Publicidade
Publicidade
11/01/2006
-
16h19
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
A divulgação do laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal) de Brasília, que apontou suicídio como a causa da morte do general Urano Teixeira da Matta Bacellar, encontrado morto no sábado, em Porto Príncipe (capital do Haiti), surpreendeu as autoridades brasileiras e provocou mal-estar dentro do governo.
Isso porque o resultado dos exames vazou na imprensa antes mesmo dos órgãos oficiais serem informados. O laudo deveria ser primeiro apresentado ao Ministério da Defesa, que encaminharia à Presidência da República e à ONU (Organização das Nações Unidas) antes de ser divulgado.
O diretor-chefe da Polícia Civil de Brasília, Laerte Bessa, iria divulgar o resultado à imprensa em entrevista coletiva marcada para 14h30, mas voltou atrás e decidiu não falar depois que parte do resultado do laudo vazou em alguns órgãos de comunicação.
A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa informou que o vice-presidente José Alencar, titular da pasta, não foi informado sobre o resultado do laudo. Da mesma maneira, as assessorias de imprensa do Itamaraty e do comando do Exército afirmam que também não receberam informações do IML.
Além de indicar que Bacellar, que comandava a missão de paz no Haiti, se suicidou, o IML também comprovou que não há lesões no militar, o que poderia indicar uma luta em um eventual atentado. O Instituto deve ainda concluir os exames toxicológicos feitos no general.
Missão de paz
O corpo do militar chegou ontem à Base Aérea de Brasília e foi levado ao IML, onde foi embalsamado. Na manhã de hoje, seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado no cemitério Memorial do Carmo.
Alencar anunciou hoje o segundo nome que será apresentado à ONU para assumir o comando da missão de paz no Haiti. O general Jeannot Jansen da Silva Filho, vice-chefe do Departamento de Logística do Exército em Brasília, vai concorrer ao posto junto com o general José Elito Carvalho Siqueira, indicado anteontem.
A ONU definirá entre os dois para substituir o general Urano Teixeira da Matta Bacellar.
Segundo Alencar, as forças brasileiras deverão ficar no Haiti até março.
O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, disse ainda que com a morte de Bacellar não só sua família perdeu mas o Exército e, principalmente, o Brasil. Segundo ele, esta perda vai estimular o trabalho do Exército no que se refere à sua atuação nas forças de paz. "A missão será cumprida. Nós não abateremos."
Honras fúnebres
O corpo do general Bacellar chegou por volta do meio-dia no Rio de Janeiro, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), modelo Hérculos C-130. De lá, o corpo do general seguiu para o cemitério, onde foi velado por famílias e autoridades numa capela em uma cerimônia curta e seguiu para o jazigo da família no segundo andar.
Ao chegar ao cemitério, o general recebeu honras fúnebres. Trezentos homens da brigada de pára-quedistas prestaram homenagens junto a oficiais da Marinha e da Aeronáutica. Ele foi recebido com salvas de canhão e de fuzil. A viúva e os filhos aguardavam o corpo do militar na frente do cemitério.
Segurando o gorro de pára-quedista do marido, a mulher do general, Maria Ignês, disse "meu herói, vem meu amor" enquanto o caixão envolto com a bandeira brasileira era carregado em meio à brigada.
A viúva do general pediu que a marcha fúnebre fosse trocada pela canção símbolo dos pára-quedistas, "Eterno Herói". Bacellar era pára-quedista e foi comandante do 26º Batalhão de Pára-Quedistas.
Com JANAINA LAGE, da Folha Online, no Rio
Leia mais
Brasil indica segundo nome para assumir missão no Haiti
Após cerimônia em Brasília, corpo de general morto no Haiti segue para o Rio
Alencar diz que não é hora de recuar em missão no Haiti
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a morte de Urano Teixeira da Matta Bacellar
IML divulga laudo sobre morte de general e causa mal-estar no governo
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
A divulgação do laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal) de Brasília, que apontou suicídio como a causa da morte do general Urano Teixeira da Matta Bacellar, encontrado morto no sábado, em Porto Príncipe (capital do Haiti), surpreendeu as autoridades brasileiras e provocou mal-estar dentro do governo.
Isso porque o resultado dos exames vazou na imprensa antes mesmo dos órgãos oficiais serem informados. O laudo deveria ser primeiro apresentado ao Ministério da Defesa, que encaminharia à Presidência da República e à ONU (Organização das Nações Unidas) antes de ser divulgado.
O diretor-chefe da Polícia Civil de Brasília, Laerte Bessa, iria divulgar o resultado à imprensa em entrevista coletiva marcada para 14h30, mas voltou atrás e decidiu não falar depois que parte do resultado do laudo vazou em alguns órgãos de comunicação.
A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa informou que o vice-presidente José Alencar, titular da pasta, não foi informado sobre o resultado do laudo. Da mesma maneira, as assessorias de imprensa do Itamaraty e do comando do Exército afirmam que também não receberam informações do IML.
Além de indicar que Bacellar, que comandava a missão de paz no Haiti, se suicidou, o IML também comprovou que não há lesões no militar, o que poderia indicar uma luta em um eventual atentado. O Instituto deve ainda concluir os exames toxicológicos feitos no general.
Missão de paz
O corpo do militar chegou ontem à Base Aérea de Brasília e foi levado ao IML, onde foi embalsamado. Na manhã de hoje, seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado no cemitério Memorial do Carmo.
Alencar anunciou hoje o segundo nome que será apresentado à ONU para assumir o comando da missão de paz no Haiti. O general Jeannot Jansen da Silva Filho, vice-chefe do Departamento de Logística do Exército em Brasília, vai concorrer ao posto junto com o general José Elito Carvalho Siqueira, indicado anteontem.
A ONU definirá entre os dois para substituir o general Urano Teixeira da Matta Bacellar.
Segundo Alencar, as forças brasileiras deverão ficar no Haiti até março.
O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, disse ainda que com a morte de Bacellar não só sua família perdeu mas o Exército e, principalmente, o Brasil. Segundo ele, esta perda vai estimular o trabalho do Exército no que se refere à sua atuação nas forças de paz. "A missão será cumprida. Nós não abateremos."
Honras fúnebres
O corpo do general Bacellar chegou por volta do meio-dia no Rio de Janeiro, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), modelo Hérculos C-130. De lá, o corpo do general seguiu para o cemitério, onde foi velado por famílias e autoridades numa capela em uma cerimônia curta e seguiu para o jazigo da família no segundo andar.
Ao chegar ao cemitério, o general recebeu honras fúnebres. Trezentos homens da brigada de pára-quedistas prestaram homenagens junto a oficiais da Marinha e da Aeronáutica. Ele foi recebido com salvas de canhão e de fuzil. A viúva e os filhos aguardavam o corpo do militar na frente do cemitério.
Segurando o gorro de pára-quedista do marido, a mulher do general, Maria Ignês, disse "meu herói, vem meu amor" enquanto o caixão envolto com a bandeira brasileira era carregado em meio à brigada.
A viúva do general pediu que a marcha fúnebre fosse trocada pela canção símbolo dos pára-quedistas, "Eterno Herói". Bacellar era pára-quedista e foi comandante do 26º Batalhão de Pára-Quedistas.
Com JANAINA LAGE, da Folha Online, no Rio
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice