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21/07/2005
-
17h12
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Em um depoimento que durou pouco mais de quatro horas, quatro procuradores regionais da República reforçaram nesta quinta-feira para os integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos a existência de uma "máfia" que controla os jogos no país.
Os procuradores apontaram a existência de uma "promiscuidade" entre políticos e autoridades do poder público e os grupos que formam o crime organizado no país. Eles indicaram também o caminho feito para a lavagem de dinheiro por meio dos bingos e das casas de jogos e a utilização de laranjas para que os chefes do crime organizado não sejam pegos pela justiça.
O procurador regional da República no Espírito Santo, Ronaldo Meira de Vasconcelos, explicou como é feita a lavagem de dinheiro no Estado por meio das casas de bingo. Segundo ele, as casas de bingo captam empréstimos junto aos bancos oficiais para financiar o jogo para dar uma aparência legal à operação. Os recursos ainda passam por uma operação de factoring, para depois serem utilizados no crime organizado, como prostituição e tráfico de drogas.
Vasconcelos afirmou que muitas vezes os recursos são enviados para o exterior e as pessoas que tomaram os recursos junto à rede bancária, no final, acabam comprando os bancos nos quais pegaram o dinheiro e levaram à liquidação com a operação. "No Espírito Santo, dois bancos foram quebrados desta forma", disse ele. O procurador do Espírito Santo também afirmou que o crime organizado e os donos das casas de jogos bancam as campanhas eleitorais de vários políticos no seu Estado.
Agenda
Os integrantes da CPI dos Bingos esperam já para a próxima semana a chegada dos documentos referentes às quebras de sigilo. Entre as pessoas que tiveram seus sigilos quebrados pela comissão estão o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República Waldomiro Diniz e o empresário do setor de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A CPI também pediu a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de três empresas, entre elas a Gtech, detentora da concessão para a exploração de loterias da Caixa Econômica Federal.
Segundo o vice-presidente da CPI, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), disse que na próxima semana a comissão vai se dedicar a analisar os documentos já recebidos e os que estão por chegar. Ele acredita que só após a análise deste material será possível progredir com os trabalhos da Comissão.
Até agora, a CPI recebeu a documentação do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Rio de Janeiro, da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e da Polícia Federal sobre as investigações feitas sobre os bingos, casas de jogos --em especial as de caça-níqueis--, e o caso Waldomiro Diniz.
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da Folha Online, em Brasília
Em um depoimento que durou pouco mais de quatro horas, quatro procuradores regionais da República reforçaram nesta quinta-feira para os integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos a existência de uma "máfia" que controla os jogos no país.
Os procuradores apontaram a existência de uma "promiscuidade" entre políticos e autoridades do poder público e os grupos que formam o crime organizado no país. Eles indicaram também o caminho feito para a lavagem de dinheiro por meio dos bingos e das casas de jogos e a utilização de laranjas para que os chefes do crime organizado não sejam pegos pela justiça.
O procurador regional da República no Espírito Santo, Ronaldo Meira de Vasconcelos, explicou como é feita a lavagem de dinheiro no Estado por meio das casas de bingo. Segundo ele, as casas de bingo captam empréstimos junto aos bancos oficiais para financiar o jogo para dar uma aparência legal à operação. Os recursos ainda passam por uma operação de factoring, para depois serem utilizados no crime organizado, como prostituição e tráfico de drogas.
Vasconcelos afirmou que muitas vezes os recursos são enviados para o exterior e as pessoas que tomaram os recursos junto à rede bancária, no final, acabam comprando os bancos nos quais pegaram o dinheiro e levaram à liquidação com a operação. "No Espírito Santo, dois bancos foram quebrados desta forma", disse ele. O procurador do Espírito Santo também afirmou que o crime organizado e os donos das casas de jogos bancam as campanhas eleitorais de vários políticos no seu Estado.
Agenda
Os integrantes da CPI dos Bingos esperam já para a próxima semana a chegada dos documentos referentes às quebras de sigilo. Entre as pessoas que tiveram seus sigilos quebrados pela comissão estão o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República Waldomiro Diniz e o empresário do setor de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A CPI também pediu a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de três empresas, entre elas a Gtech, detentora da concessão para a exploração de loterias da Caixa Econômica Federal.
Segundo o vice-presidente da CPI, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), disse que na próxima semana a comissão vai se dedicar a analisar os documentos já recebidos e os que estão por chegar. Ele acredita que só após a análise deste material será possível progredir com os trabalhos da Comissão.
Até agora, a CPI recebeu a documentação do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Rio de Janeiro, da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e da Polícia Federal sobre as investigações feitas sobre os bingos, casas de jogos --em especial as de caça-níqueis--, e o caso Waldomiro Diniz.
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