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08/07/2005
-
17h09
da Folha Online
Na cerimônia de posse dos três novos ministros --Helio Costa (Comunicações), Saraiva Felipe (Saúde) e Silas Rondeau (Minas e Energia) --, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) continua no cargo e que as acusações precisam de provas.
"O companheiro Gushiken continuará dirigindo a Secom. A não ser que não queira", disse Lula.
Segundo assessores de sua pasta, Gushiken fez ontem uma reunião com auxiliares para dizer que sairia do governo. Em outras conversas, o ministro disse que a decisão está nas mãos de Lula. Se depender da vontade de familiares, ele deixará o cargo.
Foi um desgastado Gushiken quem tomou a iniciativa de pedir a reunião com Lula. Disse estar debaixo de um bombardeio, devido a reportagens a respeito de uma empresa da qual foi sócio (Globalprev, que assistiu a um salto no faturamento desde que o ex-associado migrou para Brasília), do aumento da publicidade da revista de um cunhado e de sua influência em fundos de pensão.
Afirmou ainda que, na hora em que Lula faz uma reforma em resposta à crise política, não quer ser gerador de fatos negativos.
Confiança
O ministro disse a Lula que nunca influenciou eventuais contratos de sua ex-empresa com entidades públicas ou privadas e que não teve responsabilidade no aumento de publicidade na revista de um cunhado. Já sua influência em fundos de pensão é um fato.
O presidente reiterou a confiança no ministro. Ambos avaliaram que o banqueiro Daniel Dantas, cujos interesses em fundos de pensão foram combatidos por Gushiken, estaria alimentando um lobby no Senado para enfraquecê-lo e rearticular seus interesses com o governo.
Na conversa, foram apontados como aliados de Dantas os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), César Borges (PFL-BA) e Heráclito Fortes (PFL-PI).
Desde a campanha de 2002, Gushiken barra o contato de Dantas com a cúpula do governo. Ele também minou o poder do banqueiro em fundos de pensão. Dantas fez pontes com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, dinamitadas por Gushiken.
Gushiken chegou a ser espionado por uma empresa (a Kroll), por orientação do Banco Opportunity, de Dantas.
Ao lado de Dirceu e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Gushiken é um poderoso auxiliar de Lula desde a campanha de 2002.
Nas discussões do governo, quase sempre se alinhou a Palocci --os dois foram trotsquistas e radicais do PT nos primórdios do partido. Teve choques de bastidor com Dirceu.
No início do governo Lula, os três (Gushiken, Dirceu e Palocci) integravam o chamado "núcleo duro" do governo, ouvido por Lula para a tomada de decisões.
Amigo do presidente, Gushiken é um dos poucos auxiliares que têm conversas francas com Lula, nas quais deixa claro eventuais discordâncias.
Com Folha S.Paulo
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Lula diz que Gushiken fica no cargo e que acusações precisam de provas
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Na cerimônia de posse dos três novos ministros --Helio Costa (Comunicações), Saraiva Felipe (Saúde) e Silas Rondeau (Minas e Energia) --, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) continua no cargo e que as acusações precisam de provas.
"O companheiro Gushiken continuará dirigindo a Secom. A não ser que não queira", disse Lula.
Jamil Bittar/Reuters |
Lula, na cerimônia de posse dos três novos ministros |
Foi um desgastado Gushiken quem tomou a iniciativa de pedir a reunião com Lula. Disse estar debaixo de um bombardeio, devido a reportagens a respeito de uma empresa da qual foi sócio (Globalprev, que assistiu a um salto no faturamento desde que o ex-associado migrou para Brasília), do aumento da publicidade da revista de um cunhado e de sua influência em fundos de pensão.
Afirmou ainda que, na hora em que Lula faz uma reforma em resposta à crise política, não quer ser gerador de fatos negativos.
Confiança
O ministro disse a Lula que nunca influenciou eventuais contratos de sua ex-empresa com entidades públicas ou privadas e que não teve responsabilidade no aumento de publicidade na revista de um cunhado. Já sua influência em fundos de pensão é um fato.
O presidente reiterou a confiança no ministro. Ambos avaliaram que o banqueiro Daniel Dantas, cujos interesses em fundos de pensão foram combatidos por Gushiken, estaria alimentando um lobby no Senado para enfraquecê-lo e rearticular seus interesses com o governo.
Na conversa, foram apontados como aliados de Dantas os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), César Borges (PFL-BA) e Heráclito Fortes (PFL-PI).
Desde a campanha de 2002, Gushiken barra o contato de Dantas com a cúpula do governo. Ele também minou o poder do banqueiro em fundos de pensão. Dantas fez pontes com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, dinamitadas por Gushiken.
Gushiken chegou a ser espionado por uma empresa (a Kroll), por orientação do Banco Opportunity, de Dantas.
Ao lado de Dirceu e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, Gushiken é um poderoso auxiliar de Lula desde a campanha de 2002.
Nas discussões do governo, quase sempre se alinhou a Palocci --os dois foram trotsquistas e radicais do PT nos primórdios do partido. Teve choques de bastidor com Dirceu.
No início do governo Lula, os três (Gushiken, Dirceu e Palocci) integravam o chamado "núcleo duro" do governo, ouvido por Lula para a tomada de decisões.
Amigo do presidente, Gushiken é um dos poucos auxiliares que têm conversas francas com Lula, nas quais deixa claro eventuais discordâncias.
Com Folha S.Paulo
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