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27/06/2005
-
09h10
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo
O empresário Marcos Valério de Souza omitiu quase R$ 1 milhão em dinheiro de sua declaração de renda de 2003, segundo dados obtidos pela Folha. Ele não informou à Receita Federal naquele ano que possuía, em 2002, R$ 960 mil em aplicações num fundo de investimento financeiro do banco Alfa.
Procurada pela Folha, a assessoria de Valério informou que ele não iria se manifestar.
A maior parte do patrimônio do empresário e de sua mulher, Renilda Santiago, está em aplicações financeiras. De acordo com registros bancários aos quais a reportagem teve acesso, dos R$ 6,7 milhões do patrimônio do casal em 2003, R$ 4,56 milhões estavam em fundos, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), contas correntes e cadernetas de poupança. Desse dinheiro, R$ 4,18 milhões estavam em nome de Renilda.
Marcos Valério e sua mulher têm nos investimentos grande parte de sua receita. Em 2003, tiveram ganho líquido de quase R$ 100 mil. No ano passado, somente em aplicações no banco Alfa e no Banco do Brasil, Renilda ganhou R$ 550 mil líquidos --livres de impostos e de taxas de administração cobradas pelos gestores de recursos.
As duas principais agências de Valério ampliaram seus ganhos em contratos oficiais a partir do segundo semestre de 2003, primeiro ano da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Valério teve o valor de um contrato aumentado, venceu duas contas, nos Correios e na Câmara dos Deputados, e conseguiu manter outros quatros contratos antigos: Banco do Brasil, ministérios do Trabalho e dos Esportes e a estatal Eletronorte.
O empresário mineiro foi apontado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB) como um dos "operadores" do "mensalão", suposto pagamento de propina no valor R$ 30 mil a deputados do PP e do PL. O esquema seria orquestrado pelo PT.
No Banco do Brasil, principal cliente do empresário no governo, os gastos com publicidade cresceram 71% no ano passado em relação a 2003. Naquele ano, o banco destinou R$ 153,6 milhões para despesas com publicidade. Em 2004, foram R$ 262,8 milhões.
Segundo reportagem da Folha publicada ontem, o patrimônio pessoal de Marcos Valério e de sua mulher quase dobrou no primeiro ano do governo Lula.
Entre aplicações financeiras, imóveis, participações em empresas e carros de luxo, detinham em 2002 cerca de R$ 3,8 milhões. Em 2003, R$ 6,7 milhões, de acordo com dados bancários, cartoriais e informações prestadas ao Detran obtidos pela Folha.
O salto de seus bens de um ano para o outro se deveu em grande medida aos ganhos que suas empresas lhe renderam. Em 2002, recebeu das agências de publicidade (e coligadas) das quais é sócio R$ 504 mil a título de lucros e dividendos. No ano seguinte, foram R$ 2,95 milhões. Ou seja, o retorno que suas empresas lhe proporcionaram no primeiro ano do governo Lula foi quase seis vezes maior do que em 2002.
Em 1997, de acordo com sua declaração de renda, Valério se encaixava no perfil de classe média --naquele ano, declarou R$ 233.323, R$ 115 mil em cotas da empresa SMPB e R$ 118.323 aplicados em poupança.
Em 2001, seu patrimônio era de R$ 3,3 milhões. Em 2002 subiu para R$ 3,8 milhões. De 2002 para 2003, a variação foi de 76%.
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Valério omite R$ 1 mi da Receita Federal
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da Folha de S.Paulo
O empresário Marcos Valério de Souza omitiu quase R$ 1 milhão em dinheiro de sua declaração de renda de 2003, segundo dados obtidos pela Folha. Ele não informou à Receita Federal naquele ano que possuía, em 2002, R$ 960 mil em aplicações num fundo de investimento financeiro do banco Alfa.
Procurada pela Folha, a assessoria de Valério informou que ele não iria se manifestar.
A maior parte do patrimônio do empresário e de sua mulher, Renilda Santiago, está em aplicações financeiras. De acordo com registros bancários aos quais a reportagem teve acesso, dos R$ 6,7 milhões do patrimônio do casal em 2003, R$ 4,56 milhões estavam em fundos, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), contas correntes e cadernetas de poupança. Desse dinheiro, R$ 4,18 milhões estavam em nome de Renilda.
Marcos Valério e sua mulher têm nos investimentos grande parte de sua receita. Em 2003, tiveram ganho líquido de quase R$ 100 mil. No ano passado, somente em aplicações no banco Alfa e no Banco do Brasil, Renilda ganhou R$ 550 mil líquidos --livres de impostos e de taxas de administração cobradas pelos gestores de recursos.
As duas principais agências de Valério ampliaram seus ganhos em contratos oficiais a partir do segundo semestre de 2003, primeiro ano da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Valério teve o valor de um contrato aumentado, venceu duas contas, nos Correios e na Câmara dos Deputados, e conseguiu manter outros quatros contratos antigos: Banco do Brasil, ministérios do Trabalho e dos Esportes e a estatal Eletronorte.
O empresário mineiro foi apontado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB) como um dos "operadores" do "mensalão", suposto pagamento de propina no valor R$ 30 mil a deputados do PP e do PL. O esquema seria orquestrado pelo PT.
No Banco do Brasil, principal cliente do empresário no governo, os gastos com publicidade cresceram 71% no ano passado em relação a 2003. Naquele ano, o banco destinou R$ 153,6 milhões para despesas com publicidade. Em 2004, foram R$ 262,8 milhões.
Segundo reportagem da Folha publicada ontem, o patrimônio pessoal de Marcos Valério e de sua mulher quase dobrou no primeiro ano do governo Lula.
Entre aplicações financeiras, imóveis, participações em empresas e carros de luxo, detinham em 2002 cerca de R$ 3,8 milhões. Em 2003, R$ 6,7 milhões, de acordo com dados bancários, cartoriais e informações prestadas ao Detran obtidos pela Folha.
O salto de seus bens de um ano para o outro se deveu em grande medida aos ganhos que suas empresas lhe renderam. Em 2002, recebeu das agências de publicidade (e coligadas) das quais é sócio R$ 504 mil a título de lucros e dividendos. No ano seguinte, foram R$ 2,95 milhões. Ou seja, o retorno que suas empresas lhe proporcionaram no primeiro ano do governo Lula foi quase seis vezes maior do que em 2002.
Em 1997, de acordo com sua declaração de renda, Valério se encaixava no perfil de classe média --naquele ano, declarou R$ 233.323, R$ 115 mil em cotas da empresa SMPB e R$ 118.323 aplicados em poupança.
Em 2001, seu patrimônio era de R$ 3,3 milhões. Em 2002 subiu para R$ 3,8 milhões. De 2002 para 2003, a variação foi de 76%.
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