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04/08/2005 - 11h50

Jefferson afirma que Valério propôs influenciar IRB para favorecer banco

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da Folha Online

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou nesta quinta-feira que foi procurado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para influenciar no IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) em proveito do banco português BES. Segundo Jefferson, PT e PTB receberiam comissões da ordem de R$ 120 milhões caso o negócio fosse concluído.

Jefferson depõe neste momento na chamada CPI do "Mensalão", que investiga as denúncias de pagamentos mensais a parlamentares pelo governo atual e de compra de votos durante a votação da emenda da reeleição, na gestão anterior.

Alan Marques/ FI
Roberto Jefferson, em depoimento à CPI do "Mensalão"
Roberto Jefferson, em depoimento à CPI do "Mensalão"
Segundo o deputado fluminense, Valério foi à sede do PTB em julho do ano passado com a proposta de que o partido influenciasse o IRB, que tem depósitos na Inglaterra e na Suíça de US$ 800 milhões, para que transferisse em torno de US$ 600 milhões para o BES. O IRB mantém esses depósitos no exterior para garantir a atividade do resseguro no país.

O BES, por sua vez, financiaria a reestatização de algumas linhas de transmissão pela Eletronorte, em um operação da ordem de R$ 4 bilhões. Ainda segundo Jefferson, Valério teria afirmado que a comissão do PT e do PTB seria da ordem de 3% a 4% do negócio. "Isso equivaleria a uma comissão entre R$ 120 milhões a R$ 90 milhões para os partidos", disse ele.

O deputado afirmou que não "viu firmeza no carequinha [em uma referência a Valério]" e mandou o tesoureiro Emerson Palmieri se afastar de Valério. "Eu disse para o Emerson, sai fora, te afasta desse cara, que isso é 171 danado, ele fala de dinheiro como se fosse capim", afirmou Jefferson.

Caixa 2

Ainda no início de seu depoimento, o deputado Jefferson voltou a trazer à publico a questão dos R$ 4 milhões supostamente repassados pelo PT ao PTB em junho de 2004, como parte de um acordo de auxílio financeiro orçado em R$ 20 milhões, de acordo com o petebista.

Os dirigentes do PT sempre negaram que o acordo entre os partidos teria contrapartidas financeiras, sendo restrito a repasses de material de campanha.

"Eu não transferi nenhum recurso, nenhum, desse caixa 2 que eu recebi do PT. As acusações que fazem na Executiva nacional do PT, a acusação que faz o ex-deputado Valdemar Costa Neto, não tem procedência", afirmou.

Jefferson disse que "eu recebi esses recursos no início de julho. Nós esperávamos o recibo dessas doações. E aí não chegava a contrapartida legal desses recursos e eu falei para o Emerson: esquece isso, bota no cofre, e deixo que eu coloco isso na pessoa física, e assumo a responsabilidade".

Ele também afirmou à CPI que não irá revelar o destino dos R$ 4 milhões recebidos do caixa dois do PT. "O que fiz, se fiz, não vou revelar", afirmou.

No entanto, o deputado disse o dinheiro não foi usada para a campanha de seu partido no ano passado. A declaração foi uma resposta às representações ingressadas pelo PL no Conselho de Ética da Câmara contra deputados do PTB --Alex Canziani (PR), Joaquim Francisco (PE), Neuton Lima (SP) e Sandro Matos (RJ)--, que teriam supostamente se beneficiado dos recursos nas campanhas.

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