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07/07/2005
-
16h22
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
A base governista e a oposição travaram uma disputa política hoje na CPI mista dos Correios para tentar quebrar os sigilos bancários, fiscais e telefônicos dos deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP), do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, do secretário-geral do partido, Silvio Pereira, e do presidente da legenda, José Genoino. Depois que os congressistas aprovaram a quebra dos sigilos de Jefferson, os petistas Delúbio, Dirceu e Genoino se adiantaram à votação e autorizaram a abertura de seus sigilos à CPI enviando, cada um, ofícios por fax.
Agora, a CPI irá enviar os requerimentos ao Banco Central, à Receita Federal e à Anatel, que buscará as operadoras para pegar informações.
Pela manhã, em sessão secreta, os dois lados fecharam um acordo para quebrar o sigilo de Jefferson e pela convocação de Delúbio à CPI. O acerto estava fechado quando parlamentares da oposição desfizeram o pacto. Os oposicionistas negam oficialmente, mas confirmam veladamente que a intenção era "colocar no mesmo balaio" os petistas e Roberto Jefferson.
Os governistas queriam evitar a comparação e quebraram apenas os sigilos de Roberto Jefferson. A oposição articulou novamente para, na mesma sessão, abrir os dados sigilosos dos petistas. Se houvesse sucesso, teriam o benefício político de ter quebrado os sigilos de figuras centrais do PT.
O senador Sibá Machado (PT-AC) reverteu a manobra da oposição e entrou em contato, uma a um, com Genoino, Dirceu, Delúbio e Silvio Pereira. Os quatro enviaram um documento à CPI autorizando a quebra de seus sigilos. Assim, não passariam pela exposição de terem seus dados abertos à revelia, pelos votos da oposição.
A briga se desenrolou por mais de quatro horas. Houve gritos, acusações de que o PFL teria dado apoio à ditadura, ao PT que estaria acobertando esquemas de corrupção, e a sessão chegou a ser suspensa porque ninguém mais conseguia falar sem que outros integrantes da CPI estivessem discutindo. Concluída a confusão, deputados e senadores chegaram ao mesmo resultado proposto inicialmente: todos estão com os sigilos quebrados.
Apesar da vitória simbólica da base governista, os integrantes dos partidos de oposição terão mais subsídios, caso haja irregularidades cometidas pelos petistas. Roberto Jefferson, por exemplo, prestou depoimento sem que nenhum membro da comissão soubesse qualquer detalhe de suas informações sigilosas.
Na tarde desta quinta-feira, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) voltou atrás e divulgou uma nota afirmando que se confundiu ao declarar na terça-feira, no "Programa do Jô", que alguns dos integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios recebiam o "mensalão" --suposto pagamento feito pelo governo a parlamentares da base aliada.
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Após disputa política, petistas abrem contas e CPI quebra sigilos de Jefferson
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da Folha Online, em Brasília
A base governista e a oposição travaram uma disputa política hoje na CPI mista dos Correios para tentar quebrar os sigilos bancários, fiscais e telefônicos dos deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP), do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, do secretário-geral do partido, Silvio Pereira, e do presidente da legenda, José Genoino. Depois que os congressistas aprovaram a quebra dos sigilos de Jefferson, os petistas Delúbio, Dirceu e Genoino se adiantaram à votação e autorizaram a abertura de seus sigilos à CPI enviando, cada um, ofícios por fax.
Agora, a CPI irá enviar os requerimentos ao Banco Central, à Receita Federal e à Anatel, que buscará as operadoras para pegar informações.
Sérgio Lima/FI |
CPI dos Correios quebrou sigilos de Roberto Jefferson |
Os governistas queriam evitar a comparação e quebraram apenas os sigilos de Roberto Jefferson. A oposição articulou novamente para, na mesma sessão, abrir os dados sigilosos dos petistas. Se houvesse sucesso, teriam o benefício político de ter quebrado os sigilos de figuras centrais do PT.
O senador Sibá Machado (PT-AC) reverteu a manobra da oposição e entrou em contato, uma a um, com Genoino, Dirceu, Delúbio e Silvio Pereira. Os quatro enviaram um documento à CPI autorizando a quebra de seus sigilos. Assim, não passariam pela exposição de terem seus dados abertos à revelia, pelos votos da oposição.
A briga se desenrolou por mais de quatro horas. Houve gritos, acusações de que o PFL teria dado apoio à ditadura, ao PT que estaria acobertando esquemas de corrupção, e a sessão chegou a ser suspensa porque ninguém mais conseguia falar sem que outros integrantes da CPI estivessem discutindo. Concluída a confusão, deputados e senadores chegaram ao mesmo resultado proposto inicialmente: todos estão com os sigilos quebrados.
Eduardo Knapp/FI |
O tesoureiro afastado, Delúbio Soares |
Na tarde desta quinta-feira, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) voltou atrás e divulgou uma nota afirmando que se confundiu ao declarar na terça-feira, no "Programa do Jô", que alguns dos integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios recebiam o "mensalão" --suposto pagamento feito pelo governo a parlamentares da base aliada.
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