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09/02/2007 - 09h48

PT comemora aniversário com "tendências" em crise

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KENNEDY ALENCAR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
enviados especiais da Folha de S.Paulo a Salvador

Fundado em 10 de fevereiro de 1980, o PT chega aos 27 anos de idade com o sistema de tendências em crise e com o grupo dirigente que levou o partido à Presidência (o chamado Campo Majoritário) fragmentado e em implosão contínua.

Reunidos em Salvador para o encontro do Diretório Nacional, dirigentes dessas diferentes tendências vão debater, a partir de amanhã, quatro teses --sobre o futuro e comando do PT, além de debates ideológicos e econômicos-- que revelarão como 2007 será um ano de longa guerra interna pelo controle da legenda.

Em discurso no jantar de hoje à noite, em que o partido inicia as comemorações em clima de ajuste de contas com o seu passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará colocar a guerra interna em segundo plano. Nos bastidores, porém, Lula atua pela renovação da atual direção sem atropelar o ex-ministro José Dirceu, cujas idéias ainda influenciam boa parte do PT, apesar de ter sido cassado em 2005, devido ao escândalo do mensalão.

Na sua fala, Lula deverá dizer que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é a prioridade para crescer com distribuição de renda.

A guerra interna petista começa oficialmente amanhã, quando o Diretório Nacional formaliza o lançamento do 3º Congresso do partido, instância máxima e raramente reunida na qual o PT redesenhará seus planos futuros. As teses começarão a ser discutidas, mas até 7 de março, poderão ser mudadas ou fundidas.

A tese vencedora no 3º Congresso, marcado para o início de julho em Brasília, será uma prévia da nova direção que deverá ser eleita ainda em 2007. Por ora, há desejo da maioria do partido de encurtar o mandato dos atuais dirigentes, eleitos para mandato de três anos em 2005, e realizar novo PED (Processo de Eleição Direta) no final do ano (15 de novembro).

Suavizada depois de Dirceu ter reclamado com Lula, a tese que despertou mais polêmica nas últimas semanas foi a atribuída ao ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), apesar de ter sido escrita por um grupo de cerca de 30 dirigentes. É assinada por moderados, intelectuais e a tendência de esquerda Democracia Socialista.

O documento, que se chama "Mensagem ao Partido" abandonou as expressões "refundação do PT" e "crise de corrupção" na legenda que apareciam nas versões preliminares, mas tem endereço certo: propor o fim da hegemonia do Campo Majoritário, tendência que deu as cartas no PT a partir de 1995, quando Dirceu capitaneou a estratégia de chegada ao Palácio do Planalto, com moderação política e econômica.

A tese fala em "autoritarismo" do grupo de Dirceu, presidente do PT entre 1995 e 2002, sem citar nomes. Diz que estratégia legou "grave crise ética e política" ao partido.

A tendência mais radical, a Articulação de Esquerda, pede "ajuste de contas" com as "concepções políticas e com as práticas" do Campo Majoritário, que Dirceu e Antonio Palocci como "duas de suas principais, mas não únicas expressões".

"Bandidos"

A tese da Articulação de Esquerda se chama "2007 e os Próximos Anos: A Esperança é Vermelha". O texto diz que a direção do PT "não aprendeu que confiar em bandidos, chamem-se eles Marcos Valério ou Vedoin, não pode levar senão a resultados desastrosos".

A tese "Um Novo Rumo para o PT" é de integrantes do Campo Majoritário que são do grupo político da ex-prefeita Marta Suplicy. Ela não assina o documento, mas endossou a operação política de lançamento.

É a tese que prega a possibilidade de Lula convocar plebiscitos, sem autorização do Congresso, para que a população se manifeste sobre "questões de grande alcance nacional". O grupo rejeita a avaliação de que isso equivaleria a "salvacionismo" ou "populismo".

"PT: Construindo um Novo Brasil" é um documento de apenas quatro páginas lançado às pressas pela atual direção. A tese é assinada por Ricardo Berzoini, presidente da sigla, Marco Aurélio Garcia, vice-presidente do PT e assessor especial de Lula, e pelo ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral), entre outros.

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