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19/07/2005
-
22h08
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu na manhã de ontem um novo mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça de Brumadinho, desta vez na casa e em uma loja do contador Marco Aurélio Prata, suspeito de fazer "contabilidade paralela" para as agências SMPB Comunicação e DNA Propaganda.
A casa fica no condomínio Retiro do Chalé, região metropolitana de Belo Horizonte, mesmo lugar onde reside o publicitário Marcos Valério de Souza, um dos sócios das agências.
Foram apreendidos documentos do contador e da SMPB Comunicação, um cofre, 12 discos rígidos de computador (HDs) e 33 disquetes, além de fitas, gravador e um par de algemas. A operação policial durou das 7h às 9h40.
As conversas telefônicas gravadas com autorização judicial foram novamente a base para que a juíza Maria da Glória Reis autorizasse a ação da polícia. "Nessas conversas, os envolvidos relatam que naqueles locais estariam os documentos interessantes e que não poderiam cair nas mãos da Polícia Federal", diz o despacho da juíza, reproduzindo a argumentação do Ministério Público Estadual, autor do pedido de busca e apreensão.
Os locais eram a casa do contador e uma loja de material de construção (Casa Prata), que funciona nas imediações do condomínio. "Pelas investigações restou evidente que Marco Aurélio mantém serviço de contabilidade paralela e irregular para as empresas de Marcos Valério, e que essa prática ocorreria no interior da Casa Prata", diz o mandado de busca e apreensão.
Marco Aurélio Prata é irmão do ex-policial Marco Túlio Prata, chamado de Pratinha. Na semana passada, a polícia apreendeu na casa de Pratinha cerca de 5.000 notas fiscais da DNA Propaganda, outra agência em que Valério é sócio. Parte do material apreendido tinha sido queimado. A polícia ainda apreendeu 17 armas, algumas de grosso calibre, silenciadores e granadas.
No relato do Ministério Publico, reproduzido pela juíza de Brumadinho, está escrito: "Consta ainda que o requerido e outros envolvidos mantiveram diversas conversas telefônicas para combinarem forma e modo de destruírem os documentos necessários às investigações da CPMI [dos Correios]".
O contador estava em casa quando a polícia chegou. Segundo o delegado-corregedor da Polícia Civil, Magno César da Silva, ele não ofereceu resistência e negou que praticasse irregularidades. No dia 23 do mês passado, a PF apreendeu no escritório do contador (Prata e Castro Consultores Associados) HDs e documentos da SMPB e de Valério.
Entre os documentos apreendidos ontem, segundo o delegado-corregedor, está um relatório da SMPB de duplicatas baixadas, com diversos valores, muitos de R$ 40 mil e R$ 50 mil. Foram apreendidos ainda nove canhotos de notas fiscais, uma agenda e um livro de protocolo da Casa Prata.
Por determinação da juíza, todo o material será analisado na próxima terça, diante de representantes do Ministério Público e do contador. Na ocasião o cofre também será aberto.
Outro lado
A DNA não se manifestou. Sua assessoria disse que quer primeiro conhecer o despacho. A SMPB negou que exista contabilidade paralela. Os advogados das agências estavam em reunião e não responderam à ligação da Folha. Na portaria do Retiro do Chalé, a informação é que os funcionários não estão autorizados a passar o telefone do contador de Valério.
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Polícia apreende documentos de "contabilidade paralela" das agências de Valério
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu na manhã de ontem um novo mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça de Brumadinho, desta vez na casa e em uma loja do contador Marco Aurélio Prata, suspeito de fazer "contabilidade paralela" para as agências SMPB Comunicação e DNA Propaganda.
A casa fica no condomínio Retiro do Chalé, região metropolitana de Belo Horizonte, mesmo lugar onde reside o publicitário Marcos Valério de Souza, um dos sócios das agências.
Foram apreendidos documentos do contador e da SMPB Comunicação, um cofre, 12 discos rígidos de computador (HDs) e 33 disquetes, além de fitas, gravador e um par de algemas. A operação policial durou das 7h às 9h40.
As conversas telefônicas gravadas com autorização judicial foram novamente a base para que a juíza Maria da Glória Reis autorizasse a ação da polícia. "Nessas conversas, os envolvidos relatam que naqueles locais estariam os documentos interessantes e que não poderiam cair nas mãos da Polícia Federal", diz o despacho da juíza, reproduzindo a argumentação do Ministério Público Estadual, autor do pedido de busca e apreensão.
Os locais eram a casa do contador e uma loja de material de construção (Casa Prata), que funciona nas imediações do condomínio. "Pelas investigações restou evidente que Marco Aurélio mantém serviço de contabilidade paralela e irregular para as empresas de Marcos Valério, e que essa prática ocorreria no interior da Casa Prata", diz o mandado de busca e apreensão.
Marco Aurélio Prata é irmão do ex-policial Marco Túlio Prata, chamado de Pratinha. Na semana passada, a polícia apreendeu na casa de Pratinha cerca de 5.000 notas fiscais da DNA Propaganda, outra agência em que Valério é sócio. Parte do material apreendido tinha sido queimado. A polícia ainda apreendeu 17 armas, algumas de grosso calibre, silenciadores e granadas.
No relato do Ministério Publico, reproduzido pela juíza de Brumadinho, está escrito: "Consta ainda que o requerido e outros envolvidos mantiveram diversas conversas telefônicas para combinarem forma e modo de destruírem os documentos necessários às investigações da CPMI [dos Correios]".
O contador estava em casa quando a polícia chegou. Segundo o delegado-corregedor da Polícia Civil, Magno César da Silva, ele não ofereceu resistência e negou que praticasse irregularidades. No dia 23 do mês passado, a PF apreendeu no escritório do contador (Prata e Castro Consultores Associados) HDs e documentos da SMPB e de Valério.
Entre os documentos apreendidos ontem, segundo o delegado-corregedor, está um relatório da SMPB de duplicatas baixadas, com diversos valores, muitos de R$ 40 mil e R$ 50 mil. Foram apreendidos ainda nove canhotos de notas fiscais, uma agenda e um livro de protocolo da Casa Prata.
Por determinação da juíza, todo o material será analisado na próxima terça, diante de representantes do Ministério Público e do contador. Na ocasião o cofre também será aberto.
Outro lado
A DNA não se manifestou. Sua assessoria disse que quer primeiro conhecer o despacho. A SMPB negou que exista contabilidade paralela. Os advogados das agências estavam em reunião e não responderam à ligação da Folha. Na portaria do Retiro do Chalé, a informação é que os funcionários não estão autorizados a passar o telefone do contador de Valério.
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