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26/08/2005
-
21h05
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais sob a acusação de sonegação fiscal. O indiciamento ocorreu no inquérito que investigou a compra de notas frias pela DNA Propaganda, agência que tem Valério como sócio.
Além de Valério, apontado como "autor intelectual" da suposta fraude, também foram indiciados três funcionários da DNA, o proprietário e o procurador da Wlhad Prestação de Serviços, empresa que vendia notas para a agência. A compra de notas da Wlhad pela SMPB Comunicação, agência da qual Valério se desligou nessa semana, é investigada em outro inquérito.
Em entrevista à Folha em junho, o proprietário da Wlhad, Wladimir de Miranda e Silva, admitiu que vendia notas para a DNA e para a SMPB Comunicação. Foi indiciado sob suspeita de sonegação fiscal (pena prevista de dois a cinco anos de prisão) e falsidade ideológica (um a cinco anos). O procurador da Wlhad, Luiz Fernando Santos, foi indiciado por falsidade ideológica.
Estão anexadas ao inquérito seis notas da Wlhad emitidas para a DNA, no valor total de R$ 16,2 mil. O número de notas frias vendidas pode ter sido maior, pois o próprio Wladimir confirmou à polícia ter queimado os blocos quando a fraude foi descoberta.
Em depoimento, o funcionário da DNA Alcino Xavier Júnior disse que usava as notas para justificar despesas com viagens, hospedagens, refeições e contratação de figurantes. Foi indiciado por falsidade ideológica.
A funcionária da DNA Iolanda Marent foi indiciada por falso testemunho (um a três anos de prisão) porque disse à polícia não saber quem era o diretor-administrativo financeiro da agência, apesar de trabalhar nela por 21 anos. Wagner Monteiro, do setor financeiro da empresa, foi indiciado por falsidade ideológica e sonegação fiscal.
Ao justificar o indiciamento de Valério no inquérito, o delegado Carlos Alberto Malheiros afirmou que a "autoria intelectual" do crime recai sobre a gestão do empresário na diretoria administrativo-financeira da DNA. O relatório aponta ainda que Valério não tem como "escusar-se da responsabilidade administrativa que lhe é inerente".
O inquérito foi aberto em abril de 2004, após uma denúncia anônima. Está agora nas mãos do Ministério Público, que pode oferecer denúncia (acusação formal), pedir novas diligências ou o arquivamento da investigação.
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THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais sob a acusação de sonegação fiscal. O indiciamento ocorreu no inquérito que investigou a compra de notas frias pela DNA Propaganda, agência que tem Valério como sócio.
Além de Valério, apontado como "autor intelectual" da suposta fraude, também foram indiciados três funcionários da DNA, o proprietário e o procurador da Wlhad Prestação de Serviços, empresa que vendia notas para a agência. A compra de notas da Wlhad pela SMPB Comunicação, agência da qual Valério se desligou nessa semana, é investigada em outro inquérito.
Em entrevista à Folha em junho, o proprietário da Wlhad, Wladimir de Miranda e Silva, admitiu que vendia notas para a DNA e para a SMPB Comunicação. Foi indiciado sob suspeita de sonegação fiscal (pena prevista de dois a cinco anos de prisão) e falsidade ideológica (um a cinco anos). O procurador da Wlhad, Luiz Fernando Santos, foi indiciado por falsidade ideológica.
Estão anexadas ao inquérito seis notas da Wlhad emitidas para a DNA, no valor total de R$ 16,2 mil. O número de notas frias vendidas pode ter sido maior, pois o próprio Wladimir confirmou à polícia ter queimado os blocos quando a fraude foi descoberta.
Em depoimento, o funcionário da DNA Alcino Xavier Júnior disse que usava as notas para justificar despesas com viagens, hospedagens, refeições e contratação de figurantes. Foi indiciado por falsidade ideológica.
A funcionária da DNA Iolanda Marent foi indiciada por falso testemunho (um a três anos de prisão) porque disse à polícia não saber quem era o diretor-administrativo financeiro da agência, apesar de trabalhar nela por 21 anos. Wagner Monteiro, do setor financeiro da empresa, foi indiciado por falsidade ideológica e sonegação fiscal.
Ao justificar o indiciamento de Valério no inquérito, o delegado Carlos Alberto Malheiros afirmou que a "autoria intelectual" do crime recai sobre a gestão do empresário na diretoria administrativo-financeira da DNA. O relatório aponta ainda que Valério não tem como "escusar-se da responsabilidade administrativa que lhe é inerente".
O inquérito foi aberto em abril de 2004, após uma denúncia anônima. Está agora nas mãos do Ministério Público, que pode oferecer denúncia (acusação formal), pedir novas diligências ou o arquivamento da investigação.
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