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28/03/2006
-
18h38
FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online
O delegado titular da Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antonio Valencise, quer impedir o ex-ministro Antonio Palocci de deixar o país. Para isso, Valencise admitiu a possibilidade de pedir para a Justiça proibir Palocci de realizar viagens ao exterior.
"Se for necessário para as investigações, podemos pedir que o ex-ministro seja proibido de sair do país", afirmou o delegado.
Valencise disse que deve definir nesta sexta-feira a data em que pretende convocar o ex-ministro para ser interrogado no inquérito. "Se ele estiver em Ribeirão, será ouvido aqui. Caso esteja em Brasília, iremos até lá."
Valencise investiga a existência de um suposto esquema de corrupção envolvendo Palocci e as empresas de varrição contratadas pelo município no tempo em que ele era prefeito da cidade.
Palocci perdeu o foro privilegiado que tinha como ministro após a nomeação de Guido Mantega para assumir seu posto na Fazenda. Como ministro, ele tinha foro privilegiado que lhe daria o direito de ser processado apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Agora ele pode ser processado pela Justiça comum, ser intimado a prestar depoimento pela Polícia Federal e ser indiciado, por exemplo, por qualquer juiz de primeira instância do país.
Aproveitando-se dessa nova situação de Palocci, Valencise disse que vai pedir "nos próximos dias" o indiciamento do ex-ministro e de outros suspeitos de corrupção em Ribeirão Preto.
"Serão de oito a dez indiciados, pelos crimes de peculato [funcionário público que se apropria de dinheiro em função do cargo que ocupa ou de bem público], falsidade ideológica e formação de quadrilha", afirmou o delegado, que prefere manter os nomes dos demais indiciados em sigilo para evitar possíveis fugas.
Investigação
Segundo as investigações, Palocci e os demais suspeitos teriam desviado recursos públicos para repassar à empresa de varrição Leão Leão e ao PT, o que configuraria crime de peculato.
Eles também são suspeitos de falsidade ideológica, por terem supostamente expedido documentos comprovando saídas de dinheiro com serviços de varrição que na verdade nunca ocorreram. Como o mesmo grupo de pessoas participou aliou-se para cometer os crimes ao longo dos anos, estaria configurada a formação de quadrilha.
Em 9 de março, Valencise confirmou em depoimento à CPI dos Bingos que tinha provas suficientes para indiciar Palocci, mas que não poderia fazê-lo porque ele tinha foro privilegiado.
Palocci pediu afastamento do cargo na Fazenda após o agravamento da crise detonado pelo caseiro Francenildo Costa, que afirmou ter visto o então ministro da Fazenda numa casa em Brasília, supostamente alugada para encontros de lobistas e festas com garotas de programa.
Após a denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado ilegalmente. Palocci foi envolvido no crime pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, que disse ter entregue o extrato ao ex-ministro. Palocci está sendo investigado neste caso Polícia Federal.
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Delegado de Ribeirão quer impedir Palocci de sair do país
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O delegado titular da Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antonio Valencise, quer impedir o ex-ministro Antonio Palocci de deixar o país. Para isso, Valencise admitiu a possibilidade de pedir para a Justiça proibir Palocci de realizar viagens ao exterior.
"Se for necessário para as investigações, podemos pedir que o ex-ministro seja proibido de sair do país", afirmou o delegado.
Valencise disse que deve definir nesta sexta-feira a data em que pretende convocar o ex-ministro para ser interrogado no inquérito. "Se ele estiver em Ribeirão, será ouvido aqui. Caso esteja em Brasília, iremos até lá."
Valencise investiga a existência de um suposto esquema de corrupção envolvendo Palocci e as empresas de varrição contratadas pelo município no tempo em que ele era prefeito da cidade.
Palocci perdeu o foro privilegiado que tinha como ministro após a nomeação de Guido Mantega para assumir seu posto na Fazenda. Como ministro, ele tinha foro privilegiado que lhe daria o direito de ser processado apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Agora ele pode ser processado pela Justiça comum, ser intimado a prestar depoimento pela Polícia Federal e ser indiciado, por exemplo, por qualquer juiz de primeira instância do país.
Aproveitando-se dessa nova situação de Palocci, Valencise disse que vai pedir "nos próximos dias" o indiciamento do ex-ministro e de outros suspeitos de corrupção em Ribeirão Preto.
"Serão de oito a dez indiciados, pelos crimes de peculato [funcionário público que se apropria de dinheiro em função do cargo que ocupa ou de bem público], falsidade ideológica e formação de quadrilha", afirmou o delegado, que prefere manter os nomes dos demais indiciados em sigilo para evitar possíveis fugas.
Investigação
Segundo as investigações, Palocci e os demais suspeitos teriam desviado recursos públicos para repassar à empresa de varrição Leão Leão e ao PT, o que configuraria crime de peculato.
Eles também são suspeitos de falsidade ideológica, por terem supostamente expedido documentos comprovando saídas de dinheiro com serviços de varrição que na verdade nunca ocorreram. Como o mesmo grupo de pessoas participou aliou-se para cometer os crimes ao longo dos anos, estaria configurada a formação de quadrilha.
Em 9 de março, Valencise confirmou em depoimento à CPI dos Bingos que tinha provas suficientes para indiciar Palocci, mas que não poderia fazê-lo porque ele tinha foro privilegiado.
Palocci pediu afastamento do cargo na Fazenda após o agravamento da crise detonado pelo caseiro Francenildo Costa, que afirmou ter visto o então ministro da Fazenda numa casa em Brasília, supostamente alugada para encontros de lobistas e festas com garotas de programa.
Após a denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado ilegalmente. Palocci foi envolvido no crime pelo ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, que disse ter entregue o extrato ao ex-ministro. Palocci está sendo investigado neste caso Polícia Federal.
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