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16/07/2005
-
21h21
da Folha Online
O tesoureiro afastado do PT, Delúbio Soares, veio a público hoje para admitir que campanhas eleitorais do partido foram financiadas com recursos de caixa dois, conforme adiantou a colunista Mônica Bergamo na edição de hoje da Folha. Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, Delúbio disse que o PT fez campanha com "dinheiro não-contabilizado" --ou seja, por recursos que não foram informados para a Justiça Eleitoral. Disse ainda que todos os partidos políticos fazem isso.
"Estou revelando que as campanhas eleitorais têm dinheiro não contabilizando. Estou aqui assumindo", disse ele.
Ele também confirmou que a maior parte dos recursos do caixa dois foi obtida por meio de financiamentos contratados pelo publicitário Marcos Valério. Depois de recorrer à Procuradoria Geral da República, o publicitário também deu entrevista ao "Jornal Nacional.
Pelos cálculos de Delúbio, os empréstimos tomados por Valério em benefício do PT totalizaram cerca de R$ 39 milhões.
Coincidentemente, a entrevista de Delúbio também foi precedida de um encontro seu com o procurador da República, Antônio Fernando de Souza. Ele negou, entretanto, que a estratégia de depor à Procuradoria da República e, em seguida, vir à mídia, foi combinada com Valério.
Segundo ele, os empréstimos foram obtidos primeiramente para quitar as dívidas restantes da campanha eleitoral de 2002. Em seguida, outros empréstimos foram tomados para ajudar a financiar a campanha eleitoral do PT e dos partidos da base aliada em 2004.
Para o tesoureiro afastado do PT, Valério contraiu esses empréstimos para ampliar a ligação de suas agências de publicidade com o partido. "Ele queria ser o publicitário do PT." No entanto, a agência de Valério tinha contratos importantes de publicidade com estatais, como o Banco do Brasil.
Delúbio inocentou outros caciques do PT da participação do esquema de caixa dois. "O José Dirceu não sabia. Nunca discuti esse assunto com ele. O presidente Genoino era o coordenador e definia a política de alianças. Mas a execução [do financiamento de campanhas] ficava sob a minha responsabilidade. O presidente Lula não sabia. O PT não trata assunto financeiro com o governo."
Segundo ele, Genoino sabia que era preciso fazer as campanhas eleitorais de 2004. "Estou assumindo essa questão." Delúbio disse que a nova Executiva do PT, presidido agora por Tarso Genro, está sendo informada agora sobre o esquema de caixa dois.
Ele negou qualquer relação entre o esquema de caixa dois com o "mensalão" pago aos deputados da base aliada que votariam a favor do governo. "Essa história do mensalão não é verdadeira. É mentira da pessoa que apresentou isso à nação [deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)]. Não tem compra de voto de deputado para votar a favor do governo."
Ele também rejeitou qualquer comparação entre as transações com o publicitário mineiro e a "operação Uruguai" --esquema de lavagem de dinheiro usado na campanha de Fernando Collor de Mello.
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Delúbio confirma caixa dois do PT e assume empréstimos com Valério
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O tesoureiro afastado do PT, Delúbio Soares, veio a público hoje para admitir que campanhas eleitorais do partido foram financiadas com recursos de caixa dois, conforme adiantou a colunista Mônica Bergamo na edição de hoje da Folha. Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, Delúbio disse que o PT fez campanha com "dinheiro não-contabilizado" --ou seja, por recursos que não foram informados para a Justiça Eleitoral. Disse ainda que todos os partidos políticos fazem isso.
"Estou revelando que as campanhas eleitorais têm dinheiro não contabilizando. Estou aqui assumindo", disse ele.
EFE |
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, admite fazer caixa dois |
Pelos cálculos de Delúbio, os empréstimos tomados por Valério em benefício do PT totalizaram cerca de R$ 39 milhões.
Coincidentemente, a entrevista de Delúbio também foi precedida de um encontro seu com o procurador da República, Antônio Fernando de Souza. Ele negou, entretanto, que a estratégia de depor à Procuradoria da República e, em seguida, vir à mídia, foi combinada com Valério.
Segundo ele, os empréstimos foram obtidos primeiramente para quitar as dívidas restantes da campanha eleitoral de 2002. Em seguida, outros empréstimos foram tomados para ajudar a financiar a campanha eleitoral do PT e dos partidos da base aliada em 2004.
Para o tesoureiro afastado do PT, Valério contraiu esses empréstimos para ampliar a ligação de suas agências de publicidade com o partido. "Ele queria ser o publicitário do PT." No entanto, a agência de Valério tinha contratos importantes de publicidade com estatais, como o Banco do Brasil.
Delúbio inocentou outros caciques do PT da participação do esquema de caixa dois. "O José Dirceu não sabia. Nunca discuti esse assunto com ele. O presidente Genoino era o coordenador e definia a política de alianças. Mas a execução [do financiamento de campanhas] ficava sob a minha responsabilidade. O presidente Lula não sabia. O PT não trata assunto financeiro com o governo."
Segundo ele, Genoino sabia que era preciso fazer as campanhas eleitorais de 2004. "Estou assumindo essa questão." Delúbio disse que a nova Executiva do PT, presidido agora por Tarso Genro, está sendo informada agora sobre o esquema de caixa dois.
Ele negou qualquer relação entre o esquema de caixa dois com o "mensalão" pago aos deputados da base aliada que votariam a favor do governo. "Essa história do mensalão não é verdadeira. É mentira da pessoa que apresentou isso à nação [deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)]. Não tem compra de voto de deputado para votar a favor do governo."
Ele também rejeitou qualquer comparação entre as transações com o publicitário mineiro e a "operação Uruguai" --esquema de lavagem de dinheiro usado na campanha de Fernando Collor de Mello.
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