Publicidade
Publicidade
12/01/2007
-
21h31
da Folha Online
O cônsul-adjunto do Brasil em Miami (Flórida/EUA), Luiz Felipe Mendonça, informou nesta sexta-feira que os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo --Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho--, que estão presos no país, podem pagar uma fiança no valor de US$ 100 mil, se quiserem responder o processo na Justiça americana em liberdade. Deste total, eles precisam pagar US$ 5 mil no ato.
Entretanto, para poder desfrutar do benefício, o casal não pode usar parte dos US$ 56 mil que eles portavam quando tentavam entrar nos EUA, na última terça-feira, e que causou a sua prisão. Mendonça acrescentou que até esta sexta-feira o casal não havia pago o valor.
Os US$ 5 mil já dariam liberdade ao casal porque, pela lei americana, como explicou Mendonça, metade do valor estipulado --US$ 50 mil-- pode ser pago em liberdade, mediante assinatura de um termo de compromisso. Os outros US$ 50 mil devem ter um sinal de 10% no ato, ou seja, US$ 5 mil, que o casal deve provar não ser "dinheiro sujo".
Segundo Mendonça, mesmo que paguem a fiança, os Hernandes não podem deixar a Flórida --Estado onde estão presos-- até a conclusão do processo. A primeira audiência deve ocorrer em até duas semanas, segundo o consulado.
Informações preliminares dão conta de que ambos devem responder pela declaração incorreta de valores à alfândega americana e pelo que na legislação local é denominado "cash smuggling". Em tradução literal, "contrabando de dinheiro".
Prisão
Os Hernandes foram detidos no aeroporto de Miami por terem declarado incorretamente à alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. O casal portava, entretanto, US$ 56 mil em espécie.
Relatório produzido pela própria alfândega norte-americana revela que o casal transportava os dólares escondidos em diversos compartimentos, como bolsas, porta-CDs e até dentro de uma bíblia, que estava na bagagem de Sônia.
O casal encontra-se no Centro de Detenção Federal, na região central de Miami, em celas separadas, mas coletivas, para homens e mulheres. De acordo com o consulado brasileiro, ambos não solicitaram ajuda do órgão. Há uma defensora pública local encarregada do caso.
Os dois usam uniforme laranja, comem três vezes ao dia e são vigiados 24 horas por dia por seguranças e câmeras de circuito interno. O local tem proteção anti-suicídio e serviço de assistência médica à disposição dos detentos.
No Brasil
O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou nesta sexta-feira pedido de habeas corpus para o casal. A decisão é do desembargador Ubiratan de Arruda, da 9ª Câmara Criminal do tribunal.
No pedido, o advogado do casal no Brasil, Luiz Flávio D'Urso, pedia a suspensão da ordem de prisão preventiva decretada na quarta-feira pelo juiz da 1ª Vara Criminal da capital.
Segundo o desembargador, a prisão tem por fundamento "o comportamento de quem, processado por crime grave, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, persevera na prática de atos que, em tese, caracterizam o mesmo crime, a evidenciar o intuito de dificultar a apuração da verdade, no processo a que respondem, causando embaraços à instrução criminal e de conseqüência à aplicação da lei penal".
D'Urso afirmou que deve recorrer da decisão da Justiça. "Não tenho ainda os fundamentos da decisão [do Tribunal de Justiça], mas com certeza, vamos estudar todas as medidas para recorrer", disse o advogado.
Extradição
Na quinta-feira, o Ministério Público de São Paulo solicitou à autoridade judiciária brasileira a extradição dos fundadores da Renascer.
Caso seja acatado o pedido, as cópias dos autos do processo criminal e da decisão judicial deverão ser encaminhadas ao Ministério da Justiça. Cabe a este, por sua vez, enviar essa documentação ao Ministério das Relações Exteriores, que será o responsável pelo envio diplomático às autoridades americanas.
Processo antigo
Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de 'empresas fantasmas'.
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar de o casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Leia mais
Justiça brasileira nega habeas corpus para fundadores da Renascer
Casal da Renascer já tem audiência marcada na Justiça americana
Casal é separado em presídio de Miami e usa uniforme laranja
Advogado apresenta recursos contra prisão de casal da Renascer
Fundadores da Renascer estão detidos em presídio americano, diz consulado
Especial
Leia a cobertura completa sobre a prisão na Renascer
Casal da Renascer pode pagar US$ 100 mil para responder em liberdade
Publicidade
O cônsul-adjunto do Brasil em Miami (Flórida/EUA), Luiz Felipe Mendonça, informou nesta sexta-feira que os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo --Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho--, que estão presos no país, podem pagar uma fiança no valor de US$ 100 mil, se quiserem responder o processo na Justiça americana em liberdade. Deste total, eles precisam pagar US$ 5 mil no ato.
Entretanto, para poder desfrutar do benefício, o casal não pode usar parte dos US$ 56 mil que eles portavam quando tentavam entrar nos EUA, na última terça-feira, e que causou a sua prisão. Mendonça acrescentou que até esta sexta-feira o casal não havia pago o valor.
Os US$ 5 mil já dariam liberdade ao casal porque, pela lei americana, como explicou Mendonça, metade do valor estipulado --US$ 50 mil-- pode ser pago em liberdade, mediante assinatura de um termo de compromisso. Os outros US$ 50 mil devem ter um sinal de 10% no ato, ou seja, US$ 5 mil, que o casal deve provar não ser "dinheiro sujo".
Segundo Mendonça, mesmo que paguem a fiança, os Hernandes não podem deixar a Flórida --Estado onde estão presos-- até a conclusão do processo. A primeira audiência deve ocorrer em até duas semanas, segundo o consulado.
Informações preliminares dão conta de que ambos devem responder pela declaração incorreta de valores à alfândega americana e pelo que na legislação local é denominado "cash smuggling". Em tradução literal, "contrabando de dinheiro".
Prisão
Os Hernandes foram detidos no aeroporto de Miami por terem declarado incorretamente à alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil cada. O casal portava, entretanto, US$ 56 mil em espécie.
Relatório produzido pela própria alfândega norte-americana revela que o casal transportava os dólares escondidos em diversos compartimentos, como bolsas, porta-CDs e até dentro de uma bíblia, que estava na bagagem de Sônia.
O casal encontra-se no Centro de Detenção Federal, na região central de Miami, em celas separadas, mas coletivas, para homens e mulheres. De acordo com o consulado brasileiro, ambos não solicitaram ajuda do órgão. Há uma defensora pública local encarregada do caso.
Os dois usam uniforme laranja, comem três vezes ao dia e são vigiados 24 horas por dia por seguranças e câmeras de circuito interno. O local tem proteção anti-suicídio e serviço de assistência médica à disposição dos detentos.
No Brasil
O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou nesta sexta-feira pedido de habeas corpus para o casal. A decisão é do desembargador Ubiratan de Arruda, da 9ª Câmara Criminal do tribunal.
No pedido, o advogado do casal no Brasil, Luiz Flávio D'Urso, pedia a suspensão da ordem de prisão preventiva decretada na quarta-feira pelo juiz da 1ª Vara Criminal da capital.
Segundo o desembargador, a prisão tem por fundamento "o comportamento de quem, processado por crime grave, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, persevera na prática de atos que, em tese, caracterizam o mesmo crime, a evidenciar o intuito de dificultar a apuração da verdade, no processo a que respondem, causando embaraços à instrução criminal e de conseqüência à aplicação da lei penal".
D'Urso afirmou que deve recorrer da decisão da Justiça. "Não tenho ainda os fundamentos da decisão [do Tribunal de Justiça], mas com certeza, vamos estudar todas as medidas para recorrer", disse o advogado.
Extradição
Na quinta-feira, o Ministério Público de São Paulo solicitou à autoridade judiciária brasileira a extradição dos fundadores da Renascer.
Caso seja acatado o pedido, as cópias dos autos do processo criminal e da decisão judicial deverão ser encaminhadas ao Ministério da Justiça. Cabe a este, por sua vez, enviar essa documentação ao Ministério das Relações Exteriores, que será o responsável pelo envio diplomático às autoridades americanas.
Processo antigo
Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de 'empresas fantasmas'.
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar de o casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice