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11/02/2007 - 09h11

Lula diz ter receita para o PT eleger seu sucessor em 2010

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KENNEDY ALENCAR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CONRADO CORSALETTE
enviados especiais da Folha de S.Paulo a Salvador

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito aos ministros e principais dirigentes do PT que o partido conseguirá eleger seu sucessor no Palácio do Planalto em 2010 se seguir suas recomendações políticas.

Avalia que não é um "jogo perdido por antecipação" e que os principais presidenciáveis da oposição, os tucanos e governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) se dividirão, e terão de enfrentar um petista ou um aliado do campo lulista no segundo turno.

A receita de Lula para o PT vencer em 2010 tem três pontos. O primeiro é a manutenção de uma política econômica responsável, que combine a manutenção da inflação baixa com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) maior em média do que no governo Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros quatro anos do petista.

Segundo Lula, é improdutivo o PT abrir fogo contra a política econômica e o Banco Central. Anteontem, no jantar de comemoração dos 27 anos do PT, em Salvador, Lula fez duro discurso para tentar enquadrar a legenda. Entre outros objetivos, busca acabar com as críticas públicas à política econômica.

Nas conversas reservadas, porém, ele próprio se queixa da condução da política monetária, dizendo que deseja maior celeridade na queda dos juros básicos da economia. Mas afirma que, toda hora que o PT ou um ministro ataca o BC (Banco Central), ele perde margem de manobra para realizar suas pressões de bastidor.

Exemplo: já está acertada entre Lula e o presidente do BC, Henrique Meirelles, a troca do diretor de Política Econômica da instituição, Afonso Bevilaqua. No Palácio do Planalto, Bevilaqua é tido como o maior responsável pelo rigor monetário. Meirelles se comprometeu a submeter a Lula o nome do substituto de Bevilaqua.

Ao contrário de 2003, quando o presidente do BC teve carta branca para formar a sua diretoria, Lula deseja agora aprovar o perfil de novos dirigentes do banco. Há expectativa de que mais diretores saiam. Num contexto de fogo cerrado contra o BC, Lula pode ser obrigado a colocar alguém tão ou mais "conservador" do seu ponto de vista do que Bevilaqua.

O segundo ponto da receita lulista para o PT é a ampliação das políticas sociais. Lula tem afirmado que seus dois governos deixarão uma rede de proteção social mais robusta do que a de FHC.

Crê que o "aperfeiçoamento" de programas como o Bolsa Família, priorizando grandes centros urbanos e a juventude mais pobre, vitaminarão o PT nas eleições municipais de 2008 e em 2010.

Lula tem dito que o PT deve se preparar para fazer alianças mais amplas do que no pleito municipal de 2004, tentando fechar coligações com o PMDB nas cidades mais importantes.

Por último, o presidente tem falado em conversas reservadas que em 2010, como não poderá ser candidato, estará mais livre para polemizar com a oposição. Colocaria o seu carisma e peso político a favor do escolhido.

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