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19/07/2005
-
10h54
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI mista dos Correios começam a ouvir nesta terça-feira o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira "às cegas". Isso porque a CPI ainda não recebeu nenhuma documentação relativa à quebra de seu sigilo bancário, mesmo com os insistentes pedidos de urgência dos membros da CPI. "Nós já vimos que há lentidão em quebrar sigilo bancário", afirmou o relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Em sua rápida apresentação, o ex-dirigente negou que tenha feito nomeações no governo e disse está prestando depoimento na CPI "para defender a verdade". "Eu quero informar que quem nomeou foi o governo. Eu nunca nomeei ninguém."
Ontem, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, concedeu um habeas corpus preventivo a Pereira e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares. Ambos pediram para depor na CPI na condição de investigados --eles podem se recusar a assinar o termo de compromisso de falar toda a verdade do que lhe for perguntado na comissão.
Sessão secreta
Hoje, Serraglio afirmou que poderá ouvir algumas das 11 pessoas pessoas citadas pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza em sessão secreta. Na última quinta-feira, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, Valério apontou os nomes das pessoas autorizadas por Delúbio para sacar dinheiro do empréstimo de R$ 39 milhões que teria obtido para o partido.
De acordo com o relator, a CPI poderá formar uma comissão especial para ir aos Estados onde os citados se encontram. Em depoimento à comissão, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, já havia informado que um motoboy poderia falar aos parlamentares, mas que ele estava com medo de se expor.
A CPI ainda não definiu quando será o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Os parlamentares também não receberam documentos relativos à quebra dos sigilos de Dirceu e preferem reunir mais documentos antes de ouvi-lo. "Por enquanto, só posso dizer que está muito distante. Ele [Dirceu] só poderia dizer que o Silvio e o Delúbio operavam [os empréstimos]."
Homem da máquina
Homem da máquina do PT, o ex-secretário-geral foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de negociar nomeações de cargos em estatais. Segundo Jefferson, as negociações eram feitas em uma sala da Casa Civil. Pereira integrou a coordenação das últimas campanhas presidenciais do partido e participou da elaboração do estatuto do PT.
O ex-presidente nacional do partido, José Genoino, afirmou em depoimento à Corregedoria da Câmara que "Silvio Pereira representava o PT nas reivindicações que apresentava ao governo e a representação dos companheiros do PT na administração federal".
A longa carreira de Pereira dentro do partido não o impediu de "cair" com o agravamento da crise política. No dia 4, ele pediu afastamento de suas funções no partido até o encerramento das investigações da CPI dos Correios, que investiga o suposto esquema de fraude nas licitações da estatal, bem como o pagamento de mesadas ao PTB, por parte dos dirigentes da empresa indicados pelo partido.
Na ocasião, Pereira também pediu que fosse aberto um processo na comissão de ética para a apuração de todas as denúncias envolvendo seu nome.
Colaborou ROSE ANE SILVEIRA
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CPI dos Correios começa a ouvir Silvio Pereira "às cegas"
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da Folha Online, em Brasília
Os integrantes da CPI mista dos Correios começam a ouvir nesta terça-feira o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira "às cegas". Isso porque a CPI ainda não recebeu nenhuma documentação relativa à quebra de seu sigilo bancário, mesmo com os insistentes pedidos de urgência dos membros da CPI. "Nós já vimos que há lentidão em quebrar sigilo bancário", afirmou o relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Em sua rápida apresentação, o ex-dirigente negou que tenha feito nomeações no governo e disse está prestando depoimento na CPI "para defender a verdade". "Eu quero informar que quem nomeou foi o governo. Eu nunca nomeei ninguém."
Fernando Donasci/FI |
O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira |
Sessão secreta
Hoje, Serraglio afirmou que poderá ouvir algumas das 11 pessoas pessoas citadas pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza em sessão secreta. Na última quinta-feira, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, Valério apontou os nomes das pessoas autorizadas por Delúbio para sacar dinheiro do empréstimo de R$ 39 milhões que teria obtido para o partido.
De acordo com o relator, a CPI poderá formar uma comissão especial para ir aos Estados onde os citados se encontram. Em depoimento à comissão, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, já havia informado que um motoboy poderia falar aos parlamentares, mas que ele estava com medo de se expor.
A CPI ainda não definiu quando será o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Os parlamentares também não receberam documentos relativos à quebra dos sigilos de Dirceu e preferem reunir mais documentos antes de ouvi-lo. "Por enquanto, só posso dizer que está muito distante. Ele [Dirceu] só poderia dizer que o Silvio e o Delúbio operavam [os empréstimos]."
Homem da máquina
Homem da máquina do PT, o ex-secretário-geral foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de negociar nomeações de cargos em estatais. Segundo Jefferson, as negociações eram feitas em uma sala da Casa Civil. Pereira integrou a coordenação das últimas campanhas presidenciais do partido e participou da elaboração do estatuto do PT.
O ex-presidente nacional do partido, José Genoino, afirmou em depoimento à Corregedoria da Câmara que "Silvio Pereira representava o PT nas reivindicações que apresentava ao governo e a representação dos companheiros do PT na administração federal".
A longa carreira de Pereira dentro do partido não o impediu de "cair" com o agravamento da crise política. No dia 4, ele pediu afastamento de suas funções no partido até o encerramento das investigações da CPI dos Correios, que investiga o suposto esquema de fraude nas licitações da estatal, bem como o pagamento de mesadas ao PTB, por parte dos dirigentes da empresa indicados pelo partido.
Na ocasião, Pereira também pediu que fosse aberto um processo na comissão de ética para a apuração de todas as denúncias envolvendo seu nome.
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