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05/07/2005 - 17h08

Agente da Abin nega motivos políticos para investigar Correios

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Edgar Lange, em depoimento à CPI dos Correios, negou que as investigações sobre o esquema de corrupção na estatal tenham motivações políticas.

"Nós temos uma determinação de não atuar na área política. Eu digo como profissional que não tem uma linha sequer voltada para a área política. A questão é tão somente empresarial", afirmou.

A declaração contradiz o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que se dizia vítima de uma conspiração da Abin para minar o PTB. Na visão de Jefferson, a gravação que flagrava o ex-chefe de Contratação e Administração dos Correios Maurício Marinho, indicado por um deputado do PTB, recebendo propina de R$ 3.000, teria como objetivo prejudicar o PTB.

Lange afirmou que os 16 relatórios produzidos pela Abin sobre o caso, partindo de uma denúncia anônima sobre corrupção na estatal, estão à disposição da CPI. Nesses documentos, o nome de Marinho não é citado, conforme relato do agente da Abin.

Segundo o relato de Lange, as investigações começaram em 5 de abril deste ano, mas foram suspensas no dia 20 de maio, depois de revelado o escândalo, por ordem de seu superior, Paulo Ramos (amigo pessoal de Jairo Martins). Os motivos para a suspensão dos trabalhos nos Correios, determinada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Armando Félix, não foram revelados.

A tese contesta as declarações feitas por José Fortuna Neves, ex-agente do extinto SNI (Sistema Nacional de Informações), de que a Casa Civil estaria por trás das investigações da Abin. Fortuna, inclusive, foi acusado por Jefferson de tentar chantageá-lo de posse da fita. O agente revelou que Fortuna era fonte da Abin nas investigações.

No depoimento à agência, Lange relatou que Jefferson teria encaminhado a fita a Jorge Félix no dia 16 de maio.

Sigilo

Félix encaminhou à CPI um pedido para que a sessão da CPI, em que Lange é ouvido, fosse fechada para preservar a identidade do agente. Os integrantes da comissão, exceto seis parlamentares do governo, votaram para que a sessão não fosse secreta.

Lange então pediu para depor com um capuz, mas desistiu da idéia. Logo de início, avisou que determinadas informações não poderiam ser prestadas em sessão aberta.

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