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19/07/2005
-
09h57
CONRADO CORSALETTE
CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Criada para avaliar as contas do partido, a comissão de finanças do PT decidiu assumir apenas dívidas oficiais da legenda, que totalizam R$ 20,4 milhões (fora juros e multa). Para saldá-las, os dirigentes propõem corte de despesa, podendo atingir a área de pessoal. Paralelamente, pretendem realizar uma campanha de arrecadação com os filiados.
O relatório da comissão, concluído ontem, será submetido hoje à Executiva Nacional. Os cortes devem atingir o escritório de Brasília, inaugurado em 2003, primeiro ano do governo Lula. A idéia é fechá-lo ou reduzi-lo, dependendo do contrato de aluguel. Em São Paulo, a sede deve ser enxugada.
A Executiva vai discutir o suposto esquema de caixa dois do partido, que envolve empréstimos de R$ 39 milhões que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza diz ter repassado a pessoas indicadas por Delúbio Soares.
O discurso predominante é de que Delúbio é o responsável por débitos do suposto esquema, assumido por ele em depoimento à Procuradoria Geral na sexta: "Acredito que grande parte da direção anterior não tomou conhecimento deste financiamento", disse o presidente do partido, Tarso Genro.
"Delúbio sempre agiu com autonomia no trabalho de montagem da estrutura financeira do partido", disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). Petistas como o senador Sibá Machado (AC) chegam a defender o imediato desligamento de Delúbio do partido, mas tentam isentar o ex-presidente do PT José Genoino de culpa. "O caixa dois é tão crime quanto a história do mensalão", disse.
O depoimento do ex-tesoureiro amanhã à CPI dos Correios será, segundo os petistas, determinante para "esclarecer" a questão do caixa dois. Ontem, Delúbio esteve na sede petista para uma reunião com a assessoria jurídica do partido. Ele também tranqüilizou membros da Executiva sobre o teor de seu depoimento à CPI, afirmando que assumirá responsabilidade pelos empréstimos.
Enquanto Delúbio circulava pela sede do PT, o secretário-geral do partido, Ricardo Berzoini, discutia com parlamentares as estratégia da bancada nos depoimentos de Delúbio e do ex-dirigente Silvio Pereira à CPI. Os dirigentes petistas querem dos parlamentares uma postura mais agressiva, com questionamentos diretos a Delúbio e Silvio, para afastar a idéia de que estão acuados.
Também traçaram a seguinte estratégia: já que a CPI não se mantém restrita às investigações sobre corrupção nos Correios, será proposta a apuração do caixa dois de todos os partidos e da gestão FHC. "O mínimo de procedimento compatível com a posição de militante do partido no momento em que ex-dirigentes vão depor é saber da atual direção qual é o fato levantado", disse Carlos Abicalil (PT-MT).
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PT anuncia que só vai assumir as dívidas oficiais
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CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo
Criada para avaliar as contas do partido, a comissão de finanças do PT decidiu assumir apenas dívidas oficiais da legenda, que totalizam R$ 20,4 milhões (fora juros e multa). Para saldá-las, os dirigentes propõem corte de despesa, podendo atingir a área de pessoal. Paralelamente, pretendem realizar uma campanha de arrecadação com os filiados.
O relatório da comissão, concluído ontem, será submetido hoje à Executiva Nacional. Os cortes devem atingir o escritório de Brasília, inaugurado em 2003, primeiro ano do governo Lula. A idéia é fechá-lo ou reduzi-lo, dependendo do contrato de aluguel. Em São Paulo, a sede deve ser enxugada.
A Executiva vai discutir o suposto esquema de caixa dois do partido, que envolve empréstimos de R$ 39 milhões que o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza diz ter repassado a pessoas indicadas por Delúbio Soares.
O discurso predominante é de que Delúbio é o responsável por débitos do suposto esquema, assumido por ele em depoimento à Procuradoria Geral na sexta: "Acredito que grande parte da direção anterior não tomou conhecimento deste financiamento", disse o presidente do partido, Tarso Genro.
"Delúbio sempre agiu com autonomia no trabalho de montagem da estrutura financeira do partido", disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). Petistas como o senador Sibá Machado (AC) chegam a defender o imediato desligamento de Delúbio do partido, mas tentam isentar o ex-presidente do PT José Genoino de culpa. "O caixa dois é tão crime quanto a história do mensalão", disse.
O depoimento do ex-tesoureiro amanhã à CPI dos Correios será, segundo os petistas, determinante para "esclarecer" a questão do caixa dois. Ontem, Delúbio esteve na sede petista para uma reunião com a assessoria jurídica do partido. Ele também tranqüilizou membros da Executiva sobre o teor de seu depoimento à CPI, afirmando que assumirá responsabilidade pelos empréstimos.
Enquanto Delúbio circulava pela sede do PT, o secretário-geral do partido, Ricardo Berzoini, discutia com parlamentares as estratégia da bancada nos depoimentos de Delúbio e do ex-dirigente Silvio Pereira à CPI. Os dirigentes petistas querem dos parlamentares uma postura mais agressiva, com questionamentos diretos a Delúbio e Silvio, para afastar a idéia de que estão acuados.
Também traçaram a seguinte estratégia: já que a CPI não se mantém restrita às investigações sobre corrupção nos Correios, será proposta a apuração do caixa dois de todos os partidos e da gestão FHC. "O mínimo de procedimento compatível com a posição de militante do partido no momento em que ex-dirigentes vão depor é saber da atual direção qual é o fato levantado", disse Carlos Abicalil (PT-MT).
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