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10/08/2005
-
19h48
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O sócio de Marcos Valério Fernandes de Souza na SMPB, Cristiano Paz, afirmou hoje conhecer os empréstimos feitos pela agência de publicidade ao PT, mas negou que participasse do esquema de repasse de recursos ao partido e a parlamentares da base aliada do governo, indicados pelo ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares. 'Eu disse que conhecia o empréstimo, mas não sabia do destino final do dinheiro', disse.
Apesar de assinar os empréstimos feitos pela agência no BMG e Banco Rural, cujos recursos passam de R$ 55 milhões e foram integralmente passados ao PT, Paz afirmou, desde o início do depoimento, que não lidava com assuntos afetos ao financeiro da SMPB.
"Eu nunca mexi com a área financeira. Não sei nem com que bancos a agência trabalha", afirmou. "Normalmente é incompatível uma pessoa da área de criação mexer com números. Eu sempre confiei nas pessoas, como vou continuar confiando", continuou.
Paz também admitiu que assinava todos os cheques que eram sacados nas agências do Banco Rural. Disse, inclusive, que cansava de assinar cheques e chegou a reclamar com o sistema financeiro da empresa para encontrar uma alternativa a essa metodologia de pagamentos.
Os cheques destinados ao PT eram separados e identificados como assuntos referentes a Marcos Valério. Paz relatou que perguntou ao sócio de que forma esses empréstimos seriam pagos. Teria ouvido como resposta de Marcos Valério: "O partido [PT] vai pagar."
Mentira
Paz contestou o depoimento prestado pelo policial David Rodrigues Alves na CPI dos Correios. Aos integrantes da comissão, disse que os recursos que sacou pessoalmente nas agências do Banco Rural foram entregues pessoalmente para Cristiano Paz, Simone Vasconcelos e Geysa Dias, ambas funcionárias da SMPB.
O policial disse também que prestava o serviço de transporte dos recursos depois de ter sido apresentado a Paz por Haroldo Bicalho. "É mentira. Tem uma construção nisso, há uma maldade qualquer", afirmou Paz. "Eu não conheço esse David", continuou. Ele acrescentou que aceitaria uma acareação com Rodrigues Alves.
Pela listagem apresentada por Valério à Procuradoria-Geral da República e à CPI dos Correios, parte dos recursos sacados pelo policial teriam como destino a sócia do publicitário Duda Mendonça, Zilmar Fernandes da Silveira. Paz também negou conhecer a sócia e o próprio Duda Mendonça.
Processo
O sócio de Valério evitou responder sobre a possibilidade de processar o sócio em função dos problemas causados pelas operações de crédito e os prováveis prejuízos milionários sofridos pela empresa diante do escândalo de corrupção.
"Estou vivendo cada dia segundo o seu mal", afirmou. "Não gosto de fazer juízo de valor", disse depois. Apesar disso, afirmou que, futuramente, não terá sócios em seus empreendimentos. 'Se tiver que continuar qualquer negócio, sigo só', declarou.
Confusão
O depoimento de Paz foi o mais conturbado até o momento. No começo da sessão, o empresário fez sua exposição inicial por 15 minutos.
Terminada, Paz presenciou quase duas horas de discussões graves no plenário da CPI devido à revelação de que o vice-presidente da comissão que investiga o "mensalão", Paulo Pimenta (PT-RS). Ouviu, por exemplo, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) prometer um processo para cassar o mandato de Pimenta.
Nesse período, ficou calado à espera da conclusão do embate no plenário. De volta às perguntas, manteve a linha de negar sua participação nas contas da empresa. No intervalo para o almoço, enquanto parte dos parlamentares almoçavam um sanduíche de frango, bacon e ovo, comeu apenas uma barra de cereal.
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Sócio de Valério diz que sabia dos empréstimos, mas nega participação
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da Folha Online, em Brasília
O sócio de Marcos Valério Fernandes de Souza na SMPB, Cristiano Paz, afirmou hoje conhecer os empréstimos feitos pela agência de publicidade ao PT, mas negou que participasse do esquema de repasse de recursos ao partido e a parlamentares da base aliada do governo, indicados pelo ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares. 'Eu disse que conhecia o empréstimo, mas não sabia do destino final do dinheiro', disse.
Apesar de assinar os empréstimos feitos pela agência no BMG e Banco Rural, cujos recursos passam de R$ 55 milhões e foram integralmente passados ao PT, Paz afirmou, desde o início do depoimento, que não lidava com assuntos afetos ao financeiro da SMPB.
"Eu nunca mexi com a área financeira. Não sei nem com que bancos a agência trabalha", afirmou. "Normalmente é incompatível uma pessoa da área de criação mexer com números. Eu sempre confiei nas pessoas, como vou continuar confiando", continuou.
Paz também admitiu que assinava todos os cheques que eram sacados nas agências do Banco Rural. Disse, inclusive, que cansava de assinar cheques e chegou a reclamar com o sistema financeiro da empresa para encontrar uma alternativa a essa metodologia de pagamentos.
Os cheques destinados ao PT eram separados e identificados como assuntos referentes a Marcos Valério. Paz relatou que perguntou ao sócio de que forma esses empréstimos seriam pagos. Teria ouvido como resposta de Marcos Valério: "O partido [PT] vai pagar."
Mentira
Paz contestou o depoimento prestado pelo policial David Rodrigues Alves na CPI dos Correios. Aos integrantes da comissão, disse que os recursos que sacou pessoalmente nas agências do Banco Rural foram entregues pessoalmente para Cristiano Paz, Simone Vasconcelos e Geysa Dias, ambas funcionárias da SMPB.
O policial disse também que prestava o serviço de transporte dos recursos depois de ter sido apresentado a Paz por Haroldo Bicalho. "É mentira. Tem uma construção nisso, há uma maldade qualquer", afirmou Paz. "Eu não conheço esse David", continuou. Ele acrescentou que aceitaria uma acareação com Rodrigues Alves.
Pela listagem apresentada por Valério à Procuradoria-Geral da República e à CPI dos Correios, parte dos recursos sacados pelo policial teriam como destino a sócia do publicitário Duda Mendonça, Zilmar Fernandes da Silveira. Paz também negou conhecer a sócia e o próprio Duda Mendonça.
Processo
O sócio de Valério evitou responder sobre a possibilidade de processar o sócio em função dos problemas causados pelas operações de crédito e os prováveis prejuízos milionários sofridos pela empresa diante do escândalo de corrupção.
"Estou vivendo cada dia segundo o seu mal", afirmou. "Não gosto de fazer juízo de valor", disse depois. Apesar disso, afirmou que, futuramente, não terá sócios em seus empreendimentos. 'Se tiver que continuar qualquer negócio, sigo só', declarou.
Confusão
O depoimento de Paz foi o mais conturbado até o momento. No começo da sessão, o empresário fez sua exposição inicial por 15 minutos.
Terminada, Paz presenciou quase duas horas de discussões graves no plenário da CPI devido à revelação de que o vice-presidente da comissão que investiga o "mensalão", Paulo Pimenta (PT-RS). Ouviu, por exemplo, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) prometer um processo para cassar o mandato de Pimenta.
Nesse período, ficou calado à espera da conclusão do embate no plenário. De volta às perguntas, manteve a linha de negar sua participação nas contas da empresa. No intervalo para o almoço, enquanto parte dos parlamentares almoçavam um sanduíche de frango, bacon e ovo, comeu apenas uma barra de cereal.
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