Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/09/2005 - 17h32

Funcionários de Buani confirmam entrega de dinheiro a Severino

Publicidade

FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Três funcionários do empresário Sebastião Buani confirmaram nesta segunda-feira que entregaram envelopes com dinheiro para o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2002, ano em que era primeiro-secretário da Câmara dos Deputados.

Os dois garçons e um maitre do restaurante Fiorella chegaram na sede da Polícia Federal em Brasília para depor sobre o caso do suposto "mensalinho".

O empresário Buani acusou Severino de cobrar propina para garantir o funcionamento por mais três anos do restaurante Fiorella, no 10º andar do anexo 4 da Câmara.

Pacote de dinheiro

O garçom Helio Antônio da Silva disse que a filha de Buani, Giselle Buani, chamava funcionários que trabalhavam há mais tempo no restaurante, ao final do expediente, entregava um pacote, dizia que continha dinheiro e orientava para que fosse entregue no gabinete da primeira-secretaria da Câmara.

Silva disse que foi três vezes ao gabinete e que entregou os recursos às secretárias de Severino.

"Vou repetir o que já falei: eu levei envelope contendo dinheiro, eu vi que tinha dinheiro", afirmou José Ribamar da Silva, maitre do Fiorella.

Rosenildo Francisco Soares, o outro garçom confirmou que levava dinheiro a Severino. "Eu sabia que era dinheiro."

Retirada de R$ 40 mil

Pela manhã, Buani entregou cópia do extrato bancário que mostra a retirada de R$ 40 mil que ele teria entregue a Severino.

"Eu quero provar para vocês o que eu disse [na entrevista de sexta-feira]. Agora, é questão de honra. Se o cheque aparecer à gente ligada a Severino, de que prova precisa mais?", questionou o empresário.

Amanhã, Buani disse que entregará a cópia do cheque de R$ 7,5 mil de propina que teria sido descontado por um motorista de Severino numa agência do Bradesco. "Esse cheque de hoje é do 'mensalão'. O outro [de amanhã] é do 'mensalinho'", disse o empresário.

Os R$ 40 mil seriam o primeiro valor pago ao presidente da Casa e teriam sido negociados em um reunião na presença do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) para garantir a concessão do restaurante de 2002 a 2005.

Essa negociação teria acarretado na assinatura do documento sem valor legal, cuja autenticidade foi negada por Severino. "Ele assinou [esse documento] na minha presença. Se é falso, quem tem que provar isso não sou eu, é a Polícia Federal, que está investigando. Eu garanto o seguinte: [O documento] Foi entregue na minha mão por ele [Severino]."

O cheque, que ele promete apresentar amanhã, pagaria o "mensalinho" --uma propina no valor original de R$ 10 mil supostamente entregues ao presidente da Câmara também para garantir o funcionamento do restaurante.

Os R$ 7,5 mil teriam sido pagos em junho de 2003, mês em que Buani disse que o movimento do restaurante era menor e por isso não conseguiu pagar os R$ 10 mil. "Eu já tenho o número desse cheque e já pedi a microfilmagem para levar amanhã à PF", disse o empresário.

Leia mais
  • Líder da minoria pode ir ao Supremo para tirar Severino
  • Caldas defende permanência de Severino na presidência da Câmara

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Severino Cavalcanti
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página