Publicidade
Publicidade
03/01/2007
-
10h11
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse do novo mandato, acirrou-se ontem a tensão entre os dois aliados que disputam a presidência da Câmara.
Após um constrangido abraço no almoço que marcou a volta de Ricardo Berzoini (SP) à direção do PT, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) reafirmaram que não desistirão da disputa, o que gerou, inclusive, a cobrança de governistas para que Lula interceda logo para resolver o caso, sob o risco de se dar margem a um "efeito Severino" --em 2005, com Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG) dividindo os votos governistas, Severino Cavalcanti (PP-PE) acabou eleito.
"Minha candidatura foi posta para disputar e vencer as eleições", disse Aldo, ao deixar o almoço com petistas. "No limite de haver disputa, é também democrático", reagiu Chinaglia.
No encontro, tanto Berzoini quanto Marco Aurélio Garcia, que ocupou o cargo na ausência do deputado, tentaram frisar que aquele não era um evento de apoio a Chinaglia. Marco Aurélio disse que não houve "nenhum movimento que significasse denegrir, criticar, introduzir qualquer restrição ao nome de Aldo Rebelo".
Aldo chegou ao almoço após os discursos. Recebido por Berzoini, foi conduzido à cadeira de frente à de Chinaglia. Segundo Berzoini, falaram apenas de amenidades: lingüiças, cachaças e doces mineiros.
Na saída do evento, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) prometeu ter uma candidatura única até o dia 20.
Articulações
Nos bastidores, a avaliação de aliados do governo é que o distanciamento do Planalto é calculado. Lula continuaria preferindo a reeleição de Aldo, mas estaria temeroso em torná-lo candidato do Planalto sob o risco de macular o apoio da oposição a ele.
"Aldo foi leal ao governo, mas não deixou a oposição sem espaço. É uma indicação para que a presidência da Câmara não seja o quintal da Presidência da República", disse o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ).
Nos últimos dias, Aldo não só obteve apoio do PFL, como fez articulações importantes com tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os governadores José Serra (SP) e Teotônio Vilela (AL).
Amigo do presidente Lula, o deputado Carlos Wilson (PT-PE) também teve longa conversa com Aldo. "Ele [Aldo] esteve à frente no momento mais difícil da história da Casa. Ser presidente só de um pedaço da Câmara termina mal", disse.
Por outro lado, a posição do Planalto também tem sido interpretada por petistas próximos a Chinaglia como um aval silencioso ao avanço das ambições do PT. Em reunião a portas fechadas com um grupo de 20 petistas, ontem, Chinaglia praticamente fechou toda a parte estrutural de sua eventual campanha. Acertou inclusive cota de contribuição de R$ 2 mil por deputado da sigla.
Leia mais
Ministros vão seguir Lula e tirar folgas em janeiro
Lula reserva segundo dia pós-posse para reuniões com ministros
Furlan diz a Lula que deixará ministério
Alckmin faz crítica a Lula e diz que discurso não é "fermento da economia"
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a presidência da Câmara
Aumenta tensão entre Aldo e Chinaglia por disputa à Câmara
Publicidade
Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse do novo mandato, acirrou-se ontem a tensão entre os dois aliados que disputam a presidência da Câmara.
Após um constrangido abraço no almoço que marcou a volta de Ricardo Berzoini (SP) à direção do PT, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) reafirmaram que não desistirão da disputa, o que gerou, inclusive, a cobrança de governistas para que Lula interceda logo para resolver o caso, sob o risco de se dar margem a um "efeito Severino" --em 2005, com Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e Virgílio Guimarães (PT-MG) dividindo os votos governistas, Severino Cavalcanti (PP-PE) acabou eleito.
"Minha candidatura foi posta para disputar e vencer as eleições", disse Aldo, ao deixar o almoço com petistas. "No limite de haver disputa, é também democrático", reagiu Chinaglia.
No encontro, tanto Berzoini quanto Marco Aurélio Garcia, que ocupou o cargo na ausência do deputado, tentaram frisar que aquele não era um evento de apoio a Chinaglia. Marco Aurélio disse que não houve "nenhum movimento que significasse denegrir, criticar, introduzir qualquer restrição ao nome de Aldo Rebelo".
Aldo chegou ao almoço após os discursos. Recebido por Berzoini, foi conduzido à cadeira de frente à de Chinaglia. Segundo Berzoini, falaram apenas de amenidades: lingüiças, cachaças e doces mineiros.
Na saída do evento, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) prometeu ter uma candidatura única até o dia 20.
Articulações
Nos bastidores, a avaliação de aliados do governo é que o distanciamento do Planalto é calculado. Lula continuaria preferindo a reeleição de Aldo, mas estaria temeroso em torná-lo candidato do Planalto sob o risco de macular o apoio da oposição a ele.
"Aldo foi leal ao governo, mas não deixou a oposição sem espaço. É uma indicação para que a presidência da Câmara não seja o quintal da Presidência da República", disse o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ).
Nos últimos dias, Aldo não só obteve apoio do PFL, como fez articulações importantes com tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os governadores José Serra (SP) e Teotônio Vilela (AL).
Amigo do presidente Lula, o deputado Carlos Wilson (PT-PE) também teve longa conversa com Aldo. "Ele [Aldo] esteve à frente no momento mais difícil da história da Casa. Ser presidente só de um pedaço da Câmara termina mal", disse.
Por outro lado, a posição do Planalto também tem sido interpretada por petistas próximos a Chinaglia como um aval silencioso ao avanço das ambições do PT. Em reunião a portas fechadas com um grupo de 20 petistas, ontem, Chinaglia praticamente fechou toda a parte estrutural de sua eventual campanha. Acertou inclusive cota de contribuição de R$ 2 mil por deputado da sigla.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice