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05/10/2005 - 21h47

Em nota, bispos do Nordeste dizem ser contra greve de fome

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THIAGO REIS
JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

A presidência do Conselho Regional Nordeste 2, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), divulgou nota na qual se coloca a favor da transposição do rio São Francisco e contra a greve de fome do bispo Luiz Flávio Cappio.

A regional abrange, além de Alagoas, três Estados diretamente beneficiados com o projeto: Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O documento diz ser a favor de que o processo seja iniciado "com a devida urgência, contemplando as necessidades vitais das populações ribeirinhas".

A nota afirma ainda que a posição foi tomada em 9 de março de 2001 e está mantida.

O arcebispo da Paraíba, Aldo di Cillo Pagotto, assina o documento com outros três bispos. Ele já havia dito anteontem que o protesto de Cappio deveria ser visto como um "ato pessoal", "uma atitude isolada".

Ontem, na nota, reafirmou essa posição. "Afirmamos a nossa desaprovação à atitude extrema do nosso irmão dom Luiz Flávio Cappio, que provocou perplexidade e sofrimento a nós pastores e ao povo de Deus a nós confiado", diz o documento.

Controvérsia

Já o secretário do Conselho Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe), dom Paulo Romeu Dantas Bastos, 50, bispo de Alagoinhas (BA), disse que apóia a greve de fome "por ser uma atitude profética, evangélica, de contradição diante de um mundo que valoriza tão somente o lucro".

Ele disse ser amigo pessoal de Cappio --seu formador no seminário--, com quem morou junto em Barra por duas vezes, em 1978 e 1981.

"O gesto dele é, sem dúvida, de grande generosidade para com o povo, mas também consciente de que todos nós devemos defender a natureza como um todo."

Bastos disse que pretende visitá-lo ainda nesta semana, mas que não desaconselhará o frei a terminar o protesto. "Eu respeito a decisão dele e admiro sua coragem. Pelo que eu conheço de Cappio, ele vai levar isso até as últimas conseqüências."

O bispo baiano se disse favorável também à causa. "Eu vi a morte dos rios de Barreira e São Desidério, que alimentavam o São Francisco, pelo desmando humano. Ele precisa de uma revitalização, passar por um 'tratamento de saúde' muitíssimo sério", disse.

"É uma irresponsabilidade, uma inconseqüência do governo, no momento atual, como o rio está, fazer a transposição."

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