Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/11/2006 - 17h09

Presença de Lula na reunião do PT deve adiar discussão sobre Berzoini

Publicidade

ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do Diretório Nacional do PT, neste final de semana, em São Paulo, mudou a pauta do encontro. A Folha Online apurou que temas polêmicos, como o afastamento definitivo do deputado Ricardo Berzoini (SP) da presidência do partido e uma presença menor dos paulistas no comando da legenda não serão discutidos para evitar constrangimentos ao presidente Lula.

O único tema mais delicado que pode ser tratado deverá ser colocado em pauta pelo próprio Lula. O presidente deve informar ao partido a disposição de abrir espaço aos aliados no próximo mandato, o que implicaria na diminuição da presença do PT no governo.

Há petistas que apostam, até mesmo, que Lula irá informar ao partido que o PMDB terá mais espaço que o PT no seu segundo mandato e que não admitirá chiadeiras.

Lula tem afirmado que a maioria dos 83 deputados federais eleitos do PT em outubro foi beneficiada pelos seus votos. Não fosse a sua força política, o PT, que sofreu grande desgaste nos últimos quatro anos, teria murchado, dizem interlocutores do PT.

"Acho que o presidente dirá que o PT não espere ser hegemônico no seu segundo mandato. Que ele não foi um presidente que se elegeu sozinho. Teve o apoio de muitas forças que irão participar do seu novo governo", informou Carlos Wilson (PE), ex-presidente da Infraero e um dos petistas próximos a Lula.

Berzoni

O encontro do PT será o primeiro depois das eleições de outubro. A expectativa era que o encontro discutisse o destino de Berzoini.

Pressionado, o deputado se licenciou da presidência do partido, em outubro, depois de ter seu nome envolvido no escândalo do dossiegate. Desde então, vem sendo substituído por Marco Aurélio Garcia, vice-presidente do partido. No PT a avaliação é que Berzoini só voltará ao cargo se for inocentado no episódio do dossiê.

"Acho que não há clima para tratar deste assunto agora. A questão do dossiê não se esgotou ainda e enquanto a investigação estiver em curso, acho imprudente tratarmos disso. Vai que um desses aloprados vem a público dizer que ele [Berzoini] sabia de tudo. Será ruim para ele e o partido se tiver voltado. Vamos esperar até uma decisão final [da PF]", afirmou Wilson.

Prévia

Para afinar o discurso, o campo majoritário do partido --corrente da qual fazem parte Lula, Berzoini e o ex-ministro José Dirceu, entre outros-- está reunido hoje, em São Paulo.

O presidente interino da legenda deverá preparar um documento, neste encontro de hoje, para ser entregue a executiva do partido amanhã.

Marco Aurélio deve frisar que o partido saiu vitorioso das urnas --o PT foi a sigla que mais recebeu votos de legenda para a Câmara Federal-- além de ter feito cinco governadores. Por isso o PT se considera legitimado pelas urnas a participar do governo de forma expressiva.

Mas isso não quer dizer, no entendimento dos dirigentes da sigla, que o partido não precise enfrentar um processo de renovação, inclusive com a participação de petistas de fora do eixo Rio-São Paulo que ganharam força nestas eleições.

Leia mais
  • Campos Machado diz que Jefferson não deixará comando do PTB
  • Vice José Alencar deve retornar ao Brasil amanhã
  • Tarso diz que nenhum partido será dono do governo e que PT terá seu espaço
  • Após críticas do PSDB, Lula diz que é fácil ser oposição

    Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a preparação do segundo mandato de Lula
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página