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16/08/2005 - 22h18

Palmieri morre de medo de Roberto Jefferson, diz Valério

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PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O publicitário Marcos Valério de Souza disse hoje que "acertou na loteria" ao dizer antes que Emerson Palmieri, o tesoureiro informal do PTB, não confirmaria a sua versão sobre a viagem a Portugal. "Está dentro do que eu disse que ele ia falar. Ele morre de medo do Roberto Jefferson", disse Valério na sede da Polícia Federal, em Belo Horizonte.

Valério disse que o depoimento de Palmieri "não acrescentou nada". "Ele simplesmente seguiu o caminho do Roberto Jefferson, ou vocês esperavam diferente?", disse. Valério acrescentou que o petebista não negou que foi a Portugal com ele e disse que Palmieri não participou da reunião "porque não houve reunião" e porque "não é publicitário".

Sobre essa reunião --que Valério diz que seria para tratar da conta de publicidade da Telemig Celular, que sua agência atende --, o publicitário disse que ficou 15 minutos na Portugal Telecom. "Fomos embora porque não fomos atendidos", afirmou, acrescentando ser "mentira" Palmieri ter dito que a reunião durou 40 minutos.

Depois, questionado se Palmieri mentiu, ele respondeu: "Omitiu". E acrescentou: "Eu respeito a posição dele, até porque eu acho que a pressão que ele está sofrendo é muito grande".

O publicitário voltou a dizer que o tesoureiro informal do PTB viajou com ele a Portugal porque queria "fugir" do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). "Ele estava muito pressionado pelo sr. Roberto Jefferson a respeito de dinheiro, para usar um português claro, e foi dar uma fugida, no bom sentido", disse, explicando a fuga. "Ele tinha muito medo de um assunto relacionado à fundação da qual era presidente. Estava até sendo questionado, se não me engano, por um repórter da [revista] 'Veja'."

Lula traído

Valério disse não ter informações sobre a diferença de R$ 100 mil que teria surgido na contabilidade que entregou à Procuradoria Geral da República e sobre a qual as CPIs dos Correios e do Mensalão levantaram dúvidas. Não teria sido contabilizado um saque ocorrido em 30 de setembro de 2003, mesmo dia em que foi pago uma parcela de R$ 12 mil do empréstimo do PT ao presidente Lula.

"Eu não sabia dessa diferença, vou verificar. Estou sabendo agora. Mas te garanto uma coisa: empréstimo do senhor presidente da República eu nunca paguei", disse, explicando que o restante da documentação será entregue hoje às autoridades em Brasília.

Valério voltou a dizer que entregou o dinheiro dos empréstimos para quem o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares indicava, pessoas que estão na lista apresentada às autoridades. E voltou a reclamar do PT.

"Fui usado, traído, colocado à margem. As pessoas que traíram o presidente Lula foram as mesmas pessoas que me traíram. Para mim, o presidente Lula não participou", disse, afirmando em seguida que foi "burro" ao fazer empréstimos para o PT e acreditar na "cúpula" petista.

Valério prestou informações em um inquérito aberto pela Polícia Federal que apura se houve gestão fraudulenta ou temerária de instituição financeira. Os alvos nesse inquérito são dirigentes do Banco Rural e do Credireal (banco mineiro privatizado em 1997). Esse inquérito foi aberto por causa de duas ações do Ministério Público Estadual que envolvem os sócios da SMPB Comunicação e o vice-governador de Minas, Clésio Andrade (PL).

Um deles trata do empréstimo inicial de R$ 8,35 milhões, de 1998, que serviu para o caixa dois da campanha ao governo de Minas do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Por R$ 2 milhões, o Rural aceitou liquidar uma dívida de R$ 13,9 milhões com a DNA Propaganda, empresa em que Valério é sócio.

O outro diz respeito a um empréstimo liqüidado com o Credireal em 1996. Para liqüidar o valor de R$ 1,8 milhão, o então banco estatal aceitou uma fazenda que valia R$ 340 mil, mas que entrou no negócio por R$ 2,4 milhões. Valério negou haver irregularidades nos dois casos.

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