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28/03/2006 - 10h13

CPI dos Correios listará mais 50 suspeitos

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LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A CPI dos Correios identificou cerca de 50 novos assessores parlamentares que ou receberam recursos das empresas e corretoras ligadas ao "valerioduto" ou que estiveram na agência do Banco Rural em Brasília onde o "mensalão" era distribuído.

A Folha consultou a relação e localizou dois assessores de deputados do PMDB, um do PTB, um do PP e outro do PT, que já serviu ao deputado cassado José Dirceu. Os quatro partidos compõem a base de sustentação do governo.

Dos 50 nomes, pelo menos 14 receberam recursos das empresas e corretoras ligadas ao "valerioduto", o que não significa que tenha havido irregularidades. Os dados devem constar do relatório final da CPI, previsto para ser apresentado entre hoje e amanhã. A CPI deve informar os nomes dos novos assessores, mas sem dizer que o dinheiro recebido tenha correlação com o "mensalão".

Dos cinco funcionários da Câmara identificados pela Folha, a reportagem conseguiu entrar em contato com três. Os três negaram qualquer envolvimento com o "mensalão" e disseram que estiveram na agência do Banco Rural no Brasília Shopping para resolver questões pessoais. O caso que mais chamou a atenção dos técnicos da CPI foi o de Cefas de Oliveira Souza, assessor do deputado José Militão (PTB-MG).

Cefas esteve quatro vezes na agência do Rural, entre julho de 2002 e outubro de 2003. Em duas ocasiões, nos dias 10 e 29 de setembro de 2003, as idas de Cefas coincidiram com saques no Rural, nos valores de R$ 100 mil e R$ 250 mil, respectivamente. Ele disse que foi a agência do Rural para descontar cheques, na boca do caixa, referentes à venda de uma carreta. Questionado por que sacou os recursos, disse que era para fugir da CPMF. Ele disse que os saques foram a redor de R$ 6.000.

Cleide de Freitas Lima, assessora do deputado Moacir Micheletto, do PMDB do Paraná, esteve duas vezes na agência do Rural no final de 2002. Suas idas ao banco não coincidem com as retiradas em dinheiro da SMPB, agência de publicidade de Marcos Valério, levantadas pelo Coaf. Cleide explicou que foi ao Rural para descontar cheques referentes à venda de bijuterias. Segundo reportagem da revista "Veja", o ex-deputado peemedebista José Borba, também do Paraná, teria distribuído recursos do "valerioduto" a outros deputados do partido.

Pedro Mendes de Sousa Rosa, que trabalha no gabinete do deputado Benedito de Lira (PP-AL), esteve na agência do Rural no dia 1º de outubro de 2004. Não houve saques da conta da SMPB nessa data. O assessor do deputado do PP disse que foi ao banco para pagar uma ficha de compensação relacionada à compra de adubo.

Também faz parte da lista Renato Paoliello, assessor de imprensa do deputado Nilton Baiano (PP-ES). Paoliello recebeu R$ 100 mil em 2004 da corretora Euro, uma dos principais alvos da sub-relatoria da CPI que investiga supostos desvios de recursos de fundos de pensão. Ele tem afirmado que o dinheiro se refere ao serviço prestado à corretora. Entre os 14 está também um assessor de um deputado petista do Centro-Oeste. Esse assessor havia trabalhado antes para José Dirceu.

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