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25/11/2006 - 09h16

PT quer "abafar" escândalos para evitar embaraço a Lula

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CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Numa demonstração de apoio à política de aliança do governo Lula, as principais correntes do PT redigiram ontem um documento em que saúdam os dirigentes e filiados do PMDB, PDT, PV, PCB e PSOL. Segundo o documento, a ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o segundo mandato será "caracterizado como o governo de coalizão, reunindo as forças que construíram a vitória."

No documento, o partido deixa clara, no entanto, a disposição de manter espaço no governo ao rechaçar a "tese de despetização" do governo. Segundo o documento, a tese é levantada de "forma insidiosa".

Disposto a conferir um clima de festa, o comando do PT trabalhou, até o fim da noite de ontem, para debelar crises que impusessem embaraços a Lula hoje na reunião do Diretório Nacional do partido, em São Paulo. Ontem, um dos problemas inesperados foi o desembarque do líder do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), Bruno Maranhão, em São Paulo para participar do encontro.

Preso após promover quebra-quebra na Câmara dos Deputados em Brasília, Maranhão é membro do Diretório. Mas, para evitar desconforto, o comando do partido pediu que ele não comparecesse à reunião.

Só que seus aliados, da corrente Brasil Socialista, ameaçaram questionar a presença de parlamentares acusados de envolvimento no esquema do mensalão, caso fosse impedido de participar.

Até o início da noite de ontem, Maranhão avisava que estaria na reunião do partido.

Esse não foi o único obstáculo enfrentado nos últimos dias. Para evitar mal-estar, foi necessária a costura de um acordo pelo qual integrantes do antigo comando majoritário desistissem de defender o retorno de Ricardo Berzoini, licenciado após a explosão do escândalo de compra de dossiê contra tucanos, para a presidência do partido. Embora afirme que voltará após a conclusão da investigação, ele assegurou a petistas que não pretende liderar qualquer movimento para que reassumisse o cargo hoje.

Também ficou acertada a antecipação do 3º Congresso do partido, previsto para 2008, para os dias 4, 5 e 6 de julho. Como o congresso ficará encarregado de fixar a data das novas eleições internas do partido, há, para petistas, um tendência de antecipação em três anos do processo. Com isso, a nova direção do PT seria eleita já no fim de 2007. Ontem, num encontro do extinto campo majoritário, o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, defendeu a renovação do comando.

Em troca, as principais correntes --Articulação de Esquerda, Democracia Socialista e Movimento PT-- deixariam a crise ética de fora da pauta do encontro. "Esse assunto não está na pauta", afirmou Joaquim Soriano, líder da DS.

Integrante do Movimento PT, a deputada federal Maria do Rosário resume: "O PT não pode ficar parado em questões internas. Resolvemos separar esses temas que dizem respeito à comissão de ética para fazer o debate político", afirmou ela.

Para o secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, "o prioritário é comemorar a vitória e trabalhar pelo sucesso do segundo mandato".

Pelo acordo, os temas mais ásperos só voltariam a ser abordados no congresso e os petistas não falariam de cargos. Mas o esforço não impedirá que integrantes do Movimento PT explicitem uma luta por maior espaço dentro do governo. Petistas também duvidavam que ninguém fosse abordar questões éticas. "Mas estamos muito unidos", disse Soriano.

Outro temor ontem foi a divulgação de um documento da Articulação de Esquerda. Com críticas ao governo, o texto servirá de base para a discussão interna da tendência.

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