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19/10/2006 - 14h32

Em sabatina, Alckmin defende fim da reeleição após 2010

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EPAMINONDAS NETO
FELIPE NEVES
da Folha Online

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou hoje que, se eleito, uma de suas primeiras medidas seria enviar ao Congresso uma emenda à Constituição para acabar com o mecanismo da reeleição a partir de 2010 para cargos majoritários.

Ele participou de sabatina promovida pela Folha de S.Paulo com os presidenciáveis, no Teatro Folha, na capital paulista. O candidato foi entrevistado pelos colunistas da Folha Clóvis Rossi e Mônica Bergamo, pela editora do "Painel", Renata Lo Prete, e pelo editor de Brasil, Fernando de Barros e Silva.

Alckmin disse que se for eleito, vai encaminhar em janeiro duas reformas para o Congresso: a tributária e a política --que incluiria a emenda contra a reeleição.

O candidato, no entanto, indicou que o fim da regra da reeleição somente valeria para as eleições após 2010. "É óbvio que você não pode mudar a regra depois de feita. Eu não posso tirar o direito dos governadores. Eles foram eleitos em uma regra", disse ele.

"A reeleição causa uma enorme disparidade na disputa", criticou. "Ainda mais no caso de um governo que não tem limite na questão da utilização de máquina pública."

"Você vê que os ministros do governo são só cabos eleitorais. Acho que esse pessoal não faz outra coisa", acrescentou.

Alckmin também procurou evitar gerar uma polêmica com a possível sucessão em 2010, já que há dois outros presidenciáveis em seu partido: os governadores eleitos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).

"Eu vou trabalhar rapidamente para a gente acabar com a reeleição. O meu compromisso é quatro anos e um bom governo', disse ele.

Privatizações

O candidato do PSDB procurou minimizar a estratégia do PT de divulgar para o eleitor que os tucanos privatizariam estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil caso voltem ao poder. Para Alckmin, esse discurso é mentiroso e não deve afetar a eleição.

Questionado sobre sua posição "filosófica" em relação ao tema, Alckmin respondeu que privatizar o BB e a Petrobras não é sua prioridade. Disse ainda que o setor financeiro "não é suscetível de privatização".

Oportunismo

Alckmin afirmou ver "oportunismo" nos elogios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva --candidato do PT à reeleição-- ao governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).

"Isso aí é mais velho que a carochinha. Se o candidato à Presidência fosse o Serra, e eu não fosse candidato a nada, ele estaria se derramando de amor por mim. Isso é o oportunismo", afirmou Alckmin.

Alckmin disse que o senador Eduardo Azeredo PSDB-MG) deveria ter saído do PSDB após o escândalo do "mensalão", quando foi acusado de envolvimento com o empresário Marcos Valério. "Ele próprio [Azeredo] deveria ter saído [do partido]", disse Alckmin após muita relutância e tentativas de se desviar a questão.

Pesquisas

O candidato do PSDB minimizou os resultados das pesquisas de intenção de voto. A pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, por exemplo, mostrou Alckmin 19 pontos atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

"O que eu estou colocando é o seguinte: a eleição não está definida. A pesquisa de ontem é diferente da pesquisa de hoje, que vai ser diferente de [pesquisa de] amanhã", disse o candidato tucano.

O candidato admitiu que as pesquisas eleitorais desfavoráveis afetam a percepção de sua candidatura.

Segundo ele, esses resultados são captados nas sondagens internas do PSDB, pois "quando sai uma pesquisa ruim no "Jornal Nacional", no outro dia os resultados [das sondagens] são ruins".

Aerolula

Alckmin acusou seu adversário de não ter preocupação em cortar gastos públicos e que por isso, ele terá que aumentar impostos num eventual segundo mandato. O tucano usou como exemplo a compra do avião usado para viagens presidenciais, o Aerolula, que simboliza a "gastança" no governo.

"Nós precisamos criar uma cultura de eficiência do gasto público. O problema do Aerolula é que passa para o resto do governo que não tem problema com gastança", afirmou o candidato.

O tucano tentou minimizar uma recente polêmica com o economista Yoshiaki Nakano, apontado como um dos mentores da área econômica em seu futuro governo. Nakano foi alvo de críticas da oposição ao sugerir que o governo deveria elevar a contenção de gastos para reduzir o déficit das contas públicas.

"Eu estou plenamente de acordo com o professor Nakano. Nós vamos alcançar o déficit nominal zero. Se a gente vai fazer isso em 4 ou 6 anos, é uma questão de gestão", disse ele.

Coordenadores de campanha

Na segunda-feira, a Folha promoverá, às 11h, um debate entre o coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, e o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

A mediação do evento será de Vinicius Mota, editor de Opinião, e Vinicius Torres Freire, colunista do jornal.

O encontro será realizado no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elísios, São Paulo) e é aberto ao público. Os interessados em assistir ao debate podem se inscrever até amanhã, das 14h às 19h, pelo telefone 0/xx/11/3224-3698 ou pelo e-mail eventofolha@folhasp.com.br. É preciso informar nome, telefone e número da carteira de identidade. O evento será transmitido ao vivo pela TV UOL.

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