dessas, as coisas mudam radicalmente", afirmou.

Há também entre os governistas partidários da opinião de que ainda é possível impedir a criação da CPI. Um dos petistas credenciados pelo governo para comandar a operação-abafa diz que a entrevista de Jefferson é menos ruim do que parece. "Se conseguirmos explicar o papel do presidente Lula, teremos então uma acusação feita por um deputado isolado, que não tem provas. O calor do momento pode se dissipar."

Cresce ainda a defesa de que o governo tome uma atitude simbólica forte nos próximos dias para passar a imagem de que está se movimentando. "É preciso fazer um pente fino nos cargos de nomeação política", diz Casagrande.

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