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05/01/2007
-
07h43
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha
O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), disse que Carlos Magno Ramos (PPS), preso em agosto do ano passado sob a acusação de se beneficiar de um esquema de desvios de verbas públicas desbaratado pela Polícia Federal, deve fazer parte de seu novo secretariado.
Em duas oportunidades --durante seu discurso de posse e em uma entrevista a uma emissora de televisão--, Cassol afirmou que Ramos, ex-candidato a vice em sua chapa à reeleição e ex-chefe da Casa Civil em sua gestão, voltará à administração. Para o governador, ele foi "sacrificado" por acusações infundadas.
"Quero agradecer a um grande amigo meu, que se sacrificou por mim e pagou caro, mas está de pé", disse o governador, em referência a seu ex-vice.
De acordo com a assessoria do governo, Cassol acredita que as acusações contra Ramos miravam na verdade sua candidatura e foram articuladas para favorecer a eleição da senadora Fátima Cleide (PT), que terminou em segundo lugar na disputa. À Folha, Cleide negou esta versão.
Apesar de Cassol já ter reconduzido todos os atuais secretários a seus cargos, ainda estão previstas mudanças no staff governamental.
A maior possibilidade, afirmou a assessoria, é que Ramos volte mesmo para a Casa Civil. Ele é mais conhecido como um articulador político do que como um técnico.
Prisão
Ramos foi preso durante a Operação Dominó, da PF, devido a uma gravação de setembro de 2005 em que ele aparece supostamente pedindo a inclusão de dois nomes na cota da folha de pagamento de Carlão de Oliveira, ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado e apontado como líder do esquema de fraudes.
À época, Ramos justificou que os valores eram para o pagamento da pensão de suas duas ex-mulheres. Quando renunciou à candidatura de vice, divulgou carta afirmando sua inocência e cobrando rigor nas apurações do escândalo.
Hoje, Ramos responde em liberdade às acusações de formação de quadrilha e peculato. Ele passou mais de cem dias detido no Centro de Correição da Polícia Militar de Porto Velho, mesmo lugar onde Carlão ficou até novembro do ano passado.
A reportagem não conseguiu localizar Ramos nem seu advogado. Cassol, que deve tirar férias na próxima semana, também não foi encontrado para comentar sua fala.
Operação Dominó
A Operação Dominó, efetuada pela Polícia Federal em agosto de 2006, prendeu 23 pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de desvios de recursos que causou prejuízo de R$ 70 milhões aos cofres públicos de Rondônia.
Entre os presos estavam o então presidente do Tribunal de Justiça, Sebastião Chaves, o então presidente da Assembléia Legislativa Carlão de Oliveira, José Carlos Vitachi, ex-procurador-geral de Justiça, e o então candidato a vice e ex-chefe da Casa Civil do governo Ivo Cassol (PPS), Carlos Magno Ramos (PPS). Dos 24 deputados estaduais, 23 eram investigados por envolvimento nas fraudes.
De acordo com as investigações, o dinheiro era desviado por meio de licitações fraudulentas, compras e contratações de serviços existentes somente no papel e de uma lista de pagamento paralela da Assembléia, composta de "laranjas".
A participação de integrantes do Judiciário e do Ministério Público foi descoberta, segundo a PF, porque ações contra o grupo paravam nas instâncias inferiores da Justiça do Estado.
As primeiras investigações sobre o esquema em Rondônia começaram depois de um pedido de Cassol, que fez gravações em vídeo de supostas propostas de cobranças de propina pelos deputados para aprovação de propostas do governo.
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da Agência Folha
O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PPS), disse que Carlos Magno Ramos (PPS), preso em agosto do ano passado sob a acusação de se beneficiar de um esquema de desvios de verbas públicas desbaratado pela Polícia Federal, deve fazer parte de seu novo secretariado.
Em duas oportunidades --durante seu discurso de posse e em uma entrevista a uma emissora de televisão--, Cassol afirmou que Ramos, ex-candidato a vice em sua chapa à reeleição e ex-chefe da Casa Civil em sua gestão, voltará à administração. Para o governador, ele foi "sacrificado" por acusações infundadas.
"Quero agradecer a um grande amigo meu, que se sacrificou por mim e pagou caro, mas está de pé", disse o governador, em referência a seu ex-vice.
De acordo com a assessoria do governo, Cassol acredita que as acusações contra Ramos miravam na verdade sua candidatura e foram articuladas para favorecer a eleição da senadora Fátima Cleide (PT), que terminou em segundo lugar na disputa. À Folha, Cleide negou esta versão.
Apesar de Cassol já ter reconduzido todos os atuais secretários a seus cargos, ainda estão previstas mudanças no staff governamental.
A maior possibilidade, afirmou a assessoria, é que Ramos volte mesmo para a Casa Civil. Ele é mais conhecido como um articulador político do que como um técnico.
Prisão
Ramos foi preso durante a Operação Dominó, da PF, devido a uma gravação de setembro de 2005 em que ele aparece supostamente pedindo a inclusão de dois nomes na cota da folha de pagamento de Carlão de Oliveira, ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado e apontado como líder do esquema de fraudes.
À época, Ramos justificou que os valores eram para o pagamento da pensão de suas duas ex-mulheres. Quando renunciou à candidatura de vice, divulgou carta afirmando sua inocência e cobrando rigor nas apurações do escândalo.
Hoje, Ramos responde em liberdade às acusações de formação de quadrilha e peculato. Ele passou mais de cem dias detido no Centro de Correição da Polícia Militar de Porto Velho, mesmo lugar onde Carlão ficou até novembro do ano passado.
A reportagem não conseguiu localizar Ramos nem seu advogado. Cassol, que deve tirar férias na próxima semana, também não foi encontrado para comentar sua fala.
Operação Dominó
A Operação Dominó, efetuada pela Polícia Federal em agosto de 2006, prendeu 23 pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de desvios de recursos que causou prejuízo de R$ 70 milhões aos cofres públicos de Rondônia.
Entre os presos estavam o então presidente do Tribunal de Justiça, Sebastião Chaves, o então presidente da Assembléia Legislativa Carlão de Oliveira, José Carlos Vitachi, ex-procurador-geral de Justiça, e o então candidato a vice e ex-chefe da Casa Civil do governo Ivo Cassol (PPS), Carlos Magno Ramos (PPS). Dos 24 deputados estaduais, 23 eram investigados por envolvimento nas fraudes.
De acordo com as investigações, o dinheiro era desviado por meio de licitações fraudulentas, compras e contratações de serviços existentes somente no papel e de uma lista de pagamento paralela da Assembléia, composta de "laranjas".
A participação de integrantes do Judiciário e do Ministério Público foi descoberta, segundo a PF, porque ações contra o grupo paravam nas instâncias inferiores da Justiça do Estado.
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