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18/07/2005 - 22h30

Filho de Brizola dirá que PT recebeu dinheiro de bicheiros em caixa 2

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O empresário José Vicente Brizola, 54, filho do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola (1922-2004), adiantou nesta segunda-feira que falará em seu depoimento de amanhã à CPI dos Correios, sobre financiamento por parte de bicheiros para a campanha majoritária do PT no Rio Grande do Sul em 2002 --pelo menos, segundo ele, para a candidata ao Senado, Emília Fernandes (que depois foi secretária especial da Mulher, no governo Lula).

A chapa majoritária do PT na época tinha como candidato ao governo do Estado o atual presidente nacional do PT, Tarso Genro.

''Ela tinha caixa dois. Não sei se era só dela ou de toda a chapa majoritária do PT. Como dificilmente não há campanha para senador isolada, acho que era para todos da chapa majoritária'', disse José Vicente à Folha.

A Folha examinou a lista de financiadores para a campanha de Tarso em 2002. Oficialmente, não consta, entre os 783 doadores, nenhum empresário da área de jogos ou envolvidos nos escândalos investigados atualmente pelo Congresso.

Quebra de sigilo

De acordo com o filho de Brizola, quem recebia os bicheiros para reuniões era o filho de Emília, Carlos Fernandes, que trabalhava com ela. Durante tais encontros, porém, ela própria entrava algumas vezes na sala.

''Vou insistir, durante meu depoimento, em um assunto: a maneira de comprovar tudo o que digo é a quebra de sigilo telefônico da ex-senadora e do seu filho. Bancário, também. Mas a quebra do sigilo telefônico vai mostrar as ligações que eles fizeram, inclusive para mim'', adiantou ele.

Na época, José Vicente era diretor da Lotergs (empresa responsável pelos jogos no Rio Grande do Sul). O governador era o atual ministro das Cidades, Olívio Dutra, que enfrentou uma CPI na Assembléia Legislativa sobre a segurança pública, com foco no suposto financiamento de bicheiros para o PT. José Vicente ficou no cargo entre janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2002.

Quando trocou o PDT pelo PT e assumiu a diretoria da Lotergs, José Vicente rompeu com seu pai, mas chegou a se reconciliar com ele antes de sua morte, em 21 de junho do ano passado.

''Na época, fui pressionado e assediado para fazer a intermediação com os empresários da área dos jogos e angariar recursos. Eu me recusei. Queriam que eu os apresentasse. Depois, fiquei sabendo que a chapa majoritária do PT havia recebido dinheiro desses empresários'', conta ele.

Após a morte de Brizola, José Vicente se mudou para o Rio, onde abriu um restaurante. Ele vive em um apartamento contíguo ao que era de seu pai.

''Como o Sílvio Pereira [ex-secretário-geral do PT] também vai depor, meu depoimento pode ter menos destaque, o que é uma pena", afirmou.

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