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11/01/2006
-
16h06
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira que escolheu o general Urano Bacellar para o comando da força militar da Missão de Estabilização da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti porque ele era o melhor profissional para o cargo. Segundo ele, não existiam indícios de uma personalidade depressiva, caso contrário o Exército teria tomado providências.
"Eu o indiquei, o mandei para lá e a indicação foi aceita pelo ministro da Defesa, pelo presidente da República e ele foi analisado pela ONU e as Nações Unidas reconheceram que ele tinha todas as condições. Era um excepcional profissional, era o melhor, por isso eu o mandei", afirmou hoje em entrevista após o enterro do general no início da tarde no cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.
Albuquerque destacou que, além de ter se mostrado sempre um profissional competente, o general Bacellar era reconhecido também como exemplo na vida familiar. "A memória do general Bacellar tem que ser preservada", disse.
O comandante disse não estar preocupado com o efeito da notícia sobre o moral da tropa. "A minha tropa está pronta, sempre esteve. E vai cumprir a missão nas melhores condições", disse.
Apesar do laudo divulgado hoje ter confirmado a tese de suicídio, o general disse que análises ainda estão sendo feitas e evitou se pronunciar a respeito do assunto. Ele disse que, segundo as informações que tem recebido do Itamaraty, tudo indica que o Brasil vai continuar na liderança da missão. "Isso é motivo de orgulho para os brasileiros: sermos líderes de uma missão que não é fácil, exige muito de nós, mas estamos plenamente capacitados, todos os oficiais brasileiros estão capacitados a prosseguir na missão", disse.
Albuquerque destacou que não há missão de paz "fácil". O general participou da missão de paz entre Equador e Peru. "Se dentro de um país existem opiniões diferentes, imagine numa missão de paz onde existem os países mais diversos como é o caso do Haiti", disse. Ele afirmou que as dificuldades no Haiti não se restringem à segurança e incluem também aspectos sociais e econômicos. "Missão de paz é projeção e o Brasil é um país que está dentro do contexto internacional e tem que dar a sua participação", afirmou.
Além da burocracia, a falta de recursos é apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento da missão. O general Albuquerque vai a Nova York conversar sobre aspectos operacionais e sobre o envio de recursos. Cerca de U$ 1 bilhão foi prometido, mas ainda não liberado para a missão.
Honras fúnebres
O general Albuquerque chegou à Base Aérea do Galeão por volta do meio-dia, vindo de Brasília para participar do cortejo. O corpo do general Bacellar chegou pouco depois, por volta de 12h15, num avião da FAB (Força Aérea Brasileira), modelo Hérculos C-130. De lá, o corpo do general seguiu para o cemitério, onde foi velado por famílias e autoridades numa capela em uma cerimônia curta e seguiu para o jazigo da família no segundo andar. Segundo a assessoria do cemitério, o jazigo, que custa entre R$ 9 mil e R$ 10 mil, foi pago pelo Exército.
Ao chegar ao cemitério, o corpo do general morto no último sábado recebeu honras fúnebres. Um toque de corneta reverenciando o posto de general de divisão marcou o início da cerimônia. Trezentos homens da brigada de pára-quedistas prestaram homenagens junto a oficiais da Marinha e da Aeronáutica. Ele foi recebido com salvas de canhão e de fuzil. A viúva e os filhos aguardavam o corpo do militar na frente do cemitério.
Segurando o gorro de pára-quedista do marido, a mulher do general, Maria Ignês, disse "meu herói, vem meu amor", enquanto o caixão envolto com a bandeira brasileira era carregado em meio à brigada.
A viúva do general pediu que a marcha fúnebre fosse trocada pela canção símbolo dos pára-quedistas, "Eterno Herói". Bacellar era pára-quedista e foi comandante do 26º Batalhão de Pára-Quedistas.
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Bacellar era o melhor, por isso o indiquei, diz comandante do Exército
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da Folha Online, no Rio
O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira que escolheu o general Urano Bacellar para o comando da força militar da Missão de Estabilização da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti porque ele era o melhor profissional para o cargo. Segundo ele, não existiam indícios de uma personalidade depressiva, caso contrário o Exército teria tomado providências.
"Eu o indiquei, o mandei para lá e a indicação foi aceita pelo ministro da Defesa, pelo presidente da República e ele foi analisado pela ONU e as Nações Unidas reconheceram que ele tinha todas as condições. Era um excepcional profissional, era o melhor, por isso eu o mandei", afirmou hoje em entrevista após o enterro do general no início da tarde no cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.
Albuquerque destacou que, além de ter se mostrado sempre um profissional competente, o general Bacellar era reconhecido também como exemplo na vida familiar. "A memória do general Bacellar tem que ser preservada", disse.
O comandante disse não estar preocupado com o efeito da notícia sobre o moral da tropa. "A minha tropa está pronta, sempre esteve. E vai cumprir a missão nas melhores condições", disse.
Apesar do laudo divulgado hoje ter confirmado a tese de suicídio, o general disse que análises ainda estão sendo feitas e evitou se pronunciar a respeito do assunto. Ele disse que, segundo as informações que tem recebido do Itamaraty, tudo indica que o Brasil vai continuar na liderança da missão. "Isso é motivo de orgulho para os brasileiros: sermos líderes de uma missão que não é fácil, exige muito de nós, mas estamos plenamente capacitados, todos os oficiais brasileiros estão capacitados a prosseguir na missão", disse.
Albuquerque destacou que não há missão de paz "fácil". O general participou da missão de paz entre Equador e Peru. "Se dentro de um país existem opiniões diferentes, imagine numa missão de paz onde existem os países mais diversos como é o caso do Haiti", disse. Ele afirmou que as dificuldades no Haiti não se restringem à segurança e incluem também aspectos sociais e econômicos. "Missão de paz é projeção e o Brasil é um país que está dentro do contexto internacional e tem que dar a sua participação", afirmou.
Além da burocracia, a falta de recursos é apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento da missão. O general Albuquerque vai a Nova York conversar sobre aspectos operacionais e sobre o envio de recursos. Cerca de U$ 1 bilhão foi prometido, mas ainda não liberado para a missão.
Honras fúnebres
O general Albuquerque chegou à Base Aérea do Galeão por volta do meio-dia, vindo de Brasília para participar do cortejo. O corpo do general Bacellar chegou pouco depois, por volta de 12h15, num avião da FAB (Força Aérea Brasileira), modelo Hérculos C-130. De lá, o corpo do general seguiu para o cemitério, onde foi velado por famílias e autoridades numa capela em uma cerimônia curta e seguiu para o jazigo da família no segundo andar. Segundo a assessoria do cemitério, o jazigo, que custa entre R$ 9 mil e R$ 10 mil, foi pago pelo Exército.
Ao chegar ao cemitério, o corpo do general morto no último sábado recebeu honras fúnebres. Um toque de corneta reverenciando o posto de general de divisão marcou o início da cerimônia. Trezentos homens da brigada de pára-quedistas prestaram homenagens junto a oficiais da Marinha e da Aeronáutica. Ele foi recebido com salvas de canhão e de fuzil. A viúva e os filhos aguardavam o corpo do militar na frente do cemitério.
Segurando o gorro de pára-quedista do marido, a mulher do general, Maria Ignês, disse "meu herói, vem meu amor", enquanto o caixão envolto com a bandeira brasileira era carregado em meio à brigada.
A viúva do general pediu que a marcha fúnebre fosse trocada pela canção símbolo dos pára-quedistas, "Eterno Herói". Bacellar era pára-quedista e foi comandante do 26º Batalhão de Pára-Quedistas.
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