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17/04/2006 - 17h15

MST ameaça intensificar ocupações no segundo semestre

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FAUSTO SALVADORI FILHO
da Folha Online

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ameaça se tornar uma pedra no sapato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em pleno período eleitoral. João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento, disse que o MST vai intensificar o número de ocupações de terra no segundo semestre se o governo não aumentar o ritmo de assentamentos.

Em entrevista à Folha Online, Rodrigues criticou o governo federal. "O governo Lula é amigo do MST, mas infelizmente avançou pouco no assentamento de novas famílias e na diminuição da violência no campo", afirmou.

"A tendência do movimento é intensificar as ocupações e as jornadas de luta no segundo semestre se o governo não avançar nos assentamentos", disse Rodrigues. "O MST está preparado para fazer ocupações em todo o país", acrescentou.

No alvo das ocupações, além das fazendas improdutivas, estão também as plantações de soja, cana-de-açúcar e eucaliptos, que, segundo o movimento, são formas de monocultura que "não cumprem a função social da propriedade".

Para Rodrigues, a monocultura prejudica o meio ambiente, não gera emprego --"e em alguns casos, explora trabalho semi-escravo, como nas fazendas de cana-de-açúcar na região Ribeirão Preto"-- e é explorada por empresas transnacionais, que "levam os produtos para serem industrializados fora do país".

Jornada

O MST deflagrou nesta segunda-feira uma onda de ocupações e marchas que pretende atingir 23 Estados, em protesto pelos dez anos da morte de 19 sem-teto em Eldorado do Carajás (PA).

As ações de hoje fazem parte de um movimento maior, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, iniciada no mês passado com invasões de plantações de eucalipto .

A Jornada tem três objetivos. O primeiro é fazer o governo aumentar o número de assentamentos. "A meta do governo Lula é assentar 400 mil famílias, mas em três anos foram apenas 260 mil", disse Francisco.

O segundo objetivo da Jornada é pressionar pela alteração do índice utilizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para calcular a produtividade de uma fazenda. "Esse índice não é atualizado desde 1975. Se for corrigido, deve aumentar o número de propriedades que passarão a ser consideradas improdutivas, principalmente na região Sudeste", afirmou.

A terceira bandeira do movimento é o fim da impunidade para os conflitos no campo. "Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), 115 sem-terra foram mortos no campo nos últimos três anos, e a maior parte dos autores não foi punida", disse Rodrigues.

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