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07/06/2005
-
10h00
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
da Folha de S.Paulo, em Brasília
As bancadas do PTB na Câmara e no Senado decidiram pedir o afastamento do deputado Roberto Jefferson (RJ) da presidência do partido.
Durante a reunião, que durou até o início da madrugada de hoje, os dirigentes do partido decidiram também apoiar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista dos Correios.
Segundo o PTB, caso Jefferson não aceite se afastar do cargo haverá uma reunião da bancada às 14h de hoje para fechar um posicionamento em relação à saída do presidente do PTB, que será levado à Executiva Nacional do partido.
A cúpula do partido defende que as declarações de Jefferson, sobre suposto esquema de mesadas de R$ 30 mil, sejam investigadas pela Corregedoria da Câmara.
Sob o argumento de que foram pegos de surpresa pela publicação de uma entrevista sobre a qual nenhum deles teria sido avisado, petebistas avaliavam que o partido sofreu um golpe --um deles chegou a dizer que "o PTB acabou"-- e que uma possível reação só seria possível sem Jefferson.
Fernando Bezerra (PTB-RN), líder do governo no Congresso, chegou a Brasília pouco depois das 17h já defendendo abertamente o afastamento. "Ele é o responsável pelos atos dele e não pode ter falado como presidente do partido", disse Bezerra.
Ontem, o governo procurou descolar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das acusações sobre o suposto pagamento de mesada. O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, disse que o presidente ouviu em uma reunião apenas um comentário e teria pedido uma apuração imediata. Mas fez questão de dizer três vezes que o governo nada tem a ver com a prática do mensalão.
"Não há nenhuma acusação que relacione o pagamento a parlamentares por parte do governo. A denúncia refere-se ao hipotético pagamento de um partido a parlamentares a outros partidos. O governo não sofreu qualquer tipo de acusação", afirmou.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que Lula não recebeu nenhuma denúncia de pagamento de mesadas, muito menos chorou ao saber do suposto caso. "Quem conhece o presidente Lula sabe que ele não é muito de chorar, muito menos por questões de natureza política, um homem bastante vivido, equilibrado. Isso não tem qualquer veracidade", afirmou.
Reação
Mas a estratégia governista pode ter outras conseqüências. O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), reagiu à tentativa de delegar ao PT a responsabilidade pelo pagamento de mesadas. "Isto não existe. O erro é nosso, é do governo e do PT", afirmou.
Aldo Rebelo também delegou à Câmara dos Deputados a responsabilidade por investigar o caso. A declaração não combina, portanto, com a tentativa da base governista de abafar a investigação sobre o caso de corrupção nos Correios, estendida agora à prática do mensalão.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que é necessário investigar, esclarecer as denúncias e afirmou que se preciso for criar uma CPI para apurar o caso, que seja instalada. "Não posso colaborar com a ampliação dessa percepção [de que a corrupção aumentou no governo Lula]. Não é razoável que maus parlamentares contaminem a instituição", argumentou.
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Durante a reunião, que durou até o início da madrugada de hoje, os dirigentes do partido decidiram também apoiar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista dos Correios.
Segundo o PTB, caso Jefferson não aceite se afastar do cargo haverá uma reunião da bancada às 14h de hoje para fechar um posicionamento em relação à saída do presidente do PTB, que será levado à Executiva Nacional do partido.
A cúpula do partido defende que as declarações de Jefferson, sobre suposto esquema de mesadas de R$ 30 mil, sejam investigadas pela Corregedoria da Câmara.
Sob o argumento de que foram pegos de surpresa pela publicação de uma entrevista sobre a qual nenhum deles teria sido avisado, petebistas avaliavam que o partido sofreu um golpe --um deles chegou a dizer que "o PTB acabou"-- e que uma possível reação só seria possível sem Jefferson.
Fernando Bezerra (PTB-RN), líder do governo no Congresso, chegou a Brasília pouco depois das 17h já defendendo abertamente o afastamento. "Ele é o responsável pelos atos dele e não pode ter falado como presidente do partido", disse Bezerra.
Ontem, o governo procurou descolar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das acusações sobre o suposto pagamento de mesada. O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, disse que o presidente ouviu em uma reunião apenas um comentário e teria pedido uma apuração imediata. Mas fez questão de dizer três vezes que o governo nada tem a ver com a prática do mensalão.
"Não há nenhuma acusação que relacione o pagamento a parlamentares por parte do governo. A denúncia refere-se ao hipotético pagamento de um partido a parlamentares a outros partidos. O governo não sofreu qualquer tipo de acusação", afirmou.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que Lula não recebeu nenhuma denúncia de pagamento de mesadas, muito menos chorou ao saber do suposto caso. "Quem conhece o presidente Lula sabe que ele não é muito de chorar, muito menos por questões de natureza política, um homem bastante vivido, equilibrado. Isso não tem qualquer veracidade", afirmou.
Reação
Mas a estratégia governista pode ter outras conseqüências. O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), reagiu à tentativa de delegar ao PT a responsabilidade pelo pagamento de mesadas. "Isto não existe. O erro é nosso, é do governo e do PT", afirmou.
Aldo Rebelo também delegou à Câmara dos Deputados a responsabilidade por investigar o caso. A declaração não combina, portanto, com a tentativa da base governista de abafar a investigação sobre o caso de corrupção nos Correios, estendida agora à prática do mensalão.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que é necessário investigar, esclarecer as denúncias e afirmou que se preciso for criar uma CPI para apurar o caso, que seja instalada. "Não posso colaborar com a ampliação dessa percepção [de que a corrupção aumentou no governo Lula]. Não é razoável que maus parlamentares contaminem a instituição", argumentou.
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