Publicidade
Publicidade
04/08/2005
-
12h34
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento à CPI do "Mensalão", o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) recuou e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia das negociações para as indicações em Furnas nem dos encontros com representantes da Portugal Telecom. "Não posso dizer se o presidente Lula soube ou não do encontro do José Dirceu para tratar do esquema Portugal Telecom", declarou.
Na última terça-feira, quando Dirceu prestou depoimento ao Conselho de Ética, Jefferson acusou o ex-ministro de aproximar Lula da Portugal Telecom. Ainda no Conselho de Ética, Jefferson disse que o assunto Furnas foi tratado na ante-sala do presidente, no Palácio do Planalto. "O assunto foi tratado entre mim, vossa excelência, o ministro Walfrido [Mares Guia] e o presidente Lula ouvindo", disse na ocasião.
Novamente, Jefferson tentou isentar Lula do esquema do "mensalão". "Pela reação do presidente, ele não sabia. Era um homem ferido", disse, ao comentar a reação de Lula quando contou sobre o pagamento de mesada a parlamentares da base aliada. "Lula foi traído ou mal informado", acrescentou.
Jefferson disse que o presidente só conseguiu suspender o "mensalão" no início do ano por dois meses. "Conversei com o presidente e ele conseguiu suspender em janeiro e fevereiro. O mensalão foi retomado em março e definitivamente suspenso em maio, quando fiz as denúncias", continuou.
O deputado fluminense voltou a acusar Dirceu de ser o "chefe" do esquema do "mensalão" e envolveu também Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Ação Estratégica da Presidência da República. "Sem nenhum erro. O José Dirceu chefiava isso. Não conversei isso com Gushiken, mas ele autorizou. Para mim, passa por José Dirceu e Gushiken, tem inteligência do governo."
Em sua fala, o deputado disse ainda que Lula é um "estadista", que se dedicou muito mais a ser um chefe de Estado do que um chefe de governo. "Ele [Lula] delegou a chefia de governo a José Dirceu."
R$ 200 mil
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) admitiu que o ex-tesoureiro do seu partido Emerson Palmieri fez dois saques de R$ 100 mil cada das contas da SMPB, empresa de Marcos Valério, em janeiro de 2004.
O deputado fluminense afirmou que os recursos foram utilizados para "ajudar" Alexandre Chaves, motorista da campanha do então candidato a presidente Ciro Gomes, "a pagar tratamento de saúde de uma filha". Jefferson disse que pediu a "ajuda" pessoalmente a Delúbio. Uma lista em poder dos parlamentares da comissão registra sete saques feitos por Palmieri nas contas de Valério entre dezembro de 2003 e agosto de 2004.
Denúncia
Em entrevista à Folha de S.Paulo, no dia 6 de junho, Jefferson acusou o então tesoureiro do PT Delúbio Soares de pagar um "mensalão" de R$ 30 mil a deputados do PL e do PP em troca de apoio no Congresso.
No dia 30, em nova entrevista, o deputado afirmou ter ouvido relato de um então diretor de Furnas Centrais Elétricas sobre um suposto caixa dois da estatal. De R$ 3 milhões, segundo o deputado, R$ 1 milhão iria para o "PT nacional, pelas mãos do Delúbio".
Jefferson foi militante da tropa de choque do presidente Fernando Collor e sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento.
Em 1993, seu nome foi citado entre os envolvidos no esquema de propina na Comissão de Orçamento. Em 1994, durante depoimento, Jefferson chorou por duas vezes, lamentando o fato de sua família ter sido exposta.
No relatório, foi incluído na lista de 14 parlamentares sobre os quais seria necessária maior investigação. Seu capítulo ocupou uma página do relatório do hoje desafeto Roberto Magalhães (PE). Nele, a conclusão era que, com crédito total de US$ 470 mil em cinco anos, seu patrimônio e movimentação bancária seriam compatíveis com o rendimento. A Subcomissão de Patrimônio teria constatado, porém, a existência de bens não declarados à Receita.
Com Agência Câmara
Leia mais
CPI do "Mensalão" decide convocar Marcos Valério e Cristiano Paz
Jefferson chama Marcos Valério de "embaixador do Brasil em Portugal"
Especial
Leia a cobertura completa sobre a CPI dos Correios
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
Jefferson volta atrás e isenta Lula de envolvimento com Portugal Telecom
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento à CPI do "Mensalão", o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) recuou e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia das negociações para as indicações em Furnas nem dos encontros com representantes da Portugal Telecom. "Não posso dizer se o presidente Lula soube ou não do encontro do José Dirceu para tratar do esquema Portugal Telecom", declarou.
Na última terça-feira, quando Dirceu prestou depoimento ao Conselho de Ética, Jefferson acusou o ex-ministro de aproximar Lula da Portugal Telecom. Ainda no Conselho de Ética, Jefferson disse que o assunto Furnas foi tratado na ante-sala do presidente, no Palácio do Planalto. "O assunto foi tratado entre mim, vossa excelência, o ministro Walfrido [Mares Guia] e o presidente Lula ouvindo", disse na ocasião.
Alan Marques/ FI |
Roberto Jefferson, em depoimento à CPI do "Mensalão" |
Jefferson disse que o presidente só conseguiu suspender o "mensalão" no início do ano por dois meses. "Conversei com o presidente e ele conseguiu suspender em janeiro e fevereiro. O mensalão foi retomado em março e definitivamente suspenso em maio, quando fiz as denúncias", continuou.
O deputado fluminense voltou a acusar Dirceu de ser o "chefe" do esquema do "mensalão" e envolveu também Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Ação Estratégica da Presidência da República. "Sem nenhum erro. O José Dirceu chefiava isso. Não conversei isso com Gushiken, mas ele autorizou. Para mim, passa por José Dirceu e Gushiken, tem inteligência do governo."
Em sua fala, o deputado disse ainda que Lula é um "estadista", que se dedicou muito mais a ser um chefe de Estado do que um chefe de governo. "Ele [Lula] delegou a chefia de governo a José Dirceu."
R$ 200 mil
O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) admitiu que o ex-tesoureiro do seu partido Emerson Palmieri fez dois saques de R$ 100 mil cada das contas da SMPB, empresa de Marcos Valério, em janeiro de 2004.
O deputado fluminense afirmou que os recursos foram utilizados para "ajudar" Alexandre Chaves, motorista da campanha do então candidato a presidente Ciro Gomes, "a pagar tratamento de saúde de uma filha". Jefferson disse que pediu a "ajuda" pessoalmente a Delúbio. Uma lista em poder dos parlamentares da comissão registra sete saques feitos por Palmieri nas contas de Valério entre dezembro de 2003 e agosto de 2004.
Denúncia
Em entrevista à Folha de S.Paulo, no dia 6 de junho, Jefferson acusou o então tesoureiro do PT Delúbio Soares de pagar um "mensalão" de R$ 30 mil a deputados do PL e do PP em troca de apoio no Congresso.
No dia 30, em nova entrevista, o deputado afirmou ter ouvido relato de um então diretor de Furnas Centrais Elétricas sobre um suposto caixa dois da estatal. De R$ 3 milhões, segundo o deputado, R$ 1 milhão iria para o "PT nacional, pelas mãos do Delúbio".
Jefferson foi militante da tropa de choque do presidente Fernando Collor e sobreviveu a momentos turbulentos da política nacional. Além do processo de impeachment de Collor, resistiu à outra CPI, a do Orçamento.
Em 1993, seu nome foi citado entre os envolvidos no esquema de propina na Comissão de Orçamento. Em 1994, durante depoimento, Jefferson chorou por duas vezes, lamentando o fato de sua família ter sido exposta.
No relatório, foi incluído na lista de 14 parlamentares sobre os quais seria necessária maior investigação. Seu capítulo ocupou uma página do relatório do hoje desafeto Roberto Magalhães (PE). Nele, a conclusão era que, com crédito total de US$ 470 mil em cinco anos, seu patrimônio e movimentação bancária seriam compatíveis com o rendimento. A Subcomissão de Patrimônio teria constatado, porém, a existência de bens não declarados à Receita.
Com Agência Câmara
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice