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01/08/2005
-
22h12
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A secretária da SMPB Comunicação Adriana Fantini Boato, testemunha de Marcos Valério de Souza no processo por extorsão que ele move contra sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, disse hoje à Justiça que, em conversas telefônicas com Karina, ficou com a "impressão" de que ela "visava obter alguma vantagem financeira".
Valério, suposto operador do "mensalão" do PT, move desde outubro de 2004 processo contra Karina. O Ministério Público denunciou a ex-secretária de Valério, mas a defesa de Karina contesta, alegando que não pode haver extorsão por "suposição".
Karina ganhou notoriedade no episódio do "mensalão" a partir das entrevistas que deu à revista "IstoÉ Dinheiro", publicadas no dia 15 de junho último. A primeira entrevista ocorreu em 02 de setembro de 2004. Valério teve conhecimento do conteúdo, conforme relatou ele na CPI dos Correios, e por isso processou sua ex-secretária por extorsão.
Fantini Boato, que serviu de "laranja" por Valério para ele abrir a empresa 2S Participações, foi ouvida pelo juiz José Dalai Rocha, da 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Ela confirmou as informações dadas em depoimento à Polícia Civil em setembro de 2004.
A secretária estava acompanhada do advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva, que representa Valério nesse processo. Ela disse que a agenda apresentada por Karina à Polícia Federal, que tem auxiliado nas apurações do "mensalão", é a mesma que havia desaparecido da SMPB.
Fantini Boato disse que Karina lhe telefonou algumas vezes para dizer que continuava desempregada e que "o dinheiro estava acabando". No último telefonema, Karina teria dito que havia sido procurada por um jornalista atrás de informações da SMPB.
Fantini Boato disse que achou "esquisita a situação" e relatou a conversa para Simone Vasconcelos, a diretora financeira da agência. As duas, então, foram falar com Valério, que "assustou-se e resolveu tomar as precauções".
Karina, que acompanhou o depoimento, negou em entrevista ter se queixado de falta de dinheiro para Fantini Boato e que não lhe disse que estava sendo procurada por jornalista. Questionada se Fantini Boato mentiu, ela disse: "Quem tem que ver se ela mentiu é a Justiça", disse Karina, que acrescentou: "Nunca quis tirar proveito de ninguém".
O advogado Roosevelt Caldas Pimenta, que representa Karina, apresentou ao Tribunal de Justiça pedido de trancamento da ação. "Toda denúncia tem que especificar os fatos, e neste caso a prova é ultra leve, não tem condições de prosperar", disse Pimenta. O pedido não foi ainda apreciado.
Simone Vasconcelos, também testemunha de Valério nesse processo, deve depor em 1º de setembro.
2S Participações
Marcos Valério usou dois funcionários da SMPB --Fantini Boato era um deles --para abrir a 2S Participações para ele. A empresa foi registrada em 22 de julho de 2002. Quarenta e um dias depois de os dois funcionários terem registrado a firma no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, na capital mineira, Valério transferiu a 2S para o seu nome e o de sua mulher.
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Secretária da SMPB depõe na Justiça contra Karina
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da Agência Folha
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A secretária da SMPB Comunicação Adriana Fantini Boato, testemunha de Marcos Valério de Souza no processo por extorsão que ele move contra sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, disse hoje à Justiça que, em conversas telefônicas com Karina, ficou com a "impressão" de que ela "visava obter alguma vantagem financeira".
Valério, suposto operador do "mensalão" do PT, move desde outubro de 2004 processo contra Karina. O Ministério Público denunciou a ex-secretária de Valério, mas a defesa de Karina contesta, alegando que não pode haver extorsão por "suposição".
Karina ganhou notoriedade no episódio do "mensalão" a partir das entrevistas que deu à revista "IstoÉ Dinheiro", publicadas no dia 15 de junho último. A primeira entrevista ocorreu em 02 de setembro de 2004. Valério teve conhecimento do conteúdo, conforme relatou ele na CPI dos Correios, e por isso processou sua ex-secretária por extorsão.
Fantini Boato, que serviu de "laranja" por Valério para ele abrir a empresa 2S Participações, foi ouvida pelo juiz José Dalai Rocha, da 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Ela confirmou as informações dadas em depoimento à Polícia Civil em setembro de 2004.
A secretária estava acompanhada do advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva, que representa Valério nesse processo. Ela disse que a agenda apresentada por Karina à Polícia Federal, que tem auxiliado nas apurações do "mensalão", é a mesma que havia desaparecido da SMPB.
Fantini Boato disse que Karina lhe telefonou algumas vezes para dizer que continuava desempregada e que "o dinheiro estava acabando". No último telefonema, Karina teria dito que havia sido procurada por um jornalista atrás de informações da SMPB.
Fantini Boato disse que achou "esquisita a situação" e relatou a conversa para Simone Vasconcelos, a diretora financeira da agência. As duas, então, foram falar com Valério, que "assustou-se e resolveu tomar as precauções".
Karina, que acompanhou o depoimento, negou em entrevista ter se queixado de falta de dinheiro para Fantini Boato e que não lhe disse que estava sendo procurada por jornalista. Questionada se Fantini Boato mentiu, ela disse: "Quem tem que ver se ela mentiu é a Justiça", disse Karina, que acrescentou: "Nunca quis tirar proveito de ninguém".
O advogado Roosevelt Caldas Pimenta, que representa Karina, apresentou ao Tribunal de Justiça pedido de trancamento da ação. "Toda denúncia tem que especificar os fatos, e neste caso a prova é ultra leve, não tem condições de prosperar", disse Pimenta. O pedido não foi ainda apreciado.
Simone Vasconcelos, também testemunha de Valério nesse processo, deve depor em 1º de setembro.
2S Participações
Marcos Valério usou dois funcionários da SMPB --Fantini Boato era um deles --para abrir a 2S Participações para ele. A empresa foi registrada em 22 de julho de 2002. Quarenta e um dias depois de os dois funcionários terem registrado a firma no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, na capital mineira, Valério transferiu a 2S para o seu nome e o de sua mulher.
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