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26/01/2007
-
10h47
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha
O Ministério Público de Mato Grosso pediu a indisponibilidade dos bens de uma empresa de Querli Batistello, mulher do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), acusado de participação na máfia dos sanguessugas.
O pedido se baseia em investigações da Câmara Municipal de Luciara (1.163 km de Cuiabá), que indicaram que a empresa venceu uma licitação fraudulenta para fornecer produtos hospitalares à cidade.
Também foi pedida a indisponibilidade dos bens do prefeito de Luciara, Nagib Elias Quedi (PP), e de outros três servidores públicos municipais suspeitos de terem articulado a suposta fraude.
As ações do Ministério Público são pedidos de liminares, incluídos na ação de improbidade administrativa movida contra o prefeito e a empresa. Os pedidos visam garantir o ressarcimento dos prejuízos ao erário.
As investigações em Luciara foram feitas por meio de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), cujo relatório foi enviado para a Procuradoria.
Nela, os vereadores concluíram que a Batistello & Batistello (empresa da mulher de Rossi), além de ser a única participante da licitação, não demonstrou idoneidade financeira. Ela tinha apenas R$ 30 mil de patrimônio, valor muito inferior ao do contrato (R$ 581,5 mil).
A comissão também apontou que a empresa não entregou todos os equipamentos que deveria. Dois aparelhos hospitalares, que somavam R$ 200 mil, não chegaram à prefeitura.
Semelhança
Em depoimento à Justiça Federal em junho do ano passado, Luiz Antonio Vedoin, um dos chefes da máfia, apontou negociação semelhante em Luciara.
À época, ele disse que Noriaque Magalhães (preso na Operação Sanguessuga) realizou um projeto para o município, em favor do qual existia uma emenda de Lino Rossi no valor de R$ 650 mil, cuja licitação foi vencida por uma empresa da mulher de Rossi.
A maior parte do dinheiro que possibilitou a licitação agora questionada pelo Ministério Público (R$ 565 mil) também foi repassada pela União. Outros R$ 16,5 mil foram fornecidos pela prefeitura.
A Folha não conseguiu localizar hoje Querli Batistello. No gabinete de Rossi, um assessor informou que ele estava viajando. Rossi nega ser beneficiário da máfia.
A reportagem deixou recado na casa do prefeito Nagib Elias Quedi em Luciara, que não retornou as ligações.
Jaciara
Valdizete Nogueira (PPS-MT), outro suposto beneficiado com a máfia dos sanguessugas e ex-prefeito de Jaciara (151 km de Cuiabá), foi indiciado anteontem pela Polícia Federal por formação de quadrilha e corrupção passiva.
Em depoimento à PF, ele afirmou que recebeu R$ 7 mil, legalmente, da Klass (empresa envolvida com a máfia) e que se encontrou com o atual prefeito de Piracicaba e ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB), para tratar da construção de um hospital municipal.
O advogado de Nogueira negou que seu cliente tenha se beneficiado com o esquema.
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Especial
Leia o que já foi publicado sobre a máfia dos sanguessugas
Ministério Público pede indisponibilidade de bens da mulher de Lino Rossi
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da Agência Folha
O Ministério Público de Mato Grosso pediu a indisponibilidade dos bens de uma empresa de Querli Batistello, mulher do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), acusado de participação na máfia dos sanguessugas.
O pedido se baseia em investigações da Câmara Municipal de Luciara (1.163 km de Cuiabá), que indicaram que a empresa venceu uma licitação fraudulenta para fornecer produtos hospitalares à cidade.
Também foi pedida a indisponibilidade dos bens do prefeito de Luciara, Nagib Elias Quedi (PP), e de outros três servidores públicos municipais suspeitos de terem articulado a suposta fraude.
As ações do Ministério Público são pedidos de liminares, incluídos na ação de improbidade administrativa movida contra o prefeito e a empresa. Os pedidos visam garantir o ressarcimento dos prejuízos ao erário.
As investigações em Luciara foram feitas por meio de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), cujo relatório foi enviado para a Procuradoria.
Nela, os vereadores concluíram que a Batistello & Batistello (empresa da mulher de Rossi), além de ser a única participante da licitação, não demonstrou idoneidade financeira. Ela tinha apenas R$ 30 mil de patrimônio, valor muito inferior ao do contrato (R$ 581,5 mil).
A comissão também apontou que a empresa não entregou todos os equipamentos que deveria. Dois aparelhos hospitalares, que somavam R$ 200 mil, não chegaram à prefeitura.
Semelhança
Em depoimento à Justiça Federal em junho do ano passado, Luiz Antonio Vedoin, um dos chefes da máfia, apontou negociação semelhante em Luciara.
À época, ele disse que Noriaque Magalhães (preso na Operação Sanguessuga) realizou um projeto para o município, em favor do qual existia uma emenda de Lino Rossi no valor de R$ 650 mil, cuja licitação foi vencida por uma empresa da mulher de Rossi.
A maior parte do dinheiro que possibilitou a licitação agora questionada pelo Ministério Público (R$ 565 mil) também foi repassada pela União. Outros R$ 16,5 mil foram fornecidos pela prefeitura.
A Folha não conseguiu localizar hoje Querli Batistello. No gabinete de Rossi, um assessor informou que ele estava viajando. Rossi nega ser beneficiário da máfia.
A reportagem deixou recado na casa do prefeito Nagib Elias Quedi em Luciara, que não retornou as ligações.
Jaciara
Valdizete Nogueira (PPS-MT), outro suposto beneficiado com a máfia dos sanguessugas e ex-prefeito de Jaciara (151 km de Cuiabá), foi indiciado anteontem pela Polícia Federal por formação de quadrilha e corrupção passiva.
Em depoimento à PF, ele afirmou que recebeu R$ 7 mil, legalmente, da Klass (empresa envolvida com a máfia) e que se encontrou com o atual prefeito de Piracicaba e ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB), para tratar da construção de um hospital municipal.
O advogado de Nogueira negou que seu cliente tenha se beneficiado com o esquema.
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